Rolando Christian Coelho | 20/04/2023 | Prefeitos à beira de um ataque de nervos

Passados quase quatro meses da gestão do governador Jorginho Mello (PL), prefeitos de todo o Estado ainda aguardam pela liberação de recursos que foram conveniados com as prefeituras pelo ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep). Enquanto isto, Santa Catarina mais parece um canteiro de obras paradas, com muitas delas já entrando em estado de depreciação. São quase R$ 2 bilhões conveniados com os municípios que simplesmente estão trancados em Florianópolis, a espera de um milagre.
Por óbvio que a gestão é outra, o governador é outro, mas o fato é que os prefeitos são os mesmos, e foram eles que assumiram compromissos junto as suas comunidades. Não sem razão, os chefes de executivo dos municípios estão à beira de um ataque de nervos, afinal de contas a população cobra, e com razão, por aquilo que foi iniciado e não está sendo concluído. São estradas, avenidas, ruas, escolas, postos de saúde, praças, calçadões, pontes, e uma infinidade de outras obras paradas pela metade, causando um prejuízo social e econômico astronômico.
Em princípio, o ex-governador Carlos Moisés da Silva diz que deixou dinheiro em caixa para a conclusão de tudo o que foi conveniado. Já o atual governador Jorginho Mello diz que o dinheiro não existe. No meio da história está a população, pagando um alto preço pela não conclusão do que foi iniciado.
Financeiramente, tudo isto irá custar muito caro para Santa Catarina. Quando forem chamadas para concluir aquilo que iniciaram, fatalmente as empresas vencedoras dos processos licitatórios irão solicitar reequilíbrio de preços, que nada mais é do que o reajuste dos valores inicialmente contratados. Imagine quanto custará aos cofres públicos reajustar R$ 2 bilhões.
Se o Governo do Estado dispõe dos recursos para cumprir com os convênios, não haveria nenhum gesto maior do que liberar de vez tais montantes, para que os municípios possam voltar a sua rotina. Se os recursos não existem, os esforços deveriam ser redobrados, de modo a se achar uma solução definitiva para este impasse que envolve as prefeituras seja revolvido de vez.

Finais

Por falar em obrar paralisadas no Estado, deputado estadual José Milton Scheffer (PP), e o prefeito de Praia Grande, Fanica Machado (PP), se reuniram com técnicos da Secretaria de Estado da Infraestrutura solicitando posicionamento quanto a retomada das obras de pavimentação da SC 108. A rodovia, que liga Jacinto Machado à Praia Grande, foi uma das contempladas com recursos da gestão do governador Carlos Moisés da Silva (Rep), mas a exemplo de dezenas de outras obras espalhadas pelo Estado, está literalmente parada. “Com a paralisação, a estrada está intransitável e os moradores e produtores enfrentam dificuldades para trafegar e para transportar seus produtos”, comentou o deputado. Pelo lado do governo, a promessa da retomada. Mas por ora, só promessa, pois na prática nada vem acontecendo.

Presença do empresário Carlo Alano na convenção municipal do MDB, que conduziu o ex-prefeito de Sombrio, Zênio Cardoso, a presidência do partido, no último final de semana, foi interpretada como a volta da velha tropa de choque emedebista ao comando da legenda. Neste sentido, a prefeita Gislaine Cunha (MDB) se fortalece ainda mais para seu projeto de reeleição ano que vem, já que Zênio e Carlo Alano, além de defenderem esta tese, são exímios articuladores políticos. Diante deste cenário, há uma franca tendência de manutenção da atual coligação que dá sustentação ao projeto de Gislaine, com tendência de ampliação do quadro de partidos que compõe o seu colegiado. Zênio, que andava meio afastado do cenário político, pediu alguns dias para se inteirar dos meandros da política sombriense, de modo a voltar a ativa.

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