Rolando Christian Coelho, 18/07/2022
Relógio tem jogado contra pré-candidatos ao governo
Semana se inicia com o relógio sendo o principal inimigo dos pré-candidatos ao governo catarinense. O fato é que faltando menos de três semanas para a definição das candidaturas majoritárias em Santa Catarina, praticamente nada está acertado ainda.
É sabido, claro, que o governador Carlos Moisés da Silva (Rep) será candidato à reeleição, mas não há nenhuma garantia, ainda, de que o MDB de fato irá apoiá-lo oficialmente. Este tema só será definido no próximo sábado, e seja qual for o resultado, o projeto de Moisés precisará passar por um profundo realinhamento.
Nada de diferente daquilo que está acontecendo nas demais legendas. A bem da verdade, Carlos Moisés é o pré-candidato que parece mais tranquilo em relação a seu futuro, por conta das múltiplas possibilidades de que dispõe. Nem todos tem esta primazia, a exemplo de Esperidião Amin, que postula uma candidatura governamental pelo Progressistas. Ser candidato é o de menos para Amin.
Ele comanda o partido e pode encaminhar seu projeto autoral tranquilamente. Todavia, sem um parceiro forte como o PL, de Jorginho Mello, ou o PSDB, se tratará de um projeto sem robustez. Esta lógica não é muito diferente para Jorginho Mello, que também almeja disputar a governadoria, como também para todos os demais pré-candidatos.
Gean Loureiro (União), por exemplo, é dentre todos os pré-candidatos aquele que tem sua coligação mais alinhada, através de uma parceira com o PSD. O problema é que é muito pouco para alguém que pretende chegar ao segundo turno.
No atual cenário, o que se vê é Carlos Moisés no segundo turno. O candidato que o enfrentará é um mistério. Se houver um fracionamento histórico de candidaturas, como está desenhado, Décio Lima (PT) poderá ser este candidato a enfrentar o governador.
Já uma aliança PP/PL, poderia colocar Amin, ou Jorginho, na segunda etapa da eleição. Se Gean conseguir um partido forte para ser seu vice, e PP e PL não se aliarem, as chances de ele ir para o segundo turno são muito maiores.
Enquanto todos trabalham para seus propósitos, o relógio anda. E quanto mais anda, mais pretensões vão ficando para trás.
PSB está ficando sem saída na Frente Democrática
Projeto do PSB de emplacar o senador Dário Berger como candidato ao governo, ou mesmo candidato ao Senado pela Frente Democrática, está se exaurindo. Candidatura de Décio Lima (PT) ao governo, pelo grupo, já está consolidada, como também está extremamente bem encaminho o projeto de Jorge Boeira (PDT) ao Senado.
Por ora, para o PSB, está sobrando a vaga de vice, que pode ser ocupada por Marcilei Vignati, esposa do presidente estadual do PSB, Cláudio Vignati. Dário não aceita ser vice. Diz que só estará na majoritária se for para disputar o governo ou o senado. A vaga de governador, como é sabido, estava reservada desde sempre ao PT.
O PDT, por sua vez, precisa de palanque autônomo para Ciro Gomes (PDT), e isto só será alcançado com uma candidatura ao governo ou ao Senado. Para Dário, resta aceitar ou romper. A decisão do PSB deve sair na próxima quarta-feira.
Maioria dos pré-candidatos estão com Antídio Lunelli
Reunidos na sexta-feira em Florianópolis, absoluta maioria dos pré-candidatos a deputado pelo MDB que não têm mandado declararam apoio ao projeto de candidatura a governador do ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli (MDB). Os pré-candidatos se comprometeram a trabalhar as bases do partido para que Antídio saia vitorioso da convenção estadual do MDB, marcada para o próximo sábado, 23.
Nesta ocasião, os emedebistas terão que optar por um projeto de candidatura própria, com Lunelli concorrendo ao Governo do Estado, ou por uma aliança com o governador Carlos Moisés da Silva (Rep), indicando o ex-prefeito de Joinville, Udo Döehler (MDB) como seu candidato a vice.
O MDB está rachado entre estes dois projetos, e líderes dos dois grupos garantem que a vitória é certa. Em relação aos pré-candidatos, a lógica é bastante simples: aqueles que já detém mandato, em maioria, querem apoiar o governador Carlos Moisés porque estão conseguindo recursos junto ao governo, que, destinado às prefeituras, acabaram rendendo muito apoio. Quem não tem mandato, não tem o que agradecer ao governador, e ainda sofre a concorrência daqueles que têm.