Rolando Christian Coelho, 28/09/2021
Jaison marcou história em Santa Catarina
Ex-deputado federal e ex-senador da República, Jaison Tupy Barreto, cujo falecimento ocorrido no domingo à noite foi anunciado publicamente ontem, deixou uma indelével marca na política catarinense, nos anos de 1970 e 1980, época em que era filiado ao PMDB.
Elegeu-se duas vezes deputado federal, literalmente, nos braços do povo, e não foi diferente com sua vitória na disputa pelo Senado Federal, em 1978. Naquele período, era o candidato das massas, a voz daqueles que se sentiam oprimidos pelo então regime militar vigente.
Quando foi candidato ao Governo do Estado, em 1982, Jaison era franco favorito. Trazia consigo a esperança de dias melhores para os catarinenses. A bem da verdade, o desejo de redemocratização que reinava no país foi transferido para Jaison em nível estadual, que, como excelente orador, soube aproveitar aquela oportunidade. Surpreendentemente, o projeto não deu certo, e Esperidião Amin, então filiado ao PDS, se sagrou vitorioso, numa disputa que até hoje permanece controversa quanto a sua lisura.
Aquele embate, no entanto, desencadeou desdobramentos muito peculiares, e até mesmo incompreendidos. Em 1984, Jaison se aliou a Amim na defesa de eleições diretas para presidente da República. Vale lembrar que PMDB e PDS se odiavam um milhão de vezes mais do que atualmente. Pressionado a se afastar de Amin, Jaison, que era senador, deixou o PMDB e se aproximou cada vez mais do então governador.
O projeto das Diretas não deu certo, e outras alianças engendradas pela dupla também acabaram não tendo o êxito esperado. As bases não assimilavam aquela parceria. O legado de Jaison, no entanto, serviu de alicerce para que Pedro Ivo Campos (PMDB) fosse eleito governador em 1986, dando início ao projeto de modernização administrativa do Estado, que foi levado adiante pelo governador Vilson Kleinubing (PFL), a partir de 1990, e pelo próprio Amin, a partir de 1994, quando ele retornou ao governo.
Região terá exploração de petróleo em alto mar
No próximo dia 7 Governo Federal estará leiloando blocos marítimos para exploração e explotação de petróleo e gás em quatro bacias, no litoral brasileiro.
Uma delas, chamada Bacia Pelotas, fica exatamente em frente a nossa região, por óbvio, em alto mar. O contrato com a empresa, ou consórcio de empresas vencedor, será assinado em março do ano que vem.
Quem ganhar a licitação precisará pagar royalties para os municípios que estejam dentro do contexto da bacia. Ótimo tema para ser acompanhado pelos secretários municipais de Finanças e pelos jurídicos das prefeituras de nossa região. No Rio de Janeiro tem prefeitura que vive somente de royalties do petróleo.
Edinho Bez poderá rever candidatura ao Senado
Caso empresário Luciano Hang decida, de fato, disputar o Senado Federal ano que vem, MDB do Sul do Estado vai ficar em uma tremenda saia justa.
É que em 2022 os Estados elegerão apenas um senador, e em Santa Catarina a vaga já estaria praticamente reservada para o dono da Havan. Isto provavelmente faria com que o ex-deputado federal Edinho Bez (MDB), de Gravatal, revisse sua disposição de disputar o Senado, voltando seus olhares, novamente, para a Câmara Federal.
Um dos problemas é que o atual Secretário de Estado da Educação, Luiz Fernando Vampiro, que é deputado estadual, como também a deputada estadual Ada de Luca, ambos do MDB, também querem disputar a Câmara Federal. Na prática, três candidaturas a federal pelo MDB do Sul do Estado seria simplesmente inviável.
Turismo “no interior” começa a fazer parte da economia regional
Demorou, mas finalmente os municípios “do interior” de nossa região estão conseguindo se consolidar no que diz respeito ao turismo. Praia Grande dispensa comentários, chegando a ser o décimo destino turístico do Brasil no inverno deste ano.
Timbé do Sul, capitaneando pelo Poço do Caixão, cresce a passos largos no setor. Em Morro Grande o turismo de aventura já é uma realidade, a exemplo de Jacinto Machado. Ainda falta a integração, de modo a dar alternativas aos turistas, os deixando mais tempo na região, e, para isto, nada melhor do que a criação de roteiros intermunicipais.
É preciso desprendimento, altruísmo, mas já estivemos muito mais longe.
Em 2022 SC poderá ter quase 3 mil candidatos
Santa Catarina possui 33 partidos, que é a mesma quantidade de siglas registadas no Tribunal Superior Eleitoral. Cada um destes partidos poderá lançar até 60 candidatos a deputado estadual, assim como 24 a deputado federal em nosso Estado.
Sem a possibilidade de coligações proporcionais, quanto mais candidatos um partido lançar, maiores serão as chances de eleição de membros de seu grupo. Sendo assim, cada um dos 33 partidos deverá se esforçar para lançar a maior quantidade possível de candidatos a estadual e a federal.
Se todos lançarem as candidaturas possíveis, teremos 1.980 candidatos a deputado estadual e 792 a federal ano que vem, num total de 2.772 candidatos. Se formos somar as candidaturas ao Senado, governo e vice-governadoria o número de candidatos pode passar facilmente dos 2.800 em Santa Catarina.