Rolando Christian Coelho | Chapa com Décio, Boeira e Merísio é sinalizada

Jorge Boeira, Décio Lima e Gelson Merísio se reuniram para discutir composição majoritária

Em uma daquelas reviravoltas típicas de ano eleitoral, começou a ser especulada em Santa Catarina a formação de uma chapa majoritária composta por Décio Lima (PT) concorrendo ao governo, Jorge Boeira (PDT) a vice, e Gelson Merísio (SD) ao Senado. O PT, o PDT e o Solidariedade, que abriga a filiação dos três respectivamente, fazem parte da Frente Democrática, grupo de esquerda composta por oito partidos em Santa Catarina, dentre os quais também figura o PSB, do senador Dário Berger.

A possibilidade de uma aliança entre Décio, Boeira e Merísio atinge diretamente as pretensões de Dário, que almeja ser candidato ao governo catarinense com o apoio dos partidos de esquerda do Estado. Mês passado ele se desfiliou do MDB, sigla pela qual se elegeu em 2014, e se filiou ao PSB, justamente para levar este projeto adiante, já que em seu partido de origem os trabalhos visando uma candidatura governamental convergiram para a figura de Antídio Lunelli.

Dário Berger, no entanto, tem fama de não ser muito plural, quando o assunto é política. Uma das provas disto foi justamente o fato de ter começado seu namoro com o PSB mesmo antes do MDB homologar a candidatura de Lunelli ao governo. Basicamente, o senador dava a entender que se ele não fosse o escolhido para concorrer o governo pelo MDB, deixaria o partido, o que de fato aconteceu.

Ao migrar para o PSB, provavelmente, Dário Berger esperava ser ovacionado como candidato a governador pelas legendas de esquerda, o que acabou não acontecendo também. Bem ao contrário disto, líderes políticos interessado na majoritária passaram a conversar em paralelo às pretensões de Dário.

Ontem, Boeira, Décio e Merísio se reuniram para alinhavam uma majoritária com os três. Hoje, Décio, que é presidente o PT estadual, irá se reunir com o ex-presidente Lula da Silva (PT) para tratar do tema. Se houver o aval de Lula, o projeto será levado adiante. Vale lembrar que as coisas não são tão simples assim. Dário Berger se filiou ao PSB com as bençãos de Geraldo Alckmin (PSB). Em princípio, teria tido a garantia de que concorreria ao governo com o apoio do PT. Mas, como diz o próprio Lula: “Essas brigas a gente consegue resolver tudo tomando uma cervejinha. Se não for na primeira, se resolve na segunda, na terceira, ou na pior das hipóteses, tomando um engradado todo”. Para o bem de Dário Berger, é bom que ele goste de beber, para ter tempo suficiente para defender sua tese.

Dobradinha entre Décio e Boeira seria normal

Uma possível dobradinha majoritária entre Décio Lima (PT) e Jorge Boeira (PDT) não seria nenhuma surpresa. Ano passado, Décio convidou Boeira para voltar para o PT, com o objetivo de ser candidato ao Governo do Estado. O PT estava à procura de um nome que não tivesse o estigma da velha esquerda, ligada ao sindicalismo. Jorge Boeira, que é empresário, declinou do convite, permaneceu no Progressistas, mas manteve-se próximo à cúpula do PT, onde tem muitos amigos. Talvez seja o partido com o qual ele tenha a maior quantidade de pessoas próximas. É esta relação pessoal que faz Boeira ser uma figura natural dentro de uma composição com o PT. Dário Berger (PSB), no entanto, é uma pedra gigante no caminho.

Pré-candidatura de Amin é saia justa para Zé Milton

Deputado estadual José Milton Scheffer (PP) está numa sinuca de bico. Tudo por conta do senador Esperidião Amin (PP) ter se declarado pré-candidato ao Governo do Estado, e já manifestado apoio à candidatura do ex-governador Raimundo Colombo (PSD) ao Senado. No embalo, Amin ressaltou que o União Brasil, do ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, também faria muito bem a uma composição, dando a entender que ele poderia concorrer como seu candidato a vice. Uma chapa como esta, de fato, teria reais chances de chegar ao segundo turno. Zé Milton, no entanto, é o atual líder do governador Carlos Moisés da Silva (Rep) na Assembleia Legislativa, e intermediou milhões de reais em convênios entre o governo e as prefeituras de seu partido. Boa parte do dinheiro destes convênios ainda não foi liberado.

Deputados estadual e prefeitos do MDB se reúnem hoje, em Antídio

Bancada do MDB na Assembleia Legislativa convidou prefeitos do partido de todo o Estado para uma reunião, hoje, em Florianópolis. Oficialmente, o encontro se destinará a uma maior aproximação entre os prefeitos e a bancada estadual. Todavia, é óbvia a manobra objetivando uma aproximação definitiva dos prefeitos com o governador Carlos Moisés da Silva (Rep), através da influência dos deputados estaduais. Maior prova disto foi o fato do presidente estadual do MDB, Celso Maldaner, e do pré-candidato ao governo pela legenda, Antídio Lunelli, não terem sido convidados para este encontro. Carlos Moisés já teria se comprometido em ceder a vaga de candidato a vice, e também de senador, ao MDB, no caso de uma aliança.

Conflitos de interesse no MDB pode levar partido a racha histórico

A questão que envolve o MDB catarinense é muito mais grave do que se imagina. O fato é que o partido, enquanto instituição, está sob o comando de Celso Maldaner e de Antídio Lunelli, com o aval do comando nacional da legenda. Os deputados estaduais, no entanto, que estão muito mais próximos das bases da legenda, através de uma ligação direta com prefeitos, vices e vereadores emedebista, não querem Antídio como candidato ao governo, e fazem de tudo para obstruir o avanço de sua pré-candidatura. Se não houver um consenso, o partido caminha a passos largos para uma ruptura institucional, com o risco, até mesmo, de Antídio ser homologado como candidato ao governo, mas com boa parte do partido trabalhando pela candidatura de Carlos Moisés, através do chamado apoio branco.

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