Rolando Christian Coelho | Boeira se filia no PDT e amplia possibilidades em 2022

Ex-deputado pode ser vice, ou senador pela frente de esquerda, ou candidato ao governo pelo PDT

Rolando Christian Coelho, 04/04/2022

Boeira se filia no PDT e amplia possibilidades em 2022

Ex-deputado federal Jorge Boeira confirmou sua filiação no PDT na última sexta-feira, e agora passa a avaliar as múltiplas possibilidades diante das eleições estaduais deste ano. O ex-parlamentar tem participado das reuniões da Frente Democrática, grupo composto por partidos de esquerda que tem discutido as articulações com vistas ao pleito de outubro.

Este grupo, que além do PDT conta ainda como o PT, PSB, PV, Psol, Rede, PCdoB e Solidariedade, tenta costurar uma aliança para o lançamento de uma majoritária única.
Quando passou a participar das reuniões da Frente, Boeira vinha conversando com o PSB.

Existia a possibilidade dele se filiar ao partido para ser candidato ao governo pela legenda. Quase que paralelo a isto, o senador Dário Berger, então filiado ao MDB, passou a conversar também com o PSB, e acabou se filiando ao partido com o mesmo propósito. Esta movimentação acabou levando Boeira para o PDT.

Os caminhos, a partir de agora, são muitos, mas Boeira já sabe que no PDT não conseguirá ter força para impor uma candidatura ao governo apoiada pelas demais legendas da Frente. É provável que neste grupo ele possa se encaixar como candidato a vice de Dário Berger (PSB) ou de Décio Lima (PT), ou que seja o nome desta aliança para concorrer ao Senado, apoiando uma dobradinha Dário/Décio, ou Décio/Dário, ao governo. Estes desdobramentos estão dentro da normalidade, e convergem para uma candidatura de Boeira a vice, ou ao Senado.

Vale lembrar que nada impede que o ex-deputado concorra ao governo, mesmo porque o PDT não tem nenhuma obrigação de permanecer dentro da Frente Democrática, principalmente porque não estará federado com PT ou PSB. Quem imagina que Jorge Boeira não está avaliando esta possibilidade se engana.

Ele prospecta, sim, um cenário em que o PDT catarinense o tenha como candidato a governador, para uma dobradinha com o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), à Presidência da República. Boeira somente não tornou totalmente pública esta sua intenção porque ainda está avaliando bem o cenário.

Se lançar o projeto, sabe que precisará levá-lo adiante até o fim, sob pena de não conseguir, depois, espaço na Frente Democrática. Por sua vez, os partidos da Frente sabem que se deixaram Jorge Boeira fora da majoritária, correm o sério risco de conviver com mais uma candidatura de esquerda no Estado este ano, o que seria péssimo para o grupo.

Henrique Maciel assume presidência da Santur

Ex-prefeito de Praia Grande, Henrique Maciel, foi nomeado pelo governador Carlos Moisés da Silva (Rep) como novo presidente da Santur, entidade que equivale a Secretaria de Estado do Turismo. Desde o ano passado ele vinha ocupando a Diretoria de Planejamento do órgão.

Ainda enquanto chefe do executivo de seu município, Henrique foi um dos primeiros prefeitos do Estado a se filiar ao PSL no então governador, hipotecando total apoio político a sua gestão, em um momento em que Carlos Moisés estava bastante fragilizado. Incentivador nato do turismo, o ex-prefeito já disse que vai olhar de forma diferenciada para o Sul do Estado na nova função.

MDB, PSD e União cada vez mais próximos em SC

Presença de lideranças estaduais do MDB e do PSD no ato de renúncia do então prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, do União Brasil, deixa cada vez mais claro o que já se sabe nos bastidores: os três partidos têm se articulado para tentar compor uma nova tríplice aliança no Estado. Em princípio, estaria desenhada uma candidatura de Antídio Lunelli (MDB) ao governo, com Gean Loureiro (União) concorrendo como vice, e Raimundo Colombo (PSD) disputando o Senado pela aliança.

Há esforços dos três partidos para trazer o PSDB para junto do grupo. Por óbvio, as pesquisas precisarão responder favoravelmente a esta intenção, caso contrário o projeto sequer será lançado. As fichas de Antídio estão apostadas neste projeto. Se ele fracassar, o MDB convergirá para ser vice de Carlos Moisés.

Apenas Coronel Mocelin, ex-PSL, migrou para o Republicanos

Deputado estadual Coronel Mocelin foi o único dos seis parlamentares estaduais eleitos pelo PSL, em 2018, que permaneceu aliado ao governador Carlos Moisés da Silva, migrando, como ele, para o Republicanos. Os outros cinco tomaram caminhos distintos. Jessé Lopes, Ana Campagnolo e Sargento Lima foram para o PL, e apoiarão a pré-candidatura de Jorginho Mello ao Governo do Estado.

Vale lembrar que o PL também é o partido do presidente Jair Bolsonaro. Já Felipe Estevão e Ricardo Alba aceitaram a fusão do PSL com o Democratas e permaneceram no União Brasil, que, por ora, tem o ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, como pré-candidato ao governo.

Agora, Carlos Moisés tem nas mãos “a chave pix” do governo

Governo estadual assinou, literalmente, bilhões de reais em convênios com as prefeituras nos últimos meses. Tudo fruto da solicitação de deputados, prefeitos, vices e vereadores. Com dinheiro em caixa, questão agora é meramente a liberação.

Diante deste quadro, o governador Carlos Moisés da Silva (Rep) tem duas opções: liberar tais recursos de forma natural, meramente cumprindo um cronograma administrativo, como se estivesse pagando boletos, ou também pode sentar em seu escritório e avaliar quais “boletos” devem ser pagos.

Na prática, ele tem a opção de pagar na mesma hora, como também de simplesmente segurar o pagamento pelo tempo que lhe convier, dependendo da cara do credor. A partir de agora, e diante das eleições de outubro, amigos, amigos. Negócio a parte.

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