Rolando Christian Coelho, 25/02/2022
O medo da volta de Lula ao poder
Empresariado não tem escondido o medo, derivado de um possível retorno do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao poder. A preocupação maior está ligada ao fato de Lula ter dito que pretende rever a reforma trabalhista, aprovada a época do ex-presidente Michel Temer (MDB), e que desonerou em muito os compromissos do setor produtivo com a classe trabalhadora. A volta das chamadas amarras da Consolidação das Leis Trabalhistas é o principal temor diante de um eventual governo Lula a partir do ano que vem.
O medo até pode ser real, mas o perigo não é tanto assim. Lula, ou qualquer candidato que se eleja presidente da República neste ano, irá se deparar com um Congresso Nacional extremamente conservador, fruto, ainda, da onda Bolsonaro de 2018. Este Congresso está em vigor e pouco deverá ser mudado com vistas ao mandato compreendido entre fevereiro de 2023 e fevereiro de 2027. Somente uma onda Lula mudaria este quadro, e ela não vai acontecer.
Há de se ressaltar, ainda, que Lula não conseguirá se eleger sem o apoio de segmentos de direita. Nas quatro ocasiões em que chegou ao poder, o PT precisou se unir a partidos conservadores para garantir a vitória das urnas, e não será diferente em 2022.
Maior prova disto é o fato do próprio Lula estar articulando o ingresso do ex-governador paulista Geraldo Alckmin no PSB, objetivando concorrer como seu candidato a vice, para que ele sirva como uma espécie de salvo-conduto do PT junto às elites nacionais.
É claro que, em sendo eleito, Lula sofrerá forte pressão da esquerda para rever as chamadas perdas dos trabalhadores. Todavia, o Congresso irá barrá-las. A não ser que Lula se disponha a comprar o Congresso novamente, através de esquemas como o mensalão, Petrolão ou Lava Jato. Mas isto poderia significar, ai sim, o fim do PT no Brasil.
Jessé Lopes deve ir para o PL tentar reeleição
Deputado estadual Jessé Lopes, que se elegeu pelo PSL de Criciúma em 2018, está de malas prontas para entrar no PL, do senador Jorginho Mello e do presidente Jair Bolsonaro. Mesmo caminho a ser trilhado pelo deputado federal Daniel Freitas.
A dupla já fez dobradinha na maioria dos municípios da Amesc e também da Amrec, e deverá repetir a dose neste ano. O ingresso de Jessé no PL obscurece o projeto do ex-prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo, que também é pré-candidato à Assembleia Legislativa pelo PL.
Posição de Gelson Merísio surpreendeu mercado político
Está faltando uma declaração bombástica, surpreendente, tirada da cartola, para que o meio político catarinense entenda o que levou o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio (PSDB), ter declarado apoio ao projeto eleitoral do ex-presidente Lula, e, no embalo, ter hipotecado apoio ao projeto da Frente Democrática, que em Santa Catarina reúne diversos partidos de esquerda.
Merísio sempre foi um político ligado ao liberalismo e ao conservadorismo. Sua posição é simplesmente contraditória a sua história. Por enquanto ninguém entendeu nada.
Antídio diz que vai reconstruir tríplice aliança
Conversei ontem, em Florianópolis, com prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, pré-candidato do MDB ao Governo do Estado. Disse estar convicto na união de seu partido para a disputa eleitoral deste ano, como também na reaglutinação da tríplice aliança, coligação que deu quatro vitórias seguidas ao grupo político comandado pelo ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB).
“Não tem como dar errado. O MDB vai voltar ao comando do Estado”, sentenciou. De acordo com ele, as tratativas com uma série de partidos, visando uma ampla aliança, já estão em andamento.
Em nova Conversa com MDB, Moisés permanece indefinido
Governador Carlos Moisés da Silva se reuniu mais uma vez com a bancada de deputados estaduais do MDB, para tentar dar encaminhamentos ao seu projeto de reeleição, com o apoio da legenda.
Para variar, governador não deu indicativos quanto ao seu futuro político, não deixando a entender, sequer, em qual partido irá se filiar para disputar a reeleição. Continua apostando que as ações de sua gestão são o suficiente para que haja reconhecimento popular, garantindo um segundo mandato. Deputados até tentam, mas Carlos Moisés parece que não quer ser ajudado.