Rolando Christian Coelho, 29/06/2022
MDB de Criciúma fecha com Tiago Zilli
Pré-candidato a deputado estadual, ex-prefeito de Turvo, Tiago Zilli (MDB), conseguiu assegurar declaração de apoio do MDB de Criciúma a seu projeto eleitoral. Trata-se de um fato inédito e histórico, já que em nenhum outra eleição o MDB criciumense havia hipotecado apoio a uma candidatura emanada aqui do Extremo Sul Catarine à Assembleia Legislativa.
Uma série de situações colaboraram para que isto acontecesse, dentre elas o fato dos deputados estaduais Luiz Fernando Vampiro (MDB) e Ada de Luca (MDB), que têm base eleitoral na região carbonífera, terem optado por disputar a Câmara Federal neste ano.
Ato seguinte, o MDB criciumense tentou emplacar algumas pré-candidaturas ao parlamento estadual, mas nenhuma teve densidade. Depois de muitos desencontros, o partido lançou o nome do presidente municipal da legenda, Rodrigo Ganso, como candidato à Assembleia Legislativa. Todavia, a falta de engajamento ao projeto acabou fazendo com que ele não fosse levado adiante. Nesta semana, o próprio Rodrigo declarou apoio a Tiago Zilli, cujo trabalho deverá se espraiar por toda região de Criciúma.
Um dos principais responsáveis pela entrada de Tiago Zilli na região de Criciúma é o ex-deputado federal Ronaldo Benedet (MDB), figura que é extremamente ligada as bases do partido. Em princípio, apenas Tiago Zilli e o já deputado estadual Volnei Weber, que é da região de Tubarão, deverão disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa em todo o Sul do Estado pelo MDB. Historicamente, o partido sempre elegeu dois ou três deputados nessa mesorregião.
Pela conjuntura dos acontecimentos, a declaração de apoio do MDB de Criciúma à pré-candidatura de Tiago Zilli praticamente reserva um assento para ele no parlamento estadual. Por óbvio, será necessário um trabalho totalmente vocacionado a aproximação com as bases do partido na região carbonífera, mas a matemática é extremamente favorável a Zilli.
Em 2018, Vampiro e Ada de Luca, juntos, somaram quase 30 mil votos na região de Criciúma. Ele fez 19.807 votos, e ela 9.556, trabalho este fruto de lideranças emedebistas, como prefeitos, vices, vereadores e presidentes do partido dos 12 municípios da Amesc.
Esta mesma estrutura, em grande parte, estará à disposição de Tiago Zilli, que também almeja fazer entre 22 mil e 25 mil votos aqui na região da Amesc, e, por óbvio, garimpar votos em outras regiões do Estado.
MDB se mantém rachado diante de 2022
Encrenca dentro do MDB continua grande. Na segunda-feira o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli (MDB), voltou atrás e reafirmou que é pré-candidato ao Governo do Estado. Ele havia se retirado do processo e aceitado ser candidato a vice do governador Carlos Moisés da Silva (Rep), que não viu com bons olhos seu possível companheiro de chapa, vetando, previamente, seu nome.
A turma do ‘deixa disso’ entrou em campo, na tentativa de convencer tanto Carlos Moisés, quanto Antídio, a selarem a união. Em meio a isto, no entanto, ontem o ex-governador Eduardo Pinho Moreira (MDB) lançou os nomes do presidente da Assembleia Legislativa, Moacir Sopelsa (MDB) e do ex-prefeito de Joinville, Udo Döhler, como pré-candidatos a vice de Moisés. O ex-governador Paulo Afonso Vieira (MDB) também é adepto da tese de que Lunelli não deva ser candidato a vice.
O que aqueles que querem puxar o tapete de Antídio não perceberam ainda é que se é ruim com ele, muito pior será sem ele. Com Antídio fora da majoritária, o racha no MDB será inevitável, fragilizando francamente o projeto de reeleição de Carlos Moisés. Em princípio, parece estar faltando maturidade política para conduzir o processo em voga.
Amin está indo para o tudo o nada com PP e com Jorginho Mello
Senador Esperidião Amin (PP) não está mais se fazendo de rogado. Em contato com a imprensa, tem dito abertamente que não apoiará a reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep) se ele estiver aliado ao MDB.
Amin diz que aceitará a decisão de seu partido, se o diretório optar pela aliança, mas ressalta que, pessoalmente, não participará da campanha. No embalo, também passou a sugerir que o PL, do senador Jorginho Mello, indique seu candidato a vice. Nas entrelinhas, Amin tem dito que Jorginho não está conseguindo reunir as forças necessárias para disputar o governo estadual, já que não tem aliados de peso.
Jorginho fez várias apostas que acabaram não dando certo e, por último, perdeu até mesmo o apoio do PTB, que passou a conversar muito de perto com Esperidião Amin.
De acordo com o líder progressistas, uma candidatura sua, com um filiado do PL como vice, unindo forças ao PTB, que disputaria o Senado, tem reais chances de chegar ao segundo turno, “por conta das múltiplas candidaturas que disputarão o governo, pulverizando o eleitorado”. Hoje, Amin e Jorginho somam cerca de 27,6% juntos, de acordo com levantamento da Paraná Pesquisas (TSE sob o número SC-06333/2022).