PL e PT têm travado uma verdadeira guerra fria nos bastidores da política regional. Caminhando em lados opostos da política nacional, as duas legendas têm procurado construir cenários que as leve a disputar a maior quantidade possível de prefeituras, vice-prefeituras e vagas nas Câmaras Municipais.
A incumbência desta tarefa está a cargo dos advogados André Fernandes, que é o coordenador regional do PL, e de Ozair Banha da Silva, que é o coordenador regional do PT. A estratégia tem passado por encontros municipais, regionais, e pela boa e velha conversa de pé de ouvido com lideranças locais, para saber até onde cada legenda pode ir no pleito eleitoral de 2024.
É claro que o sonho dos dois partidos é o de disputar as prefeituras e Câmaras Municipais com carga máxima, mas em nem todos os municípios isto será possível. Em Turvo, por exemplo, onde o bolsonarismo sempre esteve em alta, o PT tem muitas dificuldades em se consolidar. Já em Praia Grande, onde o presidente Lula da Silva (PT) teve sua maior votação em nossa região no pleito passado, o PT pode fazer toda diferença, dependendo de qual aliança venha integrar.
Há também situações bem atípicas, em que petistas e bolsonaristas poderão, eventualmente, estar unidos. É o caso de Jacinto Machado, onde o nome do ex-prefeito Antônio de Fáveri (PT) é bem cotado para voltar a disputar o executivo municipal. Neste caso, ele teria o apoio do Progressistas, cujos principais líderes locais têm votado em peso no bolsonarismo. Trata-se de um caso isolado, mas ele existe.
Tanto o PL quanto o PT têm sonhado alto. O PL, por exemplo, aposta em uma candidatura de Andresa Ribeiro, em Araranguá, com uma liderança progressista como seu vice. Já o PT aposta numa frente de esquerda em Sombrio, com Glauter Soares comandando o grupo, em uma eleição que poderia se mostrar tripolarizada.
E assim se dão as apostas das duas legendas, que, neste momento, garimpam apoios, vislumbram cenários, e buscam construir projetos. Tratam-se dos dois partidos mais atentos, neste momento, à eleição municipal do ano que vem. Nada tem se dado à toa. Tudo está vocacionado ao alicerce necessário para 2026, na eleição presidencial.
Finais
Vários ex-prefeitos de nossa região têm figurado como possíveis candidatos aos executivos municipais ano que vem. Dentre eles, se ressaltam Jonas Souza (MDB) em Passo de Torres, Alex Biachin (PDT) em São João do Sul, Nelson Cardoso de Oliveira (PSD) em Santa Rosa do Sul, Antônio de Fáveri (PT) em Jacinto Machado, Marcos Leone de Oliveira (PSDB) em Ermo, Ronaldo Pereira (PP) em Balneário Gaivota e Wagner da Rosa (MDB) em Maracajá. Alguns estão extremamente propensos a disputa, como é o caso de Marcos Leone. Outros estão observando o cenário, como é o caso de Jonas Souza, e há também aqueles que esperam que tudo dê certo para que possam ventilar a possibilidade de uma nova disputa, como é o caso de Antônio de Fáveri. Independentemente da condição de cada um, o velho adágio popular nunca esteve tão certo: “Política só tem porta de entrada. A de saída vive trancada”.
Notícias de bastidores vindas de Florianópolis não são das mais alvissareiras. Elas dão conta que o Governo do Estado deverá liberar recursos conveniados com as prefeituras, pelo ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep), “a conta gotas”. Não à toa o governo estadual teria editado decreto subordinando os tais convênios a uma série de normativas, todas burocratizando o processo de destinação de recursos. Para os prefeitos que têm convênios a receber, isto é um verdadeiro caos, já que o Estado está pipocado de obras iniciadas no ano passado e que ainda não possuem recursos para serem concluídas. Boa parte delas aqui no Extremo Sul de Santa Catarina. A grande verdade é nossa legislação está totalmente equivocada. Trabalhamos na base da política de governo, e não base da política de Estado. Neste sentido, os municípios ficam literalmente presos ao humor dos governantes. Se alguém puxa o freio de mão, tudo fica parado, como é o caso.