MDB continua pegando fogo diante de 2022

Deputados do MDB se reuniram com Carlos Moisés, indicando apoio a sua reeleição

Rolando Christian Coelho, 04/02/2022

MDB continua pegando fogo diante de 2022

A cada dia que passa clima nas internas do MDB tem ficado mais tenso. Basicamente, o partido está dividido entre os que querem uma candidatura própria ao governo, bancada pelo prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, e os que querem uma aproximação com o governador Carlos Moisés da Silva, o trazendo para o MDB para que ele seja candidato à reeleição pela sigla, ou mesmo indicando seu candidato a vice.

Nesta semana o presidente estadual do MDB, Celso Maldaner, baixou resolução que confirma as prévias do partido para o dia 19 de fevereiro, conforme havia sido acordado pelos principais líderes da sigla em agosto do ano passado. Mais do que isto, Maldaner estipulou que quem quiser se inscrever como pré-candidato ao governo pelo MDB, terá que fazer isto até o próximo dia 10.

No embalo, determinou, através da resolução, que se restar apenas um candidato com pretensões de chegar ao governo pelo MDB, este estará automaticamente indicado para a disputa majoritária deste ano.

Está mais do que claro que Celso Maldaner está servindo um prato preparado por Antídio Lunelli. Por conta da resolução, os deputados do MDB, que têm articulado o ingresso do governador Carlos Moisés da Silva no partido, para disputar à reeleição, emitiram ontem nota contrária a resolução baixada por Maldaner.

A bancada estadual emedebista considera a resolução antidemocrática, na medida em que não oportuniza uma maior discussão sobre os destinos do partido, diante da eleição deste ano em Santa Catarina. A bem da verdade, trata-se de mera retórica, já que as prévias haviam sido acordadas há quase seis meses, e qualquer filiado, que esteja em dia com seus direitos políticos, pode se inscrever como postulante ao governo pelo partido, desde que cumpridos os prazos de filiação para tal fim, estipulados pelo estatuto da sigla.

Em linhas gerais, neste momento os deputados estaduais do MDB querem que o partido abra as portas para a filiação do governador Carlos Moisés da Silva, e que, por consenso, o indiquem como candidato à reeleição.

O grupo de Antídio, por sua vez, quer a manutenção das prévias, o que, provavelmente, garantiria já no próximo dia 19 a homologação de seu nome como candidato ao governo pelo MDB.

A verdade é que estrago no MDB já está feito

Ganhe quem ganhar esta batalha interna no MDB, o estrago no partido já está feito. Celso Maldaner pode insistir na tese das prévias no dia 19, o que provavelmente promoverá a escolha de Antídio Lunelli como candidato ao governo.

Todavia, será uma candidatura que nascerá sem uma base robusta, e, por consequência, bastante desgastada. Caso Maldaner volte atrás, o que significa dizer que foi Antídio quem voltou atrás, o MDB corre o risco de perder sua filiação para outra legenda, jogando para o ar, também, a possibilidade da reaglutinação da tríplice aliança em torno do MDB.

É possível que Antídio migre para uma legenda como o Podemos, ou o União Brasil, construindo seu projeto a partir dai.

Maioria do MDB quer candidato já filiado ao partido

Um dos problemas de Carlos Moisés dentro do MDB, é que as bases do partido, aparentemente, não o querem como o candidato ao governo pela sigla. Uma consulta feita aos diretórios do MDB de todo o Estado apontou que 79% do partido quer que a legenda lance como seu candidato a governador alguém já filiado a sigla. Apenas 19% aceitam ter Carlos Moisés como candidato ao governo pela legenda.

Há ainda 1% que aceita que o MDB concorra como candidato a vice de Carlos Moisés, e outro 1% não respondeu a consulta. Sempre é bom lembrar que boa parte dos esforços dos deputados do MDB em favor de Carlos Moisés tem como origem a pressão de prefeitos do partido, que querem ter facilitado o acesso a recursos do governo.

Banha aguarda desdobramentos para encaminha projeto a federal

Ex-presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Araranguá, Ozair Banha da Silva (PT), diz que permanece como pré-candidato a deputado federal por seu partido, “mas de olho nos desdobramentos que envolvem a possibilidade do PT ter que cortar nomes, por conta da federação partidária”.

Se a legenda optar pela federação, o conjunto de partidos que estiver irmanado ao PT poderá lançar, no máximo, 17 candidatos a deputado federal. Se, neste contexto, sobrar apenas sete ou oito vagas de candidato a federal pelo PT, dificilmente Banha conseguiria levar seu projeto adiante, já que a legenda optaria por lançar candidatos dos grandes centros. Caso o PT lance cerca de dez candidatos a federal ou mais, Banha provavelmente concorreria.

PT apoiará PSB em Pernambuco, fato que pode se repetir em SC

Ex-presidente Lula da Silva (PT) se reuniu ontem com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Do encontro, restou um acordo dando conta que o PT irá apoiar um candidato do PSB ao governo daquele Estado.

O acordo é um indicativo que o PT poderá usar este modus operand em outras unidades da federação, o que inclui Santa Catarina. Por aqui, as especulações são grandes, dando conta que o PT poderá indicar o vice do PSB na disputa para governadoria.

Um dos nomes do PSB para disputar o governo é o do ex-deputado federal Jorge Boeira, de Araranguá. Também é ventilada a possibilidade de filiação do senador Dário Berger (MDB), no PSB, com o mesmo objetivo de Boeira.

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