Rolando Christian Coelho,21/03/2022
Moisés quer se fortalecer com líderes do PL, PSL e DEM
Desde que se filiou ao Republicanos, no último dia 10, governador Carlos Moisés da Silva passou a se aproximar, de forma bastante substancial, de prefeitos, vices e vereadores que foram eleitos em 2020 pelo PL, PSL e Democratas. Os últimos dois partidos compõem hoje o União Brasil, fruto da fusão das legendas.
A estratégia de Moisés é bastante simples: ele quer fortalecer o Republicanos com lideranças políticas atualmente ligadas a dois de seus principais adversários, que são o senador Jorginho Mello, do PL, e o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro.
Na medida em que trouxer lideranças municipais destes partidos para seu lado, Carlos Moisés não só se fortalece, como enfraquece dois de seus principais adversários diretos na disputa pelo governo.
No sábado, o governador promoveu um encontro político reunindo prefeitos e vices de outras legendas, e conseguiu assegurar a filiação de cerca de 30 lideranças municipais de expressão. Dentre os que deverão acompanhar Carlos Moisés no Republicanos estão o prefeito de Rio Negrinho, Caio César Treml, eleito pelo PL, o de Laguna, Samir Ahmad, eleito pelo PSL, e o de Bombinhas, Paulo Henrique Muller, eleito pelo Democratas.
A intenção de Carlos Moisés é se mostrar forte partidariamente, de modo a atrair o MDB para concorrer como seu vice no pleito deste ano. Por óbvio que isto só acontecerá se ele tiver pelo menos 50 lideranças municipais igualmente fortes, aliadas oficialmente a seu projeto.
Por ora, o que mais estranha nesta articulação do governador é saber que esta lição de casa deveria ter sido feita há mais de um ano, no mínimo.
Com o Governo do Estado arrecadando R$ 50 bilhões por ano, cerca de 30% a mais do que arrecadava quando Carlos Moisés assumiu em 2019, ele teria condições de comandar o maior grupo político de Santa Catarina, sem muitas dificuldades. Com a falta de perícia, no entanto, corre o sério risco de não chegar ao segundo turno.
Parisotto tem conversado com União e PL
De saída do PSC, ex-deputado estadual Narciso Parisotto tem conversado com o União Brasil e com o PL para seu ingresso numa destas duas legendas. Com ele também irá o atual deputado Jair Miotto, que conquistou uma cadeira na Assembleia Legislativa, em 2018, por obra e graça de Parisotto.
O desembarque do PSC é bem pragmático. Nem Parisotto, nem Miotto, e muito menos os estrategistas políticos que os acompanham, estão conseguindo ver uma luz no fim do túnel para o PSC, diante da impossibilidade de coligações proporcionais neste ano. Esperar para ver se o partido integrará alguma federação é um risco.
Coordenador do PL acredita na permanência de Márcio Búrigo
Além da filiação do deputado estadual Jessé Lopes ao PL, outra variante que também tem colaborado para que o ex-prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo, ponha em xeque sua permanência no partido, é a possível filiação de Narciso Parisotto na legenda, para disputar a Assembleia Legislativa.
Com candidatos muito fortes, expectativa é que o PL exija uma legenda entre 35 mil e 40 mil votos para assegurar cada cadeira no parlamento estadual, o que estaria assustando Márcio. Apesar dos rumores da saída do ex-prefeito de Criciúma da legenda, o coordenador regional do PL, André Fernandes, que é de Sombrio, acredita na sua permanência.
Conforme ele, Márcio Búrigo está muito bem sintonizado com as bases do partido, como também com o projeto estadual do senador Jorginho Mello, que deverá disputar o governo.
Motinha se fortalece com Moisés no Republicanos
Filiação do governador Carlos Moisés da Silva no Republicanos fez pré-campanha do ex-vereador araranguaense Marco Antônio Mota, o Motinha, a deputado estadual, ganhar força em nossa região. Motinha, que também é o coordenador na legenda aqui no Extremo Sul, passou a ser visto de maneira diferenciada pelo meio político, desde que Carlos Moisés confirmou sua filiação a legenda.
O engajamento de seu pai, o ex-deputado estadual Manoel Mota (MDB) à campanha de Motinha, poderia ser um divisor de águas para o ex-vereador. O grupo político de Motinha tem cobrado esta posição familiar.
Governo de SC vendeu avião para alugar helicóptero!!!
Gestão pública tem umas coisas para lá de estranhas. Em 2019 Governo do Estado fez questão de divulgar a venda de um avião Cessna Citation II 550, avaliado em R$ 3,2 milhões, que era utilizado para a agenda oficial dos governadores de Santa Catarina.
A venda foi anunciada como a cereja do bolo da moralidade pública, e toda aquela papagaiada que já se conhece.
Por sua vez, na semana passada, o governador Carlos Moisés da Silva foi a Brasília em um helicóptero que só em aluguel custa R$ 7,5 milhões aos cofres públicos por ano.
De quebra aproveitou para assinar ficha no Republicanos, o que pode ser entendido como uso da máquina pública para fins particulares, já que o contribuinte catarinense não tem nada a ver com os compromissos partidários do governador.