Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já arrecadou mais de R$ 17 milhões, via pix, de 1º de janeiro até o dia 4 de julho. A meta é chegar a R$ 22 milhões. Em princípio, os recursos se destinam a pagar multas contraídas pelo ex-presidente durante o exercício de seu mandato, mas elas não deverão chegar nem a 10% do valor depositado em sua conta.
É claro que o valor a ser arrecadado pode aumentar em uma escala descomunal, principalmente se deputados estaduais e federais do PL se dedicarem a fomentar a campanha pela arrecadação. Pagas as multas, o que sobrar é de Bolsonaro, tudo dentro do que manda a lei, afinal de contas, ninguém é proibido de receber doações. Paga-se o Imposto de Renda, e o que sobrar é lucro.
É muito provável que a sobra da arrecadação seja aplicada no roteiro de visitas que Jair Bolsonaro e sua esposa Michelle Bolsonaro pretendem fazer Brasil afora. Ano que vem teremos eleições municipais, e a presença de ambos, tanto na pré-campanha, como na campanha propriamente dita, é fundamental para reafirmar os princípios do bolsonarismo nas urnas em 2024.
O fato é que não deverão faltar recursos para que o casal Bolsonaro faça suas incursões. As doações via pix estão sendo feitas desde valores de R$ 2,00 até R$ 10 mil, o que demostra o engajamento tanto da grande massa, quanto de empresários e profissionais liberais a causa bolsonarista. Em um país com mais de 200 milhões de habitantes, Jair Bolsonaro vai acabar arrecadando o quanto quiser.
O PT de Lula da Silva também já cansou de promover arrecadações para a causa do partido. As vacas, por óbvio, eram bem mais magras, mas ajudaram a levar o partido cinco vezes ao comando da Presidência da República.
Finais
Durante encontro do PL Mulher, realizado em Florianópolis, no sábado, ex-primeira Dama Michelle Bolsonaro ouviu inúmeros apelos para que dispute a Presidência da República em 2026. Em vários momentos foi entoado o coro “Michelle presidente”, em alusão a próxima campanha pelo Palácio do Planalto. Com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral por oito anos, sua esposa, por óbvio, passa a ser o principal nome dentro do Partido Liberal para a disputa, mas sempre é bom lembrar que nem só da legenda vive o bolsonarismo. O prefeito de Ermo, Paulo Della Vechia (PL), que na sexta-feira almoçou com o casal Bolsonaro, disse que “não imaginava tamanha simplicidade de ambos”. Também escalado para o compromisso, o prefeito de Meleiro, Eder Mattos (PL), um dos principais líderes da legenda no Sul do Estado, não pode ir por motivos de saúde.
Fala do coordenador regional do PT, Ozair Banha da Silva, dando conta de que o partido está tendo dificuldades em se aproximar de outras legendas, que não sejam de esquerda, em nossa região, deixa claro que 2024 deverá ser um ano de inúmeras edições de frentes populares aqui no Extremo Sul catarinense, para a disputa das eleições municipais. Este cenário, deixa o PT com poucas opções de aliança, resumindo suas parcerias à legendas como o PDT, PSB, PCdoB e partidos afins, que diga-se de passagem, não estão organizados na grande maioria dos municípios da Amesc. O fato é que partidos como o MDB, Progressistas, PSD e PSDB estão preferindo surfar no discurso bolsonarista, do que arriscar a se aproximar do PT, ainda que o partido tenha o comando da Presidência da República. Por conta disto, ano que vem, a esquerda pura deverá reaparecer em vários municípios de nossa região com candidaturas autorais.