Rolando Christian Coelho | 28/08/2023 | Lula entre a cruz e a espada

Presidente Lula da Silva (PT) tem reclamado da falta de mobilização dos movimentos sociais. Tem dito a interlocutores que se sente sozinho, diante da missão de enfrentar um Congresso Nacional composto, em sua maioria, por políticos de direita e de centro. Por conta disto, vê, justamente na pressão popular, a saída para encaminhar pautas de seu governo junto a deputados e a senadores.
O que Lula quer é a retomada das mobilizações sociais, que de certo modo esculpiram a esquerda brasileira. O grande problema do presidente é que as grandes demandas nacionais, bem ou mal, acabaram sendo sanadas ao longo dos últimos 30 anos. O piso salarial do magistério é um exemplo. Faz anos que não vemos a deflagração de uma greve dos professores por questões salariais. A luta dos Sem Terra é outro exemplo. Os assentamentos patrocinados pelo Governo Federal, desde a época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), trouxeram letargia ao MST. No que diz respeito a casa própria, só não pegou dinheiro subsidiado para construir sua moradia, com três décadas para quitação, quem não quis. A economia estabilizada, sem grandes índices inflacionários, é outro fator de acomodação popular. Tudo isto, e muito mais, como as conquistas do movimento estudantil, contribuíram para que os movimentos sociais adormecessem. Não à toa, nos últimos anos, as demandas da esquerda brasileira passaram a ser muito mais de cunho ideológico do que de cunho social.
A falta de mobilização dos movimentos sociais, aliás, é o grande paradigma da esquerda mundial. É que quanto mais um país cresce economicamente, menores são as injustiças sociais, e menores são as mobilizações sociais que dão sustentação a esquerda. Na prática, quanto mais a esquerda trabalhar para acabar com as injustiças sociais, mais a direita vai crescer. Está justamente aí o dilema de Lula.

Finais

Prefeito de Praia Grande, Fânica Machado, foi eleito presidente municipal de seu partido, o Progressistas. Durante o discurso de posse ele demonstrou interesse em conversar com outras siglas para a composição de uma frente única na eleição municipal do ano que vem. Uma ala do MDB, principal adversário de Fânica, está trabalhando para que o partido aceite ser vice do Progressistas em 2024. Caso a dobradinha PP/MDB seja celada em Praia Grande, ela se dará em torno do projeto de reeleição de Fânica Machado. Como o projeto ainda é embrionário, existem objeções dentro das duas legendas a esta possibilidade, com a maior resistência vindo do MDB. O partido, no entanto, não tem apresentado nenhum nome de peso para disputar a próxima eleição municipal, o que aumenta as chances de indicar o vice do atual prefeito.

Deputado estadual José Milton Scheffer (PP) já começa a defender de forma mais aberta a candidatura do vereador Peri Soares (PP) ao executivo municipal, ano que vem. De acordo com Zé Milton, o vereador reúne os critérios necessários para administrar o município, por conta da experiência que acumulou ao longo dos últimos mandatos no legislativo sombriense. O deputado também ressalta que Peri foi o vereador mais votado nos dois últimos pleitos eleitorais, o que seria prova de sua popularidade no município. A fala de Zé Milton acaba servindo de baliza para o Progressistas sombriense. Oficialmente o partido ainda não definiu quem será seu candidato a prefeito, pois a pré-candidatura do bioquímico Cristian da Rosa ainda não foi retirada. O deputado, todavia, já está antecipando o que deve acontecer nas internas de seu partido.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.