Rolando Christian Coelho, 30/03/2022
Se direita bobear, ficará fora do 2º Turno
A falta de um projeto de reeleição mais elaborado, por parte do governador Carlos Moisés da Silva (Rep), fez com que boa parte do meio político catarinense acreditasse que seria muito fácil derrotá-lo.
Por conta disto, candidaturas ao governo começaram a pipocar de tudo quanto é lado, principalmente aquelas alinhadas com o pensamento liberal e conservador, através de figuras como Antídio Lunelli (MDB), Jorginho Mello (PL), Raimundo Colombo (PSD), Gean Loureiro (União), Odair Tramontin (Novo), Vinícius Lummertz, e por aí afora.
Se formos emendar a história com os que estão só na espreita, a exemplo de Esperidião Amin (PP), aí a lista vai longe.
O fato é que se a direita não se unir, vai acabar entregando o governo, novamente, de mão beijada para Carlos Moisés. Com esta fragmentação propiciada por liberais e conservadores, o atual governador acabará indo para o segundo turno, provavelmente, com o representante da esquerda, que, em princípio, deverá ser Dário Berger (PSB).
Em princípio, esta inabilidade política não costuma ser uma característica da direita, e sim da esquerda. Todavia, quando a coisa parece fácil de mais, até os mais astutos perdem o prumo.
Nos bastidores o que se observa é o esforço da direita de ter, no máximo, duas candidaturas. Uma bancada por Jorginho Mello, que sonha em ter o Progressista como seu aliado, e outra bancada por Antídio Lunelli, que está apostando suas fichas em Gean Loureiro como seu vice. Os demais partidos desta tendência ideológica se agregariam a uma destas duas candidaturas.
Se este for o limite, liberais e conservadores têm chances de conquistar o governo. Se o fracionamento for maior, a situação fica muito mais complicada, e as chances de Carlos Moisés permanecer no poder passam a ser reais.
João Rodrigues também desiste de 2022
E dando sequência àquilo que já era sabido, prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), também anunciou que não renunciará ao seu cargo para disputar as eleições deste ano. João almejava ser candidato a governador, tendo o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSDB), como seu candidato a vice, e mantendo a expectativa de que o empresário Luciano Hang concorreria ao Senado pelo Progressistas, reforçando a dupla.
Tratou-se de um projeto furado, desde sua concepção, o que restou provado com a desistência, primeiro, de Salvaro, e agora de Rodrigues. O próximo que deverá pular fora é Luciano Hang. Nesta altura do campeonato qualquer movimentação sua é um risco extremo. Luciano não tem projeto, nem partido. Ir para o tudo ou nada não é de seu feitio.
Eder Mattos já sinaliza que não irá concorrer este ano
Prefeito de Meleiro, Eder Mattos (PL), já decidiu que não renunciará ao comando do executivo municipal para disputar a Assembleia Legislativa. O PL deverá se reunir nesta semana para discutir o assunto, mas a decisão de Eder já está tomada.
Com isto, os holofotes se voltam para o coordenador regional da legenda, André Fernandes, que é de Sombrio, e para a advogada araranguaense Andressa Ribeiro, citados como nomes viáveis do PL regional para enfrentar as urnas neste ano, como postulantes ao parlamento estadual.
Caso o PL não tenha candidato a estadual na nossa região, as opções seriam o apoio ao já deputado Jessé Lopes (PL), ou a um candidato da região de Tubarão. Da região de Tubarão, os nomes são o do vereador tubaronense Stener Soratto, e do vice-prefeito de Armazém, Guilherme Penacho.
Boeira dá a entender que disputará governo pelo PDT
Ex-deputado federal Jorge Boeira diz que até a próxima sexta-feira deverá selar seu destino político, com vistas as eleições deste ano. O PDT havia anunciado que receberia a filiação de Boeira na última segunda-feira, mas isto não aconteceu.
De acordo com o ex-parlamentar, “até a próxima sexta-feira as tratativas (com o PDT) estarão encerradas”. Questionado sobre sua possível candidatura ao governo catarinense, Boeira sentenciou que a possibilidade existe, mas que se trata de um projeto que precisa ser construído a muitas mãos.
Deixa a entender que pretende disputar a governadoria pelo PDT mas prefere, neste momento, não dar detalhes sobre os próximos passos do projeto.
Maioria dos prefeitos do Sul querem continuidade de Carlos Moisés
Resistência dos prefeitos do MDB do Sul do Estado ao nome de Antídio Lunelli, como candidato do partido ao Governo do Estado, não é pequena. Em princípio, há uma convergência natural de apoio de tais prefeitos ao projeto de reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep).
Figuras como os deputados estaduais Luiz Fernando Vampiro e Ada de Luca, e o ex-governador Eduardo Moreira, têm servido como embaixadores dos propósitos do governador junto às prefeituras do MDB do Sul Catarinense.
Por influência do deputado estadual José Milton Scheffer (PP), esta simpatia ao governador também se estende aos prefeitos do Progressistas sulistas, e não demorará para ficar ainda mais evidenciada dentre os prefeitos do PSDB, agora que Clésio Salvaro comunicou oficialmente que não disputará o pleito estadual deste ano.
