Rolando Christian Coelho | PT erra ao transformar Alckmin em esquerda

Quanto mais se aproxima do sindicalismo, mais Geraldo Alckmin se afasta do empresariado que não quer Bolsonaro no poder

Rolando Christian Coelho, 02/05/2022

PT erra ao transformar Alckmin em esquerda

De uma hora para outra Geraldo Alckmin virou esquerda. Começou a participar de encontros de centrais sindicais, e até cantou o hino da Internacional Socialista em um evento do PSB, seu novo partido. Tudo faz parte de uma grande estratégia para deixar Alckmin ideologicamente mais próximo do ex-presidente Lula da Silva.

Trata-se, no entanto, de um erro para lá de infantil do PT e dos demais ideólogos da pré-campanha de Lula. Isto porque, tudo o que o ex-presidente petista não precisa, neste momento, é alguém que seja uma espécie de sua sombra.

Ao se transformar numa espécie de cópia forçada de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin não soma absolutamente nada para o projeto do PT. Ele só somaria se continuasse com seu eterno perfil burguês, aliado aos interesses das elites nacional, e toda aquela retórica que é odiada pela esquerda brasileira.

O Alckmin de antes tinha a confiança do empresariado, que, em parte, descontente com o presidente Jair Bolsonaro (PL), poderia vir a apostar em Lula novamente, como fez em 2002, quando o PT fechou aliança com o empresário mineiro José Alencar, então filiado ao PL.

A dobradinha do PT com a direita naquele momento deu segurança ao sistema financeiro nacional e internacional, o que facilitou em muito a vitória de Lula naquela ocasião. A expectativa do sistema é que Geraldo Alckmin de 2022 fosse o José Alencar de 2002, mas isto parece longe de se tornar uma realidade.

A verdade é que a esquerda quer uma dobradinha presidencial afinada com os princípios do marxismo, de modo a garantir a permanência de Lula do poder, em caso de vitória. O trauma causado pela traição de Michel Temer ainda é grande.

A esquerda pura, no entanto, não ganhará a eleição presidencial. Não ganhou em 1989, nem em 1994 e tampouco em 1998. Também não ganhará em 2022. Somente terá chances de vitória se Alckmin voltar as suas origens.

Sempre convém lembrar que se o chamado “sistema” quisesse a esquerda pura no poder não teria desalojado Dilma Rousseff (PT) de seu mandato. Não haveria a necessidade de um trauma tão grande a sociedade.

O fato é que o PT começou a aparelhar toda a máquina pública com os seus. Com medo do avançou, o sistema mandou Dilma e o PT para a guilhotina. Para o PT, muito melhor Alckmin ficar segurando a alavanca da guilhotina, sendo de direita, do que esticar o pescoço debaixo dela, com Lula, sendo de esquerda.

União Brasil está usando teoria econômica criada em Balneário Gaivota

Presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, que é pré-candidato à Presidência da República pelo partido, tem aparecido em inserções de propaganda eleitoral, em rádio e televisão, defendendo a criação do imposto único no Brasil.

Esta tem sido sua retórica de pré-campanha. Interessante observar que a teoria do imposto único, que é agora pregada por Bivar, foi elaborada pelo advogado e empresário Américo Souza, que mantém residência em Balneário Gaivota ao longo dos últimos 30 anos. Ministro Américo, como é conhecido, foi candidato a vice-presidente da República, numa chapa encabeçada por Bivar, em 2006.

Em 2010 ele foi lançado como pré-candidato a presidente, mas o PSL, seu partido, acabou apoiando o PT naquela ocasião. Contrariado, Américo deixou o PSL, mas disponibilizou sua teoria sobre o imposto único para que a legenda a trabalhasse em nível nacional.

Cotada para ser vice, deputada Geovânia de Sá diz que vai à reeleição

Cotada para concorrer a vice-governadora neste ano, deputada federal Geovânia de Sá (PSDB) já disse que seu projeto prioritário para 2022 passar por uma campanha à reeleição. O fato é que sempre que se quer um acerto estadual que envolva o PSDB, o nome de Geovânia vêm à tona.

Foi assim em 2018 e está sendo assim neste ano. Agora, o grupo do PSD que almeja lançar o ex-governador Raimundo Colombo ao governo desenha uma chapa que conte com Geovânia concorrendo como vice. A vaga ao Senado seria oferecida ao Progressistas, através do vereador de Florianópolis Pedro de Assis Silvestre, o Pedrão. Trata-se de uma articulação totalmente inconsistente.

Primeiro porque Colombo vai ao Senado. Segundo porque Geovânia disputará a Câmara Federal, e terceiro porque, qualquer vaga majoritária do Progressistas, será da família Amim.

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