Nesta quinta-feira, 23, o MDB assumirá a Secretaria de Estado da Infraestrutura, através do deputado estadual Jerry Comper. Em seu lugar, quem ocupará uma cadeira na Assembleia Legislativa é o primeiro suplente emedebista, Emerson Stein, ex-prefeito de Porto Belo. O quinhão oferecido pelo governador Jorginho Mello (PL) ao MDB parece pouco, mas pode ser a tábua de salvação da legenda, que nas últimas eleições deu aula de como não agir diante de um pleito eleitoral. Em 2010 e 2014 o partido disputou as eleições estaduais como coadjuvante do PSD, ocupando a vaga de vice de Raimundo Colombo. Em 2018, dividido, sequer conseguiu chegar ao segundo turno da eleição catarinense com Mauro Mariani, dose repetida ano passado, quando se dispôs a concorrer como vice do então governador Carlos Moisés da Silva (Rep). No meio do caminho, perdeu a filiação do senador Dário Berger e acabou elegendo apenas 6 deputados estaduais no último pleito. Sem falar que só elegeu três federais porque PT e União Brasil não atingiram coeficientes eleitorais, do contrário o MDB teria eleito apenas dois.
Ainda que assuma uma Secretaria amarrada, será através dela que o MDB terá a chance de ressurgir das cinzas. Este projeto passa, necessariamente, pela desobstrução das obras que estão travadas no Governo do Estado, ou por falta de recursos, ou por excesso de promessas do ex-governador Carlos Moisés. Praticamente todos os municípios do Estado possuem demandas oriundas do governo passado, algumas, literalmente milionárias. A liberação destes recursos, que de cara beneficia um terço dos prefeitos catarinenses, estes filiados ao MDB, já seria um impulso e tanto para as pretensões do partido de se reorganizar. Pode estar aí a centelha que faça o Manda Brasa ressurgir das cinzas. O partido, no entanto, precisa cadenciar. Não pode querer ser maior que o governador Jorginho, porque não o é. Não pode queimar etapas. Precisa ser inteligente para capilarizar sua atuação junto ao governo estadual, de modo, até mesmo, a ampliar seu espaço institucional, quem sabe com a ocupação de outra Secretaria de Estado ao longo dos próximos meses. Estará aí o pulo do gato emedebista.
Se fizer a lição de casa, o MDB tem tudo para chegar em 2026 com poderes de imposição. Do contrário, amargará muitos dissabores na política eleitoral, a exemplo do Progressistas, que em 20 anos resumiu sua história a apenas três cadeiras no parlamento estadual.
Progressistas também ocupará Secretaria a partir de hoje
Quem também assumirá uma Secretaria de Estado hoje no governo de Jorginho Mello é o Progressistas, através do ex-deputado estadual Silvio Dreveck, nome forte da legenda, considerado um dos principais referenciais morais do partido em nível catarinense. O Progressistas foi o primeiro partido a oficializar apoio a Jorginho na Assembleia Legislativa, através dos deputados José Milton Scheffer, Altair Silva e Pepê Collaço. Trata-se da famosa legenda amiga, bastante afinada com o pensamento bolsonarista, do qual o governador é adepto. Dreveck assumirá a Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços.
Movimento sugere que Ivete Appel continuará no Senado
Governador Jorginho Mello irá criar seis Secretarias de Estado, dentre elas a de Portos, Aeroportos e Ferrovias. Ela deverá ser ocupada por Beto Martins, ex-prefeito de Imbituba, que foi eleito segundo suplente de Jorginho na eleição para o Senado Federal em 2018. Esta movimentação sugere que a senadora Ivete Appel Silveira (MDB), que ocupou a vaga de Jorginho no Senado com a eleição dele para o governo, não deverá renunciar a seu mandato, como se especulava no final do ano passado. Prestes a completar 80 anos, a viúva de Luiz Henrique da Silveira (MDB) deverá seguir firme na Câmara Alta, em Brasília.