Rolando Christian Coelho, 27/05/2022
Quase 200 prefeitos dizem estar com Moisés
Fato sem precedentes na história política de Santa Catarina, cerca de 200 prefeitos já se declararam, abertamente, simpáticos e apoiadores do projeto de reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep).
Somente nos últimos dias, foram 46 do Progressistas, 82 do MDB e 22 do PSDB a endossarem um novo mandato para o governador. Afora estas três legendas, o governador também tem recebido apoios vindos de prefeitos de legendas que lhe têm feito franca oposição, como é o caso do PSD, PSB e União Brasil, além de outros distintos partidos.
O último encontro do governador com um grupo de prefeitos aconteceu na quarta-feira, com aqueles que são filiados ao PSDB. Em nossa região, o prefeito de Balneário Gaivota, Kekinha dos Santos, e o de Santa Rosa do Sul, Almides da Rosa, são ligados à legenda. Ambos já disseram que estarão na campanha de Carlos Moisés, independentemente do caminho oficial a ser tomado pelos tucanos.
Já no MDB de nossa região há aqueles prefeitos que estão francamente com Carlos Moisés, e aqueles que estão, por enquanto, observando os desdobramentos dos fatos, o que também é uma realidade no Progressistas. No MDB, o que se observa nitidamente é que caso Antídio Lunelli concorra de fato ao governo, os prefeitos e líderes políticos ligados ao ex-deputado federal Ronaldo Benedet (MDB) estarão com ele, e os demais com Carlos Moisés.
Já no Progressistas há uma tendência natural dos prefeitos e líderes do partido acompanharem as diretrizes do deputado estadual José Milton Scheffer, que é o atual líder do governo na Assembleia Legislativa. De forma natural, isto colocaria o Progressista na campanha de Carlos Moisés, todavia, Zé Milton ressalta que acatará qualquer determinação maior vinda do Progressista, mesmo que esta seja o rompimento com o atual governador.
No MDB o grupo de Antídio já começa a admitir que metade dos prefeitos deverão ficar com Carlos Moisés, mesmo com a legenda tendo candidatura própria. No Sul do Estado é onde o MDB está mais ligado ao governador, por conta da forte influência de líderes como o ex-governador Eduardo Moreira e os deputados estaduais Luiz Fernando Vampiro e Ada de Luca.
Para o governador, ter o Progressistas consigo no primeiro turno, de forma oficial, é fundamental. Isto evita o crescimento da candidatura de Jorginho Mello, numa dobradinha PL/PP, como também a completa solidificação do projeto de Gean Loureiro, através de uma tríplice aliança União/PP/PSD.
Evitaria também o lançamento de uma candidatura própria de Esperidião Amin ao governo. Em todos estes cenários, no segundo turno, o Progressistas estaria contra o governador, desequilibrando francamente a balança eleitoral nas alianças vindouras.
PTB quer lançar candidatos a estadual e a federal por nossa região
Presidente estadual do PTB, Kennedy Nunes, que é deputado estadual e pré-candidato ao senado, se reuniu com correligionários ontem em alguns municípios de nossa região, e, pontualmente, à noite, em Araranguá. Na ocasião, endossou os projetos proporcionais do partido aqui no Extremo Sul.
Em princípio, o PTB deverá lançar João Cechinel, de Araranguá, como candidato a deputado estadual, e Jeferson Cardoso, de Turvo, como candidato a deputado federal. Em relação à disputa majoritária, o PTB ainda está buscando seu enquadramento. Um projeto que vinha sendo alinhavado com o PL do senador Jorginho Mello não foi levado adiante, e há, neste momento, tratativas com o Progressistas.
Kennedy também não descarta uma aliança com o União Brasil e PSD, “através de conversas que vêm acontecendo com o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD)”. O PTB também tem a disposição o nome do ex-vice-prefeito de Corupá, no Norte do Estado, Carlos Werner, que pode ser lançado ao Governo do Estado.
Gean Loureiro diz que PP, MDB e PSDB estão na linha de negociações
União Brasil promoveu encontro robusto, ontem à noite, em Sombrio, como parte da estratégia para divulgar a pré-candidatura do ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, ao Governo do Estado. Legenda já está aliada ao PSD e de olho numa aliança com o Progressistas, com o MDB, ou com o PSDB, que podem ser convidados para concorrer como vice de Gean.
O PTB também é cotado para o leque de alianças, mas o fato do ex-governador Raimundo Colombo (PSD) e do presidente estadual do PTB, Kennedy Nunes, pretenderem disputar o Senado Federal, pode ser um fator obstrutor da aliança.
De acordo com o próprio Gean Loureiro, articuladores de seu grupo têm conversado com lideranças do Progressistas, do MDB e do PSDB, na tentativa de trazer um dos três para a majoritária. Conforme ele, as negociações neste sentido estão adiantadas.
No que diz respeito às chapas proporcionais, o União Brasil, do Sul do Estado, está fechado com o projeto do ex-prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo, de chegar à Assembleia Legislativa, e, em princípio, com o projeto do vice-prefeito de Tubarão, Caio Tokarski, de chegar à Câmara Federal.
Em nossa região, a coordenação dos trabalhos do União Brasil neste ano eleitoral ficará a cargo do empresário sombriense Teco Silvério, que comanda o partido na Amesc.