Alunos de Medicina pedem intimação da reitoria no MP

Estudantes do curso de Medicina da UFSC Araranguá protocolaram ontem, no MP, documento pedindo providências para o não fechamento da graduação

Segundo acadêmicos do curso de Medicina da UFSC de Araranguá, a 7ª fase terá apenas uma das 41 horas/aula semanais previstas para o próximo semestre e entrada de novos calouros pode ser prejudicada.

Apesar a Administração da UFSC, a Universidade Federal de Santa Catarina, ter emitido nota na terça-feira, dia 10, negando o fechamento do curso de Medicina no Campus de Araranguá, os acadêmicos não se convenceram.

Os alunos do curso de Medicina da UFSC Campus Araranguá protocolaram no Ministério Público um documento pedindo providências para o não fechamento da graduação. Conforme a manifestação, apenas 26 vagas das 70 destinadas a professores estão preenchidas, enquanto que nenhum dos 30 cargos técnicos necessários para a manutenção das aulas está ocupado.

Ainda, de acordo com os estudantes, o Projeto Pedagógico do Curso previa inicialmente que a cada semestre, seis novos profissionais seriam contratados.

“A partir do 2º semestre do ano corrente, com o início das atividades programada para Out/2021, não haverá a oferta das seguintes disciplinas: Módulo Sequencial VII, Módulo Habilidades e Humanidades VII e Módulo Comunidades VII”, anuncia o documento.

Com a falta de profissionais, no próximo semestre será ofertada apenas uma das 41 horas/aula semanais previstas para a sétima fase.

Os estudantes ainda contam que a coordenação do curso já tinha avisado, com antecedência, ao gabinete da reitoria sobre a necessidade de contratação de novos profissionais, porém, nada teria sido feito até o momento.

Outras ações teriam sido feitas por parte dos estudantes e coordenação do curso para evitar que houvesse prejuízo aos estudantes, mas nenhuma resposta foi dada pela universidade. Até que se soube que a universidade tem mais de 110 vagas abertas para professores no curso de Medicina, vagas estas confirmadas pelo MEC.

“O MEC também encaminhou quadro em que constavam as demandas solicitadas pela UFSC no ano de 2020, onde se pode verificar não haver pedido de liberação de códigos de vaga para professores e técnicos para o curso de Medicina Campus de Araranguá, tampouco a realização de concurso público para preenchimento das vagas já existentes”, escreve a manifestação.

O Ministério ainda teria respondido a questionamentos de parlamentares sobre o assunto, que a contratação de professores se trata de prerrogativa institucional da universidade e que não consta em seus registros novos pedidos para a realização de concursos e/ou liberação de novos códigos de vagas da UFSC.

O Centro Acadêmico do curso se reuniu, no fim de julho, com a coordenação da graduação, diretoria do centro de ciências e a vice-reitora da UFSC, Cátia Carvalho Pinto, e durante o encontro online, os integrantes foram avisados de que a universidade não tem como contratar novos profissionais.

“A Magnífica Reitora em exercício afirmou que, infelizmente, o prazo para realização de concurso para a contratação de docentes para o próximo semestre é muito curto, e que inexoravelmente a sétima fase irá paralisar, bem como uma provável necessidade de paralisação da entrada de novos calouros”, diz o grupo de alunos ao MP.

No documento, eles ainda denunciam que os responsáveis administrativos da UFSC deliberadamente optaram por não resolver o problema e evitar o fechamento do curso.

Na manifestação escrita, os estudantes fazem um requerimento para que a reitoria seja intimada a dar explicações sobre o fechamento do curso, que um inquérito civil seja aberto para apurar os fatos e que sejam tomadas providências para que o ensino não seja paralisado.

O documento foi protocolado nesta terça-feira, dia 10.

 

 

 

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