Rolando Christian Coelho | Carlos Moisés entre Republicanos e Avante

Governador deverá migrar para uma legenda de menor expressão, para disputar reeleição em outubro

Rolando Christian Coelho, 21/02/2022

Carlos Moisés entre Republicanos e Avante

O que não tem faltado em Santa Catarina são especulações quanto a futura filiação do governador Carlos Moisés da Silva, com vistas a disputa eleitoral deste ano. Em princípio, as apostas estavam em uma filiação ao MDB, mas a imposição da pré-candidatura de Antídio Lunelli ao governo descartou esta possibilidade. Nada impede que Carlos Moisés se filie ao partido, mas os riscos de construir seu projeto de reeleição pela sigla são incomensuráveis.

Por conta disto, melhor se filiar a uma outra legenda, e torcer para que seus seguidores emedebistas derrubem Antídio ao longo dos próximos meses, o que poderia possibilitar uma aliança futura. Todavia, tudo são apenas hipóteses.

Nos bastidores da política catarinense, o que se prospecta é a possibilidade de filiação de Carlos Moisés ao Republicanos, ou ao Avante, para disputar à reeleição. Ele já conversou com a cúpula dos dois partidos. O Avante é o partido mais seguro, por não estar atrelado, por ora, a nenhum grande grupo político, nem em nível estadual, nem federal. Já no Republicanos a situação é mais complicada.

Em princípio a legenda faz parte do bloco de sustentação do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ainda conta com os parlamentares do Progressistas e do PTB como fiéis escudeiros em Brasília. Por óbvio, os do PL, por serem seus correligionários, também apoiam francamente o presidente.

Por enquanto a intenção é se ter PL, Progressistas, Republicanos e PTB no mesmo barco. Se isto acontecer, o Republicanos estaria aliado ao projeto de eleição do senador Jorginho Mello (PL), que pretende disputar o governo catarinense, a exemplo de Carlos Moisés.

O governador pode muito bem se filiar ao Republicanos e trabalhar para que o partido o apoie, ao invés de apoiar Jorginho. Seria algo legítimo. Todavia, se o Republicanos vier a integrar uma federação partidária com o PL, fatalmente ele convergiria para Jorginho, por influência de Bolsonaro.

Diante da atual situação, o melhor que Carlos Moisés faz é se filiar a um partido inexpressivo, uma sigla qualquer, sem atrelamentos, e, a partir dela, tentar construir um projeto de reeleição. As chances de um projeto de reeleição nestes moldes têm muito mais chances de dar certo.

Júlio Garcia dá indicativos que vai a reeleição

Roteiro protagonizado pelo deputado federal Ricardo Guidi (PSD) e o estadual Júlio Garcia (PSD), na maioria dos municípios de nossa região, na sexta-feira, deixou algo bem claro: Júlio é candidatíssimo à reeleição. As especulações dando conta de sua indefinição diante da eleição deste ano são bastante grandes, mas seu modus operandi não deixa dúvidas quanto a sua nova disputa.

Questionado sobre a busca de um novo mandato, Júlio Garcia titubeia, fala com meias palavras, mas suas ações não deixam dúvidas de que ele disputará um novo mandato à Assembleia. Em princípio, isto descarta, então, a possibilidade de Gisla Scaini (PSD), de Balneário Arroio do Silva, ser candidata ao parlamento estadual este ano em seu lugar.

Dário Berger anuncia saída do MDB e caminho deve ser o PSB

Senador Dário Berger anunciou sua desfiliação do MDB. No embalo, aproveitou para criticar gestão do presidente estadual do partido, deputado federal Celso Maldaner. Berger imaginava ser aclamado como candidato a governador pelo MDB. No fim das contas não se dispôs sequer a participar das prévias do partido, que estavam marcadas para o último sábado. Deve ir para o PSB, onde o aguardam para que seja candidato ao Governo do Estado.

Há especulações dando conta que o ex-deputado federal Jorge Boeira poderá ser seu candidato a vice, dentro de uma aliança de esquerda, que contaria com o ex-deputado federal Décio Lima (PT) como candidato ao Senado. Caso isto se confirme, Boeira deverá se filiar a um outro partido de esquerda, que não o PSB, para fazer dobradinha com Berger.

Gean Loureiro vai renunciar para ser candidato ao governo

Prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, do União Brasil, deve renunciar no dia 2 de abril para ser candidato ao Governo do Estado. Vale lembrar que seu partido, em nível nacional, tem conversado com o MDB e com o PSDB para a construção de uma federação partidária, o que faria com que as três legendas disputassem as eleições deste ano como se fosse uma só.

Nestes moldes, não há espaço para duas candidaturas ao governo pelo mesmo grupo, o que, de cara, cria um impasse entre as intensões de Loureiro e do pré-candidato ao governo pelo MDB, Antídio Lunelli. A lógica sugere Antídio ao governo e Gean a vice. O problema é que Gean tem aparecido melhor nas pesquisas do que Antídio.

Beto Biava toma posse como presidente da Amesc

Prefeito de Timbé do Sul, Beto Biava (PP), assumiu na sexta-feira à noite a presidência da Amesc, a Associação dos Municípios do Extremo Sul Catarinense. Ele elencou três prioridades para atuar de forma mais pontual enquanto presidente da entidade: a construção da barragem do Rio do Salto, a conclusão da Serra da Rocinha e a necessidade de investimentos no turismo regional.

A barragem do Rio do Salto é o que lhe exigirá maiores esforços. A obra, reivindicada há mais de 30 anos, até hoje não saiu do papel, ainda que toda a área em que ela será implantada já esteja desapropriada, graças aos esforços do Governo do Estado. O Governo Federal, no entanto, que é quem teria que aportar os recursos para a construção da barragem, propriamente dita, só enrola. E enrola desde a época de Fernando Henrique Cardoso.

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