Rolando Christian Coelho, 19/04/2022
Progressistas está entre a cruz e a espada
Declaração de apoio da maioria dos prefeitos e vice-prefeitos do MDB ao projeto de reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep) colocou os líderes do Progressistas em uma saia para lá de justa. Sem lastro partidário, Carlos Moisés foi para o tudo ou nada, oferecendo tanto a vaga de candidato a vice-governador, como a de candidato ao Senado Federal, ao MDB. De cara, excluiu qualquer possibilidade de outra legenda participar da sua majoritária.
Os prefeitos e vices do Progressistas, que, em sua maioria, vinham nutrindo simpatia pelo projeto de reeleição de Carlos Moisés, atualmente já não estão tão empolgados como antes. Em princípio, o pragmatismo tem cedido espaço à pressão das bases. O fato é que especialmente os prefeitos, por si só, não se importariam muito em apoiar Carlos Moisés, no Republicanos, tendo um emedebista como seu vice.
Nunca um governador distribuiu tantos recursos para os prefeitos, e, nestas horas, partido é o que menos importa. Todavia, a base do Progressistas não aceita a manifestação de tal apoio. Convencer um líder comunitário ou um vereador progressista a pedir votos para uma chapa emoldurada pelo MDB é um tapa na cara.
Em meio a esta situação, o senador Esperidião Amin (PP), mais uma vez, tem surgido como o salvador da Pátria. Pré-candidato ao governo, ele tem argumentos de sobra para contrapor uma chapa encabeçada por Carlos Moisés, tendo MDB eventualmente como vice. Seu filho, o deputado estadual João Amin (PP), é um dos principais críticos da atual gestão estadual, e foi um dos articuladores da CPI que quase levou a cassação do governador, no caso dos respiradores.
A cereja do bolo seria uma aliança com o PSD de Raimundo Colombo, outro líder político estadual que sempre manteve vistas grossas ao governo de Carlos Moisés. Para uma composição majoritária, os olhares também estão voltados para o ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (União).
O cenário mostra que há ambiente para uma candidatura progressista de oposição ao governador. Por outro lado, o cenário também mostra que os prefeitos do Progressistas estão com as gavetas abarrotadas de convênios com o Governo do Estado, todos com volumosos recursos carimbados para as prefeituras. Grande questão é saber se os prefeitos vão sucumbir ao canto da sereia, ou seguir Esperidião em mais esta empreitada.
PL deve definir hoje candidato a estadual
PL de nossa região se reunirá hoje à noite para definir quem representará a legenda na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa, no pleito eleitoral deste ano, representando o Extremo Sul catarinense. O policial penal Adércio Velter, de Araranguá, publicou nota nas redes sociais, ontem, se retirando do processo.
Ele era um dos nomes citados pelo PL como pré-candidato ao parlamento estadual. Por ora, permanecem os nomes da advogada araranguaense Andresa Vitorino Ribeiro e do advogado sombriense André Fernandes. Ela é presidente do PL de Araranguá e ele o coordenador regional do partido. Tudo indica que Andresa será referendada pela legenda, na disputa pela Assembleia.
Benedet afirma que Antídio segue no jogo
Ex-deputado federal Ronaldo Benedet (MDB), um dos articuladores da pré-candidatura de Antídio Lunelli (MDB) ao Governo do Estado, diz que o projeto autoral de seu partido continua “firme e forte”. Conforme ele, “Antídio é o candidato das bases do MDB, e não há porque abrir mão de sua pré-candidatura”. O ex-parlamentar se mostra convicto que Antídio Lunelli acabará ganhando a queda de braços com os seguimentos do MDB que não querem sua candidatura neste momento.
“Ninguém fechou nada com ninguém ainda, aliás não é hora. Todos os candidatos têm que ir para a sociedade buscar votos, crescer na pesquisa. Depois sentam para conversar. Eleição está aberta”, comenta Benedet. A fala de Ronaldo Benedet é a mesma de Antídio Lunelli. Basicamente, o jogo passa pela resposta da sociedade às candidaturas que estão sendo postas. Se o projeto de Antídio for aceito pela sociedade, ele o leva adiante. Se não for, pula fora.
Esquerda terá três candidato a federal na região
Partidos de esquerda de nossa região são os que mais têm apresentando candidaturas a deputado federal neste ano. Por enquanto, já se declararam pré-candidatos à Câmara Federal o vereador araranguaense Diego Pires (PDT), o ex-presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Araranguá, Ozair Banha da Silva (PT), e o economista Alex Bristot (PSB), de Santa Rosa do Sul.
PDT, PT e PSB fazem parte de um grupo composto por oito partidos, que objetivam disputar as eleições estaduais deste ano, em Santa Catarina, unidos, em torno de uma única chapa majoritária. Se o projeto der certo, Diego, Banha e Alex trabalhariam para os mesmos candidatos majoritárias em nível estadual.
Políticos de direita invadiram siglas de esquerda
Esquerda catarinense está sem dormir faz uns trinta dias. De uma hora para outra, Geraldo Alckmin deixou o PSDB e foi para o PSB para ser candidato a vice de Lula da Silva (PT). Paralelo a isto, Dário Berger saiu do MDB e também foi para o PSB, com chances de ser candidato ao Governo do Estado pela Frente Democrática. Para fechar com chave de ouro, Gelson Merísio deixou o PSD e se filiou ao Solidariedade, nutrindo a expectativa de ser candidato ao Senado pela esquerda estadual.
Nunca é demais lembrar que Alckmin foi o principal adversário da esquerda nacional durante anos. Dário entrou na política nos anos de 1990, através do PFL de Jorge Bornhausen. Já Merísio, além de ter começado na política também pelo PFL, até pouco tempo era um dos principais bolsonaristas do Estado. Os três nunca se cansaram de se declarar anti-petistas. Foi assim, aliás, que cresceram na política.