Rolando Christian Coelho, 03/05/2022
Recursos de Carlos Moisés geram receio
Tenho conversado com vários prefeitos que têm se mostrado receosos quanto aos recursos conveniados com o Governo do Estado em nossa região. São rodovias, pontes, escolas, avenidas, praças, ciclovias, e tudo o mais que se possa imaginar, nas mais diversas áreas da gestão pública.
Recursos que nem nos melhores sonhos um dia foram pensados, agora estão prestes a ser liberados. De forma contraditória, o problema é justamente este: os recursos estão prestes a ser liberados, mas não foram ainda. Pelo menos a grande maioria ainda não foi.
Como estes recursos estão prometidos para as mais diversas gestões municipais, que, por sua vez, são ligadas aos mais diversos partidos, a insegurança é ainda maior. Isto porque, pela lógica política que rege o mundo, quem se declara oposição a um governo não recebe recursos deste governo.
Pelo menos tem sido assim desde que foi criada a primeira cidade do mundo, há uns 10 mil anos. Das legendas tradicionais, PSD, Progressistas, União Brasil e PL são os partidos que estão mais longe da gestão do governador Carlos Moisés da Silva (Rep) neste momento.
Mantendo-se a tendência de oposição, será que os prefeitos destes partidos receberão seus convênios? Somente aqui na região da Amesc, sete, dos 15 prefeitos, são filiados a um destes partidos. Não à toa, boa parte dos prefeitos está de orelha em pé.
Mas isto não é diferente com outras siglas, com o MDB, por exemplo. Imagine a situação dos prefeitos do MDB caso o partido convirja para a candidatura de Antídio Lunelli (MDB) oficialmente, o que abriria espaço para que Progressistas e PSDB abraçassem Carlos Moisés.
Em meio a este jogo de xadrez no escuro temos milhões de reais em jogo, que podem ser priorizados para um, ou para outro grupo político. Que muitos irão ganhar, não resta dívidas. Mas também não resta dívidas que muitos nunca chegarão a ver a cor do dinheiro conveniado. Nunca é demais ressaltar que convênio é uma coisa. Liquidez de convênio é outra bem diferente.
Psol lança “concorrente” de Boeira ao Senado
Psol, sigla que faz parte da Frente Democrática em Santa Catarina, grupo que reúne oito partidos de esquerda no Estado, passou a defender o nome do vereador de Florianópolis, Afrânio Bopré, na disputa pelo Senado Federal.
Em nível federal, o Psol declarou apoio ao projeto de eleição do ex-presidente Lula da Silva (PT), mas fez algumas exigências programáticas e eleitorais. Pontualmente para Santa Catarina, o Psol quer o apoio do PT para que Afrânio seja candidato a senador.
Esta movimentação é ruim para o ex-deputado federal Jorge Boeira, cujo partido, o PDT, também faz parte da Frente Democrática, e defende seu nome enquanto candidato ao Senado.
A questão passa, também, pelo posicionamento da Frente em Santa Catarina. Se o objetivo for apresentar um Lula paz e amor em 2022, Boeira é o melhor candidato. Se o objetivo for radicalizar o discurso, Afrânio é o mais indicado.
PP de Sombrio dá posse a seu terceiro suplente na Câmara Municipal
Suplente de vereador do Progressistas de Sombrio, Valmir Machado Bauer, assumiu ontem uma cadeira na Câmara Municipal, pelo período de 30 dias. Ele é o terceiro suplente do partido a assumir ao longo dos últimos meses, através de um sistema de rodízio viabilizado graças à licença sem vencimentos do vereador Dion Elias (PP).
De acordo com o presidente da sigla, Nano Freitas, o rodízio está ajudando a consolidar a unidade partidária da legenda, que permanece francamente fechada com o projeto de reeleição do deputado estadual José Milton Scheffer (PP).
Zé Milton, por sua vez, em princípio, deverá fechar dobradinha no Sul do Estado com o vereador araranguaense Jorginho Pereira (PP), que almeja disputar à Câmara Federal, ou com o ex-deputado estadual Valmir Comim (PP), que tem a mesma pretensão. No que diz respeito à majoritária, a sigla pode ter candidato ao governo, a vice, ao Senado, ao a nada.