Rolando Christian Coelho | Moisés vai à Brasília negociar com Republicanos

Governador Carlos Moisés pode decidir hoje seu futuro político diante das eleições deste ano

Rolando Christian Coelho, 08/03/2022

Moisés vai à Brasília negociar com Republicanos

Governador Carlos Moisés da Silva estará hoje em Brasília, onde tratará de sua filiação ao Republicanos com a cúpula do partido. Já acertou o que precisava acertar com o presidente estadual da sigla, deputado Sérgio Mota, e agora quer garantias, vindas do comando nacional do partido de que terá a segurança necessária para disputar à reeleição pela legenda.

A filiação de Carlos Moisés ao Republicanos não é de todo confortável. Sempre é bom lembrar que o partido é um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Sendo assim, Carlos Moisés e Bolsonaro teriam que estar no mesmo palanque, novamente, neste ano.

A diferença é que eles estão rompidos politicamente. Afora isto, Bolsonaro tem franca amizade com outros dois pré-candidatos ao governo: Jorginho Mello, do PL, e Antídio Lunelli, do MDB.

É necessário considerar, também, que o Republicanos está de nariz torcido com a presidência, por conta de desentendimentos entre o comando nacional da sigla e Bolsonaro. O Republicanos é ligado a Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, que já foi aliado de Lula da Silva (PT).

A hipótese da sigla voltar a se aliar a Lula precisa ser considerada, o que criaria uma situação ainda mais constrangedora para Carlos Moisés, na medida em que ele poderia ter que dividir palanque com o petista em Santa Catarina, Estado em que a esquerda tem sérias dificuldades de emplacar.

O fato é que Carlos Moisés não tem muitas alternativas. Ele fez uma aposta muito primária, imaginando que conseguiria reunir os grandes partidos do Estado em torno de si, através da simples distribuição de recursos para as prefeituras. Tivesse ficado aliado a Bolsonaro desde o início de seu mandato, ou ido para o MDB no início de 2019, sua vida estaria resolvida. Hoje daria as cartas na política catarinense.

Neste momento, o que lhe sobra é o Republicanos, ou alguma sigla deste quilate, para, a partir dela, tentar emplacar um segundo mandato. Vai nadar num rio de crocodilos. Todavia, a opção de não construir um barco para a travessia foi dele próprio.

Zé Milton diz que PP conversa com PSD, PSDB, PL e com Moisés

Deputado estadual José Milton Scheffer diz que o Progressistas, seu partido, tem conversado de forma bastante franca com o PSD, com o PSDB e também com o governador Carlos Moisés da Silva, objetivando uma aliança para o pleito eleitoral deste ano. As conversações têm se dado em separado com os partidos, assim como com o governador.

O Progressistas tem ainda “trocado ideias” com o PL, do senador Jorginho Mello. Para Zé Milton, que é o líder do governo na Assembleia Legislativa, o ideal é que o Progressistas se mantenha aliado a Carlos Moisés. Ele ressalta, no entanto, que embora deseje isto, respeitará a decisão do partido em relação as alianças para este ano.

Luciano Hang deve ir para PL a pedido de Bolsonaro

Empresário Luciano Hang recebeu convite pessoal do presidente Jair Bolsonaro para se filiar ao PL, seu partido, e disputar o Senado Federal pela legenda. Em princípio, Hang aceitou o convite, e disse que irá se filiar no próximo dia 22. Vale lembrar que 22 é o número de legenda do partido.

O PL terá o senador Jorginho Mello como seu candidato ao governo em Santa Catarina, mas, num primeiro momento, Luciano Hang diz que não pretende apoiar qualquer candidato a governador, manifestando, meramente, apoio ao presidente Bolsonaro.

Com o andar da carruagem, por óbvio, Luciano será engolido pela máquina da campanha e se integrará a ela de forma plena. Caso Jorginho consiga atrair alguém da família Amin para ser seu vice, suas chances de chegar ao segundo turno como favorito são bastante grandes.

Ala do MDB ainda insiste em se vice de Carlos Moisés

Ainda que concordem que Antídio Lunelli tem o direito legítimo de disputar o Governo do Estado pelo MDB, deputados estaduais do partido continuam se batendo para tentar empurrar a legenda para junto do governador Carlos Moisés da Silva. A estratégia é bastante simples: Carlos Moisés se filia a Republicanos para disputar à reeleição, e o MDB indica o vice.

Dentre os nomes cotados para a candidatura a vice estão o próprio Antídio, que já descartou esta possibilidade, como também os deputados estaduais Mauro de Nadal e Valdir Cobalchini, e ainda o deputado federal Carlos Chiodini.

Vale lembrar que Chiodini é aliado de Antídio, e a citação dele soa como uma tentativa de enfraquecer o prefeito de Jaraguá do Sul no processo.

Berger já é considerado filiado do PSB

Quem também está tratando de se aninhar com vistas à 2022 é o senador Dário Berger (MDB), que, nos próximos dias, se reunirá com a cúpula nacional do PSB, para tratar de sua filiação ao partido.

O objetivo é disputar o Governo do Estado, através de uma frente de esquerda. Dário quer garantias, vindas especialmente dos ex-governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin e Márcio França, que deverão liderar o PSB em nível nacional diante do pleito deste ano.

Dário não quer correr o risco de ir para o PSB e ficar a ver navios, na medida em que o PT poderia bancar candidatura ao governo em Santa Catarina, ao invés de apoiá-lo. Vale lembrar que Alckmin será candidato a vice de Lula da Silva (PT), e, por conta disto, ajudará a dar as cartas em vários Estados diante da aliança PT/PSB, o que inclui Santa Catarina.

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