Rolando Christian Coelho, 16/09/2021
Carlos Moisés tem flertado com o Republicanos
Governador do Estado, Carlos Moisés da Silva, tem flertado com o Republicanos. Nem de longe este era seu projeto número um, mas, de todo modo, é o que tem se mostrado mais viável para o momento.
Inicialmente o governador buscou estreitar laços como MDB e o Progressistas, de olho numa filiação a uma das duas siglas. As barreiras no MDB, no entanto, se mostraram incomensuráveis. Já no Progressista há uma nítida divisão de opiniões a este respeito. O deputado estadual José Milton Scheffer (PP), por exemplo, é o líder do governo na Assembleia Legislativa. Por sua vez, o deputado estadual João Amin (PP) é um dos principais críticos do governador.
Carlos Moisés também se aproximou, e muito, do PSD, mas os interesses internos do partido ofuscam sua tentativa de migração para sigla, se é que elas existem. Vale lembrar que a legenda conta com a filiação do ex-governador Raimundo Colombo e do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, nomes que se equiparam em potencial a Carlos Moisés, no que diz respeito à disputa pelo Governo do Estado ano que vem. O PSDB seria outra alternativa de filiação para o governador, mas a legenda parece reunir um pouco de cada restrição que MDB, Progressistas e PSD têm a Carlos Moisés.
Dos grandes sobra o PT, que, por óbvio, não quer a filiação do governador, e tampouco ele deve querer se abrigar no partido.
O Republicanos tem surgido na vida de Carlos Moisés como uma alternativa que ele imagina ser viável para 2022. O governador, por óbvio, se vê na sigla cercado por vários outros partidos que possam vir alicerçar sua candidatura à reeleição.
Os partidos de pequeno calão, de fato, até poderão convergir neste sentido. Os maiores criarão projetos próprios e acabarão batendo de frente com o governador no embate eleitoral do ano que vem, principalmente aqueles que mais têm ocupado espaços no governo atualmente.
Em 2022 os partidos grandes terão projetos autônomos
As apostas do governador Carlos Moisés da Silva para 2022 são relativamente ingênuas.
Ele imagina que terá consigo uma avalanche de prefeitos, vices e vereadores, dos mais distintos partidos, afinados consigo, por conta dos investimentos que sua gestão vem fazendo de forma histórica em todas as regiões do Estado.
Não terá. Na verdade os afagos que o governador vem recebendo são pontuais. Na hora da campanha será cada um por si e Deus por todos. Em política, gratidão se resume ao momento, e o momento eleitoral de 2022 será outro, bem diferente deste que o governador vem vivenciando.
Carlos Moisés deverá ter apoio de dissidentes, somente isto
Por óbvio que alguns políticos de expressão regional, dos mais diversos partidos, acompanharão Carlos Moisés em seu projeto de reeleição.
É justamente assim que surgem a dissidências políticas e partidárias. Via de regra, as divisões internas nos partidos são fruto da discordância diante de algum tema polêmico, como é justamente este, de estar a favor ou contra o governador ano que vem.
Por conta disto não será surpresa se alguns prefeitos de siglas como o MDB, Progressistas, PSD e PSDB acompanharem o governador em sua tentativa de um segundo mandato ano que vem.
Todavia, se tratará da minoria dos casos, ligados a alguns municípios em que o prefeito teve sua gestão municipal muito, mas muito beneficiada pelo atual Governo do Estado. A absoluta maioria seguirá a orientação de seus partidos, restando para o governador, quando muito, o respeito pela atenção dispensada.
Alternativa do governador é forçar entrar em legenda grande
A saída política de Carlos Moisés está em forçar sua entrada em alguma sigla de expressão, de modo a criar o cenário ideal para a busca de composições.
Para isto, precisa tratar este partido de forma distinta, o beneficiando mais do que os outros. Em princípio, o governador não vai fazer isto, por não compactuar com que ele considera ser a velha política.
Quer tratar a todos sem distinção. Nutre, neste sentido, a ilusão que todos lhe serão gratos, e, em se filiando ao Republicanos, por exemplo, teria todos, ou pelo menos boa parte dos grandes, em uma aliança consigo.
Sem Carlos Moisés, quem mais perde é a sociedade catarinense
Os planos políticos do governador Carlos Moisés são desfocados da realidade, o que é uma lástima, nem tanto para ele, mas para a sociedade catarinense.
Ao enxugar a máquina administrava, e aplicar os recursos públicos pontualmente onde estão as principais demandas das regiões e municípios do Estado, Carlos Moisés fez história.
Aqui no Sul do Estado obras reivindicadas há 30, 40 anos, começaram a sair do papel como que por encanto, prova que o setor público, se bem gerido, tem solução. Os interesses dos grupos políticos, no entanto, que norteiam as civilizações desde sempre, ofuscam quaisquer tentativas de governos verdadeiramente voltados para o real interesse público, e Carlos Moisés corre o risco, ainda, de entrar para a história não como o governador que mais fez obras no Estado, mas como aquele que se envolveu no caso dos respiradores.