Rolando Christian Coelho – 09/11/2022 – PL lança Bolsonaro à Presidência em 2026

Presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, lançou ontem o presidente Jair Bolsonaro (PL) como candidato a Presidência da República em 2026. No embalo, já disse que o partido estará “francamente na oposição” ao governo de Lula da Silva (PT), a ser iniciado no dia 1º de janeiro. Instigado a reconhecer oficialmente a derrota de Bolsonaro na disputa contra Lula, Costa Neto se restringiu a dizer que só irá se pronunciar a este respeito depois que o Ministério da Defesa der seu veredito em relação a auditoria feita em urnas eletrônicas utilizadas no pleito eleitoral deste ano.
Por óbvio, já da para perceber que a retórica usada por Bolsonaro para enfrentar a eleição deste ano continuará sendo utilizada no próximo quadriênio, de modo a solidificá-lo como o principal candidato de oposição ao governo Lula. Com um patrimônio de 49,10% dos votos válidos dos eleitores brasileiros, e com amplas chances de crescimento orgânico na maioria dos Estados do país, Bolsonaro sabe que só precisa manter sua militância unida para enfrentar com reais chances de vitória a próxima eleição presidencial, provavelmente com muito mais chances do que o pleito deste ano.
Ter um oposicionista forte como Jair Bolsonaro é uma pedra e tanto no sapato do presidente eleito Lula da Silva. É que Lula e seus aliados não têm muita margem para erros. Por menores que eles sejam, Bolsonaro tentará tirar vantagem em cima, engrossando suas fileiras.
A grande dúvida é saber se o PT tentará bancar uma nova candidatura de Lula em 2026, ocasião em que ele já estará com 81 anos, ou se tentará apostar novamente em Fernando Haddad, considerado seu substituto imediato para um projeto desta envergadura.
O que pode parecer uma grande precipitação não o é. Em política, um mandato é um estalo de dedos, com a prerrogativa que os próximos quatro anos deverão passar muito mais rápidos que o último quadriênio, por conta do ferrenho embate ideológico que deveremos ter daqui para frente entre bolsonaristas e lulistas. Erra quem imagina que a eleição de 2022 acabou. Ela está apenas no intervalo. A partida final será em 2026, e quem vencer leva o campeonato para casa, com direito a colocar o troféu na estante, provavelmente, por muitos anos.

Plano 1000 pode ser suspenso

 

Prefeituras de todo o Estado estão ameaçadas de não receber recursos do chamado Plano 1000, lançado pelo governador Carlos Moisés da Silva (Rep). Na prática, o Plano prevê o repasse de R$ 1.000,00 por habitante para os municípios catarinenses. Um município com 30 mil habitantes, por exemplo, receberia R$ 30 milhões, para investir no que considerasse ser suas prioridades. Em princípio, cerca de 20% dos recursos do Plano 1000 já chegaram as prefeituras, mas o restante do dinheiro ainda está em fase de análise de projetos, ou preso às retóricas burocráticas, para então ser destinado aos executivos. O Ministério Público de Santa Catarina, no entanto, emitiu parecer recomendando que o governo suspenda imediatamente os repasses. Enfatiza que os meios utilizados para viabilizar o Plano 1000 são inconstitucionais. A falta de critérios mais claros para justificar os repasses, assim como a impessoalidade na destinação dos recursos, seriam os principais problemas.

Para Jorginho, suspensão seria boa

Em relação a solicitação do Ministério Público Catarinense para que o Governo do Estado suspenda os repasses do Plano 1000, cabe ressaltar que o Tribunal de Contas do Estado já havia instaurado procedimento interno para fazer um levantamento completo do programa. A Procuradoria Geral do Estado, assim como a Assembleia Legislativa, também já foram instigadas a se manifestar sobre o assunto. Pelo andar da carruagem, é muito provável que o Plano 1000 fique congelado, se não neste final de ano, mas a partir do início do mandato do governador eleito Jorginho Mello (PL). O novo mandatário do Estado não vai colocar a mão em cumbuca. Ele não tem porquê assumir riscos diante de ações que não são suas. Ademais, para Jorginho, o melhor que pode acontecer é justamente a justiça ou o TCE suspender o Plano 1000, dando a oportunidade para que ele faça seu próprio programa de distribuição de recursos para os municípios.

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