Rolando Christian Coelho | Vinda de Bolsonaro a SC tem clima estranho

Rolando Christian Coelho, 27/06/2022

Vinda de Bolsonaro a SC tem clima estranho

A vinda do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Santa Catarina, no sábado, para participar da Marcha para Jesus, em Balneário Camboriú, teve um clima para lá de estranho. Durante o ato religioso, o senador Jorginho Mello (PL), a vice-governadora Daniela Reinehr (PL) e o pré-candidato do PL ao Senado, Jorge Seif, subiram ao palco, ficando um pouco atrás do presidente.

Ato seguinte, no entanto, durante o desfile de Bolsonaro em carro aberto pela cidade, os três foram excluídos dos holofotes pela tropa de elite do presidente. Jorge Seif literalmente se pendurou no carro que estava levando Bolsonaro. Já Jorginho Mello seguiu o veículo a pé, no meio do povo. Daniela, nem na foto apareceu.

Na sequência, o veículo em que Bolsonaro estava foi até a beira mar, ocasião em que o presidente e o empresário Luciano Hang foram até a orla marítima para acenar para a multidão. A vice-governadora e Jorge Seif tentaram se aproximar, mas foram advertidos pelo próprio presidente: “Fica pra trás, meu Deus do céu”. Seif ainda tentou dar a mão para Bolsonaro, para que eles levantem os braços, mas o presidente recusou, deixando o pré-candidato ao Senado bastante desconcertado.

É claro que Jair Bolsonaro não quer desprestigiar Jorginho Mello, Jorge Seif ou Daniela Reinehr, muito pelo contrário. Ele espera poder continuar contanto com o apoio dos três para levar seu projeto de reeleição adiante. O problema é que nem só de PL vice Bolsonaro em Santa Catarina. Em princípio, o senador Esperidião Amin, que é pré-candidato do Progressistas ao Governo do Estado, também trabalhará pela reeleição do presidente.

O grupo político do também pré-candidato ao governo Gean Loureiro (União) é composto majoritariamente por bolsonaristas. Vale lembrar, também, que o governador Carlos Moisés da Silva é filiado ao Republicanos, partido que é aliado ao presidente Bolsonaro em nível estadual e federal.

Dentro do MDB catarinense, partido que é fortemente vinculado ao pensamento social-democrata, há, do mesmo modo, uma forte ala ligada ao presidente Bolsonaro, que inclui figuras como Antídio Lunelli e o deputado federal Rogério Peninha Mendonça.

Em um cenário como este, todo cuidado é pouco para o presidente, já que se ele colar sua imagem a um determinado grupo político, tende a perder todos os demais grupos, que simplesmente podem cruzar os braços diante do projeto nacional.

Todavia, o posicionamento de Bolsonaro é extremamente prejudicial para Jorginho Mello e seu grupo. O grande trunfo do senador para seu projeto estadual é justamente a aliança com o presidente Bolsonaro. Se esta relação for banalizada, o diferencial de Jorginho simplesmente deixa de existir.

Jorginho e Amin voltar a conversar sobre 2022

Senadores Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP) voltaram a conversar sobre o pleito estadual deste ano. Ambos são pré-candidatos ao governo e buscam um entendimento entre as duas siglas para a disputa. Por óbvio, Jorginho quer o Progressistas como seu vice, e Amin quer o PL como o seu.

Nada mais natural, diante de um cenário que demostra bastante equilíbrio de forças entre os dois postulantes ao governo. Em levantamento feito recentemente pela Paraná Pesquisas, registrado junto ao TSE sob o número SC-06333/2022, Jorginho aparece com 15,5%, contra 12,1% de Amin, o que é sinônimo de empate técnico, diante de uma margem de erro de 2,5%, para mais, ou para menos.

A soma dos dois, junto a natural ampliação da aliança com outros partidos, a exemplo do PTB, colocaria naturalmente a dupla no segundo turno. A divisão de forças, no entanto, não garante nenhum na segunda etapa da eleição. Não à toa as reuniões entre Jorginho e Amin têm sido constantes.

MDB deve definir hoje nome ao Senado

MDB catarinense deverá definir hoje quem será seu indicado para concorrer ao Senado Federal pela legenda. O partido aceitou apoiar o projeto de reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep), diante da possibilidade de indicar seu candidato a vice, como também o candidato a senador da aliança.

Como vice, já foi indicado o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli. Já o candidato ao Senado ainda é uma incógnita. A lista de pretendentes não é pequena, e passa por nomes como os dos deputados federais Carlos Chiodini, Celso Mandaner, Rogério Peninha Mendonça, como também por figuras como o ex-governador Paulo Afonso Vieira e o ex-deputado federal Edinho Bez.

Vale lembrar que Carlos Moisés tem se esforçado para que a vaga seja preenchida pelo PSDB. No embalo, o governador ainda dá a entender que Antídio Lunelli não deveria ser seu candidato a vice. Ele prefere Chiodini, que, no entanto, é devoto de Lunelli.

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