Rolando Christian Coelho | Bolsonaro está oficialmente filiado ao PL

Em Santa Catarina Bolsonaro fará dobradinha com Jorginho Mello, que disputará o Governo do Estado

Rolando Christian Coelho, 01/12/2021

Bolsonaro está oficialmente filiado ao PL

Presidente Jair Bolsonaro se filiou, ontem, ao PL, do senador catarinense Jorginho Mello. Depois de meses de negociação com a legenda, como também com outras siglas, a exemplo do Progressistas, Republicanos, Patriotas e PTB, o presidente enfim se definiu pelo ninho liberal. Paralelo a estas negociações, ele também tentou criar o Aliança Pelo Brasil, que ainda está em análise no Tribunal Superior Eleitoral.

Bolsonaro começou sua carreira política no PDC, que depois se fundiu a outras legendas, dando origem ao PPR, que sofreu novo processo de fusão e se transformou no PPB. Depois disto ele foi para o PTB, PFL, voltou para o PPB, que já havia se transformado no atual Progressistas. Visando a disputa pela Presidência da República, foi para o PSC, e, logo em seguida, para o PSL, legenda pela qual se elegeu para comandar o Palácio do Planalto em 2018. No ano seguinte deixou o partido e agora se filia ao PL.

Bolsonaro esteve muito mais próximo de se filiar ao Progressistas, do que ao PL, mas o partido do senador Esperidião Amin, em nível federal, possui vários diretórios estaduais francamente ligado a aliados do ex-presidente Lula da Silva (PT), como bem ressalta o ex-deputado federal Leodegar Tiscoski (PP).

“No Nordeste o Progressistas está nitidamente dividido entre os que apoiam Bolsonaro e os que apoiam Lula. Em nível nacional o partido queria a filiação dele, mas estas resistências localizadas acabaram inviabilizando a filiação”, comenta Leodegar.

Em Santa Catarina, há uma tendência natural do Progressistas de estar próximo a Bolsonaro. Dentre um rosário de possibilidades, uma tem sido levada muito em voga, dando conta da candidatura do senador Jorginho Mello (PL) ao Governo do Estado, tendo a deputada federal Ângela Amin (PP) como sua vice. Ângela poderia ser substituída nesta disputa pelo prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP).

A dupla, seja ela qual fosse, pode contar com o reforço do empresário Luciano Hang, das Lojas Havan, concorrendo como candidato a senador pelo PL. Todos fazendo palanque eleitoral para Bolsonaro.

Jorginho quer ampla aliança, envolvendo o Progressistas

Os planos do senador Jorginho Mello (PL) para a disputa pelo Governo do Estado não são nada humildes. Além de estar costurando com o Progressistas, ele também está em franca negociação com o PTB, do deputado estadual Kennedy Nunes, e com o Republicanos, sigla que vem sendo considerada uma espécie de tábua de salvação do governador Carlos Moisés da Silva.

Todavia, o Republicanos está muito próximo de Jorginho, por influência do grupo do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. Vale lembrar que Jorginho é o vice-líder no governo no Senado Federal, e que o Republicanos era uma das opções de filiação de Bolsonaro.

Republicanos, “de Carlos Moisés”, está muito próximo de Jorginho

Neste momento, o Republicanos está mapeando suas candidaturas proporcionais no Estado, e Jorginho Mello tem participado desta articulação. O deputado federal criciumense Daniel Freitas, por exemplo, que estava deixando o PSL para se filiar ao PL, pode migrar para o Republicanos.

A filiação faz parte da articulação de Jorginho Mello para que o Republicanos integre sua coligação. Ressalte-se que o partido faz parte, francamente, dos planos de filiação do governador Carlos Moisés da Silva para disputar a reeleição.

Ele, no entanto, está longe de ter o controle da sigla. Não a tem no Estado, e muito menos em nível federal, onde a legenda integra o grupo dos apoiadores mais próximos do presidente Jair Bolsonaro.

Motinha diz que “Republicanos está conversando com todos”

Em nossa região a situação do Republicanos é, no mínimo, confusa. O partido vem sendo coordenado aqui no Extremo Sul pelo ex-vereador de Araranguá, Marco Antônio Mota, o Motinha, que é pré-candidato a deputado estadual pela legenda.

Ele ingressou no partido a convite do grupo político ligado diretamente ao governador Carlos Moisés da Silva. A cúpula estadual do partido, no entanto, diz que não tem compromisso com nenhum grupo político, até o momento, e que está conversando com todos. Este posicionamento reforça a tese de que a sigla poderá estar com Jorginho, por conta do contexto da política nacional.

Problema do governador é que ele não se posiciona definitivamente

Nos bastidores da política catarinense o que se comenta é que o governador Carlos Moisés da Silva não se posiciona, não se decide em relação a seu futuro político, imaginando que poderá, lá adiante, atrair todos para seu entorno.

Ele não tem levado em conta, no entanto, que há uma dezena de líderes políticos estaduais que também têm projetos majoritários para 2022, e que já estão trabalhando há muito tempo neles.

O governador tem se colocado quase que como uma figura messiânica, a espera do reconhecimento pelos investimentos que vem fazendo no Estado. Neste sentido, aposta especialmente na gratidão dos prefeitos. Basicamente, faz uma leitura ingênua do processo político, quase infantil.

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