Deputados estaduais do PL se reuniram ontem e deliberaram por manifestar apoio a candidatura do deputado José Milton Scheffer (PP) à Presidência da Assembleia Legislativa. No embalo, foi indicado o nome da deputada Ana Campagnolo (PL) para ser candidata a vice-presidente do parlamento estadual. A declaração de apoio dos deputados do PL é um balde de água fria nas pretensões do deputado Mauro de Nadal (MDB), que vem tentando construir uma candidatura ao comando da Mesa Diretora da Assembleia, com o apoio dos principais partidos que darão sustentação ao governo de Jorginho Mello (PL).
Em princípio, Zé Milton vinha sendo apontado como o candidato a presidente da Assembleia Legislativa que enfrentaria uma candidatura “oficial”, a ser apoiada pelos partidos mais próximos a Jorginho. Por conta disto, Zé Milton vinha reunindo a simpatia de deputados eleitos por legendas de centro, e também de esquerda, a exemplo do PT, PDT e Psol, justamente para fazer contraponto ao grupo que vem se alojando no entorno de Jorginho.
A questão agora é saber se estas legendas permanecerão irmanadas a seu projeto de Zé Milton, ou se migrarão para uma outra candidatura. De todo modo, para Zé Milton, manter-se aliado aos onze deputados estaduais do PL praticamente significa a garantia de sua eleição para comandar o parlamento estadual a partir de 1º de fevereiro. Neste cenário, ele precisaria de apenas mais nove votos, dentre os demais 28 deputados, o que não é nenhum pouco difícil de ser articulado.
Se o PL de fato se mantiver unido no propósito de apoiar a eleição de Zé Milton para a presidência da Assembleia, o mais provável é que ele acabe sendo indicado como candidato de consenso de todos os deputados, recebendo os votos dos 40 parlamentares, o que incluiria o seu. É que a balança ficaria muito desequilibrada, com Zé Milton recebendo cerca de 25 votos, contra 15 de seu adversário. Como a votação para a escolha do presidente já nasceria sacramentada, não haveria porque disputá-la, o que só geraria desgaste para o derrotado. Em várias outras situações passadas este cenário já foi vivenciado no parlamento estadual, e, via de regra, o candidato que consegue ter a declaração de apoio da maioria dos votos para assegurar a presidência da Assembleia nem chega a ter adversário.
O anúncio dos deputados estaduais do PL de que apoiarão a candidatura de Zé Milton à presidência da Assembleia traz consigo alguns recados bem claros. O primeiro é o de que a legenda não quer o MDB no comando do parlamento estadual. Não houve convergência em direção a Mauro de Nadal, e provavelmente não haverá em direção a nenhum outro emedebista. O segundo recado vem do próprio governador eleito Jorginho Mello, que optou por se eximir de entrar na discussão que objetiva eleger o próximo presidente da Assembleia. Jorginho está preferindo dançar conforme a música.
Mais cortes na Serra da Rocinha
Governo Federal cortou R$ 8 milhões que estavam destinados para a pavimentação da Serra da Rocinha, em Timbé do Sul. Também não há previsão orçamentária para investimentos na obra no que diz respeito ao Orçamento da União de 2023. Por óbvio que uma manobra contábil aqui, outra acolá, e tudo se resolve. Esta, aliás, tem sido a vida da Rocinha. Todavia, o problema é justamente este. Os recursos para a condução normal da pavimentação da Serra nunca estão assegurados. Vira e mexe e o dinheiro já garantido simplesmente some. Feito isto, é preciso começar tudo de novo para que os recursos voltem a constar no Orçamento. Isto que estamos falando de uma obra totalmente estratégica para a economia do país, que por fim ligará o Oceano Pacífico ao Atlântico. Imagine o resto.
Senados de Santa Catarina tender a ser oposição a Lula
PEC da Transição, que permitirá ao futuro presidente Lula da Silva (PT) extrapolar o teto de gastos do Governo Federal em quase R$ 80 bilhões por ano, foi aprovada com ampla maioria no Senado. Isto já era totalmente esperado. No entanto, é interessante observar que os senadores Esperidião Amin (PP) e Ivete Appel Silveira (MDB) votaram contra a PEC, mesmo sabendo que seriam derrotados. Dos senadores catarinenses, apenas Dário Berger (PSB) votou a favor, mas ele deixará o Senado no final de janeiro, dando lugar a Jorge Seif (PL), que será oposição ferrenha a Lula. Tudo indica que Amin, Ivete e Seif andarão na contramão do Governo Federal. Fala-se, ainda, na renúncia de Ivete, o que colocaria Beto Martins (PL) no Senado. A oposição, no entanto, seria a mesma, por pressão dos liberais.