Entrada do MDB na gestão do governador Jorginho Mello (PL) resolve de vez questão ligada a necessidade de uma base de apoio primária para que a administração estadual tenha a tranquilidade necessária para trabalhar. Com PL, Progressistas e MDB oficialmente dentro do governo, Jorginho assegura 20 votos para embates no parlamento estadual, de um total de 40 deputados. Nas próximas semanas, no entanto, pelo menos outros dez deputados, das mais diversas legendas, a exemplo de PSDB, PSD e União Brasil, também deverão embarcar na gestão estadual. Vários deles, aliás, já estão assegurados. Grosso modo, os únicos deputados que deverão fazer oposição a Jorginho são aqueles ligados a partidos de esquerda, ou com tendência de esquerda, mas eles não passam de dez.
A tão sonhada estabilidade política é boa para Jorginho, mas muito melhor ainda para o Estado de Santa Catarina, já que o governo, em princípio, não precisará se preocupar com ataques frenéticos de grande calão vindos do parlamento. Ataques que, por vezes, são fermentados e se desdobram em situações muito delicadas, como é o caso das famosas CPIs, das quais derivam os processos de impeachment. Sem base parlamentar, por exemplo, o ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep) respondeu a dois processos de impeachment, sendo quase cassado e travando os trabalhos do governo por quase dois anos. Como consequência, quando começou efetivamente a trabalhar, sua gestão já estava acabando e a grande maioria de seus projetos ficaram na gaveta.
Esta situação que envolveu Carlos Moisés acabou se transformando em uma bomba relógio para Jorginho. Derivam da ex-gestão estadual dezenas de projetos apenas iniciados ou encaminhados, e que simplesmente não foram finalizados. Alguns exemplos em nossa região são a pavimentação da Serra do Faxinal, em Praia Grande, a pavimentação da SC 108 entre Jacinto Machado e Praia Grande, a ponte sobre o rio Araranguá, a rodovia Caminhos do Mar, em Balneário Gaivota, e o calçadão à beira mar de Balneário Arroio do Silva. Tudo encaminhado, mas nada resolvido.
Muito da decisão do MDB de apoiar Jorginho Mello tem justamente a ver com a necessidade de se destravar estes projetos. A grande verdade é que no setor de obras Santa Catarina está parada. Ao assumir a Secretaria de Infraestrutura, o MDB quer focar justamente na resolução destas questões. Torçamos para que tudo se encaminhe a contendo das necessidades da população catarinense.
Finais
Deputado estadual Tiago Zilli (MDB) acredita que decisão de seu partido, de apoiar a gestão do governador Jorginho Mello (PL), foi “acertada, responsável e madura”. De acordo com ele, “não haveria sentido em o MDB ficar na oposição, ou manter uma postura neutra diante de tantas demandas que precisam ser enfrentadas pelo governador”. Para Tiago, “um partido precisa dividir responsabilidades, já que não se trata de, neste momento, fortalecer ou não a legenda, se trata de fortalecer ou não o governo”. Em linhas gerais, de acordo com Zilli, quanto mais forte for o governo, mais retorno ele trará a sociedade.
Independentemente das obras que o Governo do Estado precisará tocar em nossa região já de imediato, há uma que precisará ser observada com um olhar bastante diferenciado. Refiro-me a necessidade premente do recapeamento da rodovia José Tiscoski, no trecho entre Sombrio e Jacinto Machado. Não se trata mais de comodidade. Trata-se de vidas a serem salvas. A referida rodovia está polvilhada de buracos. Há anos que apenas operações tapa buracos, ou recapeamentos pontuais, são realizados. Nada que de fato resolva o problema ali posto. Voltamos a ter dois deputados na Assembleia. Quem sabe, com trabalho em dobro, a solução para o problema se equacione.