ROLANDO CHRISTIAN COELHO | Volta das coligações vai redefinir cenário

Câmara Federal já aprovou em primeiro turno a volta das coligações proporcionais, que valeriam a partir de 2022

Rolando Christian Coelho, 17/08/2021

Volta das coligações vai redefinir cenário

Câmara Federal votou e aprovou, na semana passada, em primeiro turno, mais um pacote de remendos em nossa legislação eleitoral. A bem da verdade, nossa legislação já tem mais remendo do que texto original.

A mudança mais prática desta nova alteração, com vistas à 2022, diz respeito à volta das coligações proporcionais. Se na segunda votação na Câmara, marcada para esta semana, o projeto passar, as coligações proporcionais voltarão a ser uma realidade, desde que o Senado também a aprove em dois turnos. Como se trata de emenda constitucional, é necessário que três quintos do parlamento nacional vote pela mudança.

A reforma eleitoral que acabou com as coligações proporcionais tinha como principal objetivo tirar do mercado eleitoral as chamadas siglas de aluguel. Sem coligações, os partidos nanicos sumiriam em breve, já que não conseguiriam eleger quase ninguém. Como o Brasil não é um país para amadores, no auge da crise política que envolvia a discussão pela moralidade pública no país, o projeto visando o fim das coligações foi aprovado.

Agora que a discussão nacional é outra, e se resume a quem é contra e a quem é a favor do presidente Bolsonaro, a coligação proporcional será recriada.

Com a movimentação criada no Congresso Nacional pela volta das coligações proporcionais o número de candidatos a deputado estadual e federal deverá cair drasticamente ano que vem, já que não haverá necessidade de que cada partido lance a maior quantidade possível de candidatos para alcançar legenda.

Vale lembrar que, por conta do fim das coligações, havia partido caçando candidato a laço por tudo quanto é canto. Em Santa Catarina, por exemplo, uma sigla, por menor que seja, teria que lançar 60 candidatos a deputado estadual para ter chances de eleger alguém.

Por conta disto, candidaturas vinham sendo instigadas a torto e a direito. Como o cenário deverá mudar, tendência é que muita gente seja convidada a se “descandidatar”, mesmo antes de ter sido candidato.

Minirreforma também traz outros pontos interessantes

A nova minirreforma eleitoral também trará outras alterações interessantes, se aprovada integralmente.

A posse do presidente da República e dos governadores, por exemplo, não seriam mais no dia 1º de janeiro, e sim no dia 5 e 6 de janeiro respectivamente. Estas datas, no entanto, só valerão para os eleitos a partir de 2022. Outro item interessante diz respeito a projetos de lei federal de iniciativa popular.

A legislação atual diz que o cidadão comum que quiser criar uma lei precisará reunir a assinatura de 1% dos eleitores do país, o correspondente a 1,5 milhão de assinaturas. Se aprovada a nova regra, seriam necessárias apenas 100 mil assinaturas, que poderiam ser coletadas de forma eletrônica.

Democratas precisará discutir Plano B a estadual

Diante da real possibilidade do ex-deputado federal Jorge Boeira (PP) não disputar a Câmara Federal ano que vem, a vaga de candidato a este cargo, pelo Progressistas, pode ser ocupada pelo vereador araranguaense Jorge Luiz Pereira, o Jorginho (PP), que já estava em conversação com o Democratas para disputar a Assembleia Legislativa pela legenda.

Caso Jorginho permaneça no Progressistas, o Democratas deverá voltar a manter conversações com Ricardo Ghellere, que vinha sendo prospectado para a disputa.

As conversações entre o partido e Ghellere, no entanto, haviam esfriado bastante nas últimas semanas. No que diz respeito a Jorginho, além do Democratas, ele também vem sendo assediado pelo Podemos.

Motinha diz que definirá seu futuro político até sexta-feira

Ex-vereador araranguaense Marco Antônio Mota, o Motinha, diz que até sexta-feira seu futuro político deverá estar definido.

Em princípio, as fichas estão apostadas no Podemos, sigla que é comandada pelo ex-deputado federal Paulinho Bornhausen em nível estadual. “Devo ter uma reunião na próxima quarta ou quinta-feira em Florianópolis para definir esta situação. As coisas estão encaminhas, só falta definir”, comenta Motinha, que almeja disputar a Assembleia Legislativa ano que vem. Interessante observar que são bastante evidentes as especulações dando conta que o ex-deputado federal Jorge Boeira (PP) também poderia ir para o Podemos, visando a majoritária.

Jorginho Mello volta a ser vice-líder do governo

Senador Jorginho Mello (PL), que tangenciou e acabou não indo para o Ministério do Turismo, voltou a ser o vice-líder do governo do Senado Federal, função que havia ocupado no segundo semestre do ano passado.

De longe, Jorginho é hoje o político catarinense mais bem relacionado com o presidente Jair Bolsonaro, o que pode trazer muitos dividendos para nosso Estado. Em nossa região, o senador mantém franca amizade com o prefeito de Meleiro, Eder Mattos, que é filiado ao PL, e também com a prefeita de Sombrio, Gislaine Cunha, que é filiada ao MDB, mas que até pouco tempo também estava no PL.

O senador intenta concorrer ao Governo do Estado ano que vem.

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