O União Brasil de Santa Catarina se reuniu ontem, em Florianópolis, para deliberar sobre seu posicionamento diante do segundo turno, tanto em nível estadual, quanto nacional. Concluída a reunião, o partido optou por declarar apoio à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas permanecer neutro em relação à disputa estadual, que colocou frente a frente Jorginho Mello (PL) e Décio Lima (PT). Esta neutralidade, no entanto, não amordaça a legenda nas regiões. Os líderes municipais e regionais do União Brasil estão liberados para declarar apoio a qualquer um dos candidatos. Aqui no Extremo Sul, o coordenador regional do União Brasil, Teco Silvério, disse que a legenda deverá trabalhar, majoritariamente, por Bolsonaro e também por Jorginho Mello.
Quem também se manifestou oficialmente em relação ao segundo turno foi o governador Carlos Moisés da Silva (Rep), que declarou neutralidade pessoal tanto em relação à eleição nacional, quanto à estadual. Em nível nacional, vale lembrar que Moisés rompeu com o presidente Jair Bolsonaro já no início de seu mandato, em 2019, o que, aliás, criou a figura de Jorginho Mello como herdeiro do bolsonarismo em nosso Estado. Em nível estadual, por conta da rivalidade cada vez mais acentuada com Jorginho Mello na reta final da campanha, o governador acabou se indispondo seriamente com ele. Isto levou até mesmo a uma interpelação judicial de Jorginho contra Carlos Moisés na última semana do primeiro turno. Todavia, o governador não manifestou apoio a Décio porque a absoluta maioria de seus aliados políticos são bolsonaristas, o que inclui o comando de seu partido, que já declarou apoio a Jorginho. O Republicanos é ligado diretamente a Igreja Universal do Reino de Deus, que, por sua vez, é muito ligada ao movimento bolsonarista.
Em linhas gerais, a maioria dos principais candidatos ao governo derrotados no primeiro turno estão com Jorginho e Bolsonaro, ou declararam neutralidade. No que diz respeito aos deputados federais e estaduais eleitos no último dia 2, afora os que estão neutros, cerca de 80% estão com Jorginho e Bolsonaro, e os outros 20% com Décio Lima e Lula da Silva (PT).
Dona Ivete não estaria disposta a assumir o Senado
Corre a boca miúda, e bem miúda, informação dando conta de viúva do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, dona Ivete Appel Silveira (MDB), não estaria disposta a assumir sua vaga no Senado Federal, caso o senador Jorginho Mello (PL) vença a disputa pelo Governo do Estado neste segundo turno. Dona Ivete é a primeira suplente de Jorginho, e caberia a ela, durante os próximos quatro anos, concluir o mandato do senador. O fato é que aos 79 anos de idade, e tendo estado ao lado de Luiz Henrique por mais de 50 anos na vida pública, a suplente estaria muito mais vocacionada ao descanso do que aos embates, naturais na Câmara Alta. Se isto se confirmar, quem assumiria a vaga de Jorginho seria seu segundo suplente, Beto Martins (PL). A boa notícia é que ele é de Imbituba. Caso Jorginho Mello vença, então, teríamos um senador do Sul do Estado pelos próximos quatro anos.
Mesmo depois de tudo, Moisés ainda entende pouco de política
Em entrevista concedida nesta semana, governador Carlos Moisés da Silva (PL) deixou bastante evidenciado que ainda tem muita dificuldade em compreender os meandros da política. De acordo com ele, “contrariando todas as projeções, as pessoas votaram em um número de novo”. O número a que ele se refere é o 22, correspondente à legenda do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Em um Estado bolsonarista como Santa Catarina, qual a contrariedade em se votar em candidatos alinhados com o presidente Bolsonaro? Ele também disse não acreditar que sua filiação a um partido maior do que o Republicanos fosse fazer alguma diferença no resultado das urnas! Para se ter uma ideia, o Republicanos não conseguiu sequer quociente eleitoral para eleger um deputado federal. Para fechar panela, só faltou dizer que acertou em não aceitar Antídio Lunelli (MDB) como seu candidato a vice.