GESTOR: COMPROMISSO COM O RESULTADO
Passados os momentos difíceis na política, hora agora de olhar para
frente e segurar firme no volante, até porque não se tem certeza do que
acontecerá com o novo governo. E na pirâmide das necessidades estão as
empresas e mais precisamente seus comandantes. Muito cuidado, é o que
recomendo.
Fechou o mês? Qual foi o resultado? Perguntas corriqueiras que
acontecem todos os meses, e que tiram o sono de muitos diretores e
donos de empresas. Não estou falando da área financeira, do dinheiro, e
sim da produção e das vendas. Quanto desperdício nas organizações, em
pleno século XXI, onde a corrida do ouro agora é voltada para a inovação,
caminho sem volta, porém estão esquecendo o básico, aquilo que garante
no final do mês, o dinheiro no caixa, a folha de pagamento, o
cumprimento das dívidas, a melhoria para os funcionários e tantos outros
benefícios.
Me chamem de conservador, ou do que quiserem, mas não
“arredo” o pé – o que hoje ainda garante a sobrevivência, a
competitividade, é aquela gestão, que faz planejamento, que tem um
sistema de gestão com avaliação no mínimo semanal das metas, que
cobra plano de ação da equipe para as metas não alcançadas, que investe
maciçamente em treinamento e desenvolvimento , que supervisiona, que
sai da sala e vai a campo, e que acima de tudo se comprometa em fechar
o mês com resultados positivos.
Não estou aqui questionando se o mercado está ruim ou se está
bom, pois como frisei no início, não se tem certeza do que acontecerá com
o novo governo, mas sim o comprometimento do gestor em gerir a sua
organização com a verdadeira responsabilidade, tal qual é o seu conceito,
o de realizar de fato, entregar o que lhe foi confiado, sem desculpas.
Aliás, se desculpas fosse resultado, as empresas já estariam milionárias.
Chega de desculpas, e mais ação.
Tenho observado sistemas de gestão que não agregam valor à
organização, principalmente em empresas que iniciaram pequenas e
cresceram sendo geridas como pequenas, e aí vira uma desorganização
gerencial, sem controle, onde cada um realiza a sua atividade e produz o
que for possível. Conhece a sua responsabilidade, mas não conhece o
resultado. Os problemas não são resolvidos, as decisões não são tomadas.
O planejamento não é bem formulado, a execução “ a la vonte”, registro
do produzido nem sempre, a avaliação de desempenho das metas,
raramente, ou quando muito, sem uma sistemática que dê condições de
recuperação da meta perdida. O tempo passa, o dinheiro vai saindo pelo
“ralo” e quando se dá conta muitas vezes já é tarde.
O futuro das empresas está no desenvolvimento dos seus talentos.
Não se consegue melhor qualidade e maior produtividade, sem
treinamento, sem desenvolvimento. E o Gestor, aquele que tem sob sua
responsabilidade, pessoas para serem geridas, com metas a serem
cumpridas, necessitam de desenvolvimento sempre. Muitos deles,
despreparados, promovidos por necessidade emergencial, e ali
permanecem, mês a mês, oferecendo o seu máximo, dentro das
possibilidades, e o setor de RH, muitas vezes também despreparado, ou
desamparado, não consegue somar, não consegue evoluir no
desenvolvimento e crescimento dos seus gestores. Não são poucos os
gestores de RH que reclamam de falta de apoio. Esse paradigma precisa
ser quebrado para quem deseja se manter no mercado. As desculpas
muitas vezes vêm carregadas dessas deficiências. Quanto dinheiro
perdido. Tudo que uma empresa necessita são de pessoas capacitadas,
competentes. Empresa não dá resultado, quem dá resultado são pessoas.
Uma empresa é melhor do que a outra quando as pessoas dessa
empresa são mais competentes do que as pessoas daquela outra
empresa. Parece óbvio, mas não é, muitos não conseguem enxergar, o
que é óbvio. No planejamento estratégico das empresas na análise interna
dos pontos fortes e fracos, de cada área, merece atenção especial o item
“TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO, principalmente dos gestores,
principais responsáveis pelo atingimento das metas, dos seus setores. É
deles a responsabilidade maior, que diariamente, precisam estar atentos
aos movimentos do seu quadro de pessoal, e aos processos, que muitas
vezes já não agregam mais valor, mas que continuam ali, gerando
despesas para a organização. O apoio que eles necessitam, vem de cima, é
preciso estar atento. Chega de desculpas, e mais ação.
Narbal Teixeira da Rosa
Consultor Organizacional