Rolando Christian Coelho | 24/05/2023 | O namoro de PP, PSD, PSDB e União

De olho em 2024, lideranças estaduais do Progressistas, PSD, PSDB e União Brasil têm conversado sobre possíveis alianças com vistas às eleições municipais. Estes partidos, que hoje transitam entre o conservadorismo e a social democracia, tangenciando o liberalismo, sabem que o bolsonarismo e o petismo virão com tudo para o pleito eleitoral do ano que vem. Isoladamente, as legendas que fogem a esta dualidade terão poucas chances de sucesso e, por isto, há um esforço concentrado para que haja alianças.
Um indicativo de que estão sendo feitos esforços para que as quatro legendas convirjam para um ponto em comum têm sido as reuniões regionais realizadas pelo Progressistas. Em boa parte delas há a presença de uma ou mais lideranças estaduais do PSD, PSDB e do União. A recíproca também é verdadeira quando os encontros dizem respeito aos outros partidos.
Se o MDB fosse somado a este grupo, estaria reeditada a tríplice aliança fomentada pelo ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB), que teve seu auge na segunda gestão de Raimundo Colombo (PSD), entre 2015 e 2018, quando gregos e troianos dividiram o poder em Santa Catarina. O MDB, no entanto, está dentro do governo de Jorginho Mello (PL), e, por fidelidade ao atual comandante do Estado, não têm compartilhado a mesa dos ex-aliados.
O grande problema de Progressistas, PSD, PSDB e União Brasil para 2024 será conciliar interesses. Esta aliança parece ser muito mais plausível para 2026, na eleição estadual, do que para o ano que vem. É que em grande parte dos municípios de Santa Catarina estas legendas são rivais, o que inclui vários municípios aqui de nossa região. De todo modo não custa tentar, já que no ano que vem deveremos ser expectadores de um terceiro tempo entre bolsonaristas e petistas, na briga pelo poder. Os demais partidos precisarão se posicionar diante deste cenário, pois, isoladamente, terão muitas dificuldades de êxito. É justamente por isto que a busca por alianças tem começado desde já.
Estes acertos de cúpula, no entanto, tendem a sofrer severas sanções por parte da população, principalmente nos municípios com maior contingente eleitoral. É que nos últimos anos o eleitor comum tem demonstrado uma verdadeira ojeriza aos conchavos partidários. Esta aversão explica em muito o surgimento do bolsonarismo em nível nacional, e sua real presença em Santa Catarina, Estado onde os tais acertos de caserna insistem em ser reeditados, de forma contraditória ao pensamento médio do eleitor.

 

Finais

Pelo menos três prefeitos de nossa região estão no radar do PL, sigla do governador Jorginho Mello. Um deles já está até mesmo com a ficha de filiação assinada para ingressar no partido, esperando apenas o sinal do governador. Em todo o Estado, as estimativas dão conta de que pelo menos trinta prefeitos estão dispostos a entrar na legenda de forma imediata, sem mais delongas. Jorginho, no entanto, estaria segurando as filiações para não bater de frente com os deputados estaduais. É que cada filiação de prefeito no PL, é uma filiação de prefeito a menos do MDB, PSD, PSDB, Progressistas, e assim por diante, o que, sem dúvidas descontenta os deputados destes respectivos partidos, que, por suas vezes, dão sustentação ao governo de Jorginho na Assembleia Legislativa. Mais cedo, ou mais tarte, no entanto, o PL será insuflado.

 

Prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), já se decidiu, e deverá se filiar ao PSD no próximo dia 26 de junho. O Progressistas, especialmente através do senador Esperidião Amin, até que tentou persuadir Salvaro, mas não conseguiu. O prefeito também não deu asas à imaginação, diante da fala do govenador Jorginho Mello (PL), que disse o querer ao seu lado a partir de 2025, quando deixar a prefeitura. O ingresso de Clésio Salvaro no PSD, no entanto, não se dá em clima de total harmonia. O deputado federal Ricardo Guidi (PSD) continua de bico virado. Um dos motivos é que ele quer disputar a Prefeitura de Criciúma ano que vem. Já Salvaro pretende apoiar seu Secretário de Governo, Arleu da Silveira, que em março do ano que vem também deverá se filiar ao PSD. Sem dúvidas uma briga interna que já está agendada para acontecer.

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