Asesc celebra repasse para escola de Libras em Araranguá

Fundação para a construção da escola já foi feita, com recursos próprios da Asesc, através da venda de risotos

Escola ficará localizada em um terreno já cedido pelo estado, na Vila São José, e proporcionará um melhor atendimento à população surda da Região, principalmente com relação à comunicação.

Depois de anos de luta, finalmente a Asesc, Associação de Surdos do Extremo Sul Catarinense, vai realizar o sonho de concluir sua escola de Libras, para atender melhor aos associados e a todos que possuem alguma deficiência auditiva.

A instituição recebeu, na última semana, um repasse de mais de R$ 690 mil do governo do estado, e utilizará o valor para continuar a obra. “A Asesc promove anualmente seu risoto beneficente, e após sete risotos, conseguiu fazer a fundação da obra. Por causa da pandemia, os trabalhos estão parados há dois anos”, conta a tesoureira da associação, Edna Motta Fernandes.

Agora, com o valor recebido através de parceria do governo do estado com a FCEE, Fundação Catarinense de Educação Especial, finalmente a construção vai ser concluída. “Após muito plantar, cuidar e acolher, inicia a colheita muito feliz”, celebra.

A escola ficará localizada em um terreno já cedido pelo estado, na Vila São José, em Araranguá e, segundo Edna, proporcionará um melhor atendimento à população surda, principalmente com relação à comunicação.

“Teremos mais acessibilidade educacional ao surdo na questão linguística, as crianças surdas desde o nascimento terão atendimento, isto será de grande valia na área da comunicação do surdo. É uma grande conquista, pois a lei existe dentro da constituição, o que não acontecia na prática”, comenta.

Ela diz que todos estão comemorando o repasse, que é parte de uma melhor consciência do setor público com relação às pessoas com deficiência.

“Ficamos muito felizes. Realmente é o primeiro governo tanto na área federal quanto na estadual que recebe e beneficia as associações de surdos. As secretarias municipais de educação também estão muito sensibilizadas com a situação da educação do surdo. Como a Asesc trabalha com o surdo da Região da Amesc, neste ano tivemos vários contatos municipais solicitando assessorias na área da educação”, conta.

Mesmo que a associação esteja otimista com os novos tempos, ainda há um longo trabalho pela frente para alcançar a igualdade entre surdos e não-surdos. A Asesc tem lutado incansável para melhor a situação destas pessoas, que também foi afetada pela pandemia. “A Asesc hoje trabalha por conta, tudo na base de voluntários.

Ela presta atendimento ao surdo nas consultas médicas, na colocação no mercado de trabalho e nos problemas emocionais. A pandemia com o uso da máscara, trouxe muito isolamento para surdo na parte de comunicação, pois os mesmos fazem leitura labial, afetou bastante na autonomia”, continua.

Ela diz que a associação está “de braços abertos” a todos que queiram ajudar de alguma forma, principalmente colaborando para uma sociedade mais inclusiva. “Queremos unir forças, fazer uma maior aproximação dos profissionais na área de Libras, divulgar o máximo nossa instituição porque muitos nem sabem que existe. Sabemos que um novo caminho nos espera”, conclui.

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