Rolando Christian Coelho | 13/12/2022 | Diplomação de Lula com discurso errado

Presidente eleito Lula da Silva (PT), e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), foram diplomados, ontem, pelo Tribunal Superior Eleitoral. O ato garante a posse de ambos no próximo dia 1º de janeiro. Em seu discurso, Lula preferiu o enfrentamento, perdendo a oportunidade de ressaltar a importância de um pacto de unidade nacional para o engrandecimento do país. Acabou jogando gasolina na fogueira bolsonarista, na medida em que insistiu na tese da vitimização durante o período eleitoral, buscando transformar seu principal adversário, o presidente Jair Bolsoanro (PL), em uma espécie de algoz da democracia. No embalo, também teceu incisivos elogios ao Tribunal Superior Eleitoral, e ao Supremo Tribunal Federal, por conta da condução do processo eleitoral deste ano. Sabe bem ele da indisposição dos bolsonaristas com estas duas instituições.
Se as alfinetadas de Lula pararem por aí, muito que bem. No entanto, se ele insistir na tese de que todos que não concordam consigo são inimigos da pátria, a tendência é que mergulhemos em mais quatro anos do mais puro atraso social. Ao amiudar a discussão política nacional a uma briga de moleques de quinta série, o futuro presidente não estará colaborando em nada para que o Brasil siga seu caminho. Está nas mãos de Lula amenizar o clima instaurado no país. Ele não pode imaginar que a oposição fará isto, mesmo porque o PT nunca o fez, à época em que desempenhava este papel.
Nutre-se a expectativa que Lula seja um pacificador, que busque, especialmente através de Geraldo Alckmin, construir as alianças necessárias para ter estabilidade governamental, tanto junto ao Congresso Nacional, quanto à Suprema Corte. O primeiro passo para isto é baixar a guarda, esquecer a campanha e focar em projetos de desenvolvimento para o Brasil. As provocações a seus adversários somente servirão para permitir o reinado da discórdia entre a população, o que não contribuiu em nada para o crescimento da Nação. É muito provável que não faltem, entre os mais próximos a Lula, aqueles que queiram ver o circo pegar fogo de vez. Também é provável que os instintos primários de Lula o impulsionem a isto, mas é chegado o momento de o fígado ceder espaço ao cérebro.

Jorginho se reúne com PL para manter bancada unida

Rumores cada vez maiores dando conta que a bancada do PL poderá rachar, diante da eleição para a nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, em fevereiro próximo, tem preocupado articuladores do partido. Através de alianças com legendas como o MDB, PSD, PSDB e União Brasil, o PL, do futuro governador Jorginho Mello, tem todas as condições de governar o Estado sem maiores sobressaltos. Ontem, objetivando tratar de assuntos genéricos, Jorginho se reuniu com deputados estaduais de seu partido. Político experiente, buscar manter a coesão, que é complexa, tanto por conta dos interesses internos, como dos assédios externos. Por ora, a maior ameaça a intenção de Jorginho, de emplacar um presidente da Assembleia Legislativa ligado diretamente a ele, responde pelo nome de José Milton Scheffer (PP), cujo projeto tem ganhado corpo no parlamento estadual. Talvez fosse a hora de Mauro de Nadal (MDB) ser substituído por outro nome, como candidato de situação.

Novos secretários serão anunciados nesta semana

Governador eleito Jorginho Mello (PL) deverá anunciar na amanhã, ou na quinta-feira, mais nomes de seu secretariado. Até agora já foram apresentados onze, todos com perfil técnico. Por ora, o Sul do Estado está desguarnecido. Isto também não se dá à toa. Foi justamente no Sul onde Jorginho obteve seus menores percentuais no primeiro turno, por conta da candidatura a reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep). Por conta disto, os compromissos do governador eleito com nossa mesorregião acabam sendo menores do que os compromissos com outras regiões, onde ele teve maior receptividade eleitoral. Ao longo dos últimos dias, as especulações dando conta que o deputado estadual Volnei Weber (MDB) poderia assumir a Secretaria da Infraestrutura se esvaziaram. Em princípio, não há nenhum outro nome de peso, do Sul do Estado, para emplacar no primeiro escalão do governo Jorginho. Os que poderiam ser convocados, estão cumprindo mandatos frente a prefeituras.

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