Rolando Christian Coelho l Moisés fora do 2º Turno era morte pré-anunciada

População do Sul do Estado, de um modo geral, foi tomada de surpresa pelo fato do governador Carlos Moisés da Silva (Rep) não ter ido para o segundo turno em sua tentativa de reeleição. Por uma margem de apenas meio por cento dos votos, ele acabou cedendo a vaga na segunda etapa da eleição para Décio Lima (PT), que no próximo dia 30 enfrentará Jorginho Mello (PL) no segundo turno. Moisés foi extremamente mal votado em nível estadual, ficando na casa do 16,99% dos votos. Cerca de metade do percentual que ele alcançou no Sul catarinense, que é seu reduto eleitoral.
O fracasso do projeto eleitoral de Carlos Moisés não se resume ao último domingo. Mesmo que ele tivesse ido para o segundo turno dificilmente ganharia de Jorginho Mello. O fato é que o governador cometeu uma série de equívocos graves ao longo dos últimos três anos e meio, a começar por ter se afastado politicamente do presidente Jair Bolsonaro (PL), em um Estado francamente bolsonarista como é Santa Catarina. Se tivesse de mantido aliado a Bolsonaro, provavelmente Carlos Moisés seria o candidato do PL ao governo estadual, com grandes chances de se reeleger ainda no primeiro turno.
A decisão de se afastar de Bolsonaro foi tão errônea quanto a de não se filiar a um grande partido, por onde pudesse construir um outro projeto político alternativo. O caminho mais curto seria o MDB, através do qual poderia ter feito alianças com legendas como o PSDB, PSD e até mesmo Progressistas, recompondo a famosa tríplice aliança idealizada pelo ex-governador Luiz Henrique da Silveira (MDB). Moisés preferiu se manter casto, se filiando ao Republicanos, legenda sem expressão estadualizada, e sem peso de negociação.
Geralmente a esta altura do campeonato, Carlos Moisés já estaria liquidado, mas ele ainda teve a oportunidade de remediar, bastando para isto aceitar o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli (MDB), como seu candidato a vice. Tivesse feito isto, traria todo o MDB para seu projeto, além do PSDB, com quem o ex-prefeito de Jaraguá já tinha acertado a vaga de candidato ao Senado. Mais que isto: Antídio esvaziaria grande parte da campanha do PL, já que ele é tão bolsonarista quanto o empresário Luciano Hang, dono da Havan. Influenciado pela chamada esquerda do MDB, Carlos Moisés vetou Antídio, que, por sua vez, também o vetou durante a campanha eleitoral.
Por óbvio que o governador estava apostando no reconhecimento popular para levar seu projeto adiante. Imaginou que ao realizar obras em todos os cantos do Estado receberia o reconhecimento popular. Trata-se de uma ingenuidade política sem precedentes, pelo menos para a envergadura do cargo que ocupa. Em um governo, obras são meramente uma espécie de cartão de apresentação do candidato, algo para dizer que ele merece ser eleito. O que transforma este merecimento em realidade, no entanto, são as composições político-partidárias, as quais Carlos Moisés, aparentemente, está à anos luz de compreender como funcionam.

Em nossa região, Moisés foi o mais votado

Aqui no Extremo Sul catarinense, governador Carlos Moisés da Silva (Rep) foi o candidato ao executivo estadual mais bem votado no primeiro turno. O segundo mais votado foi Jorginho Mello (PL) e o terceiro Décio Lima (PT). Pela média dos votos dos 15 municípios da Amesc, a quarta colocação coube a Esperidião Amin (PP) e a quinta a Gean Loureiro (União). Na sexta colocação figurou Jorge Boeira (PDT). Odair Tramontin (Novo), Alex Alano (PSTU) e Ralf Zimmer (Pros) ficaram embolados nas últimas posições, com menos de 1% das intenções de voto cada. Se dependesse de nossa região, o segundo turno seria entre Carlos Moisés e Jorginho Mello, com tendência de vitória do atual governador, por conta da grande quantidade de prefeitos, vices e vereadores que o estavam apoiando.

Maior percentual de Bolsonaro foi em Turvo, com 76,71%

Maior percentual de votos alcançado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) neste primeiro turno, em nossa região, foi em Turvo, com 76,71% dos votos. Já o maior percentual de Lula da Silva (PT) foi em Praia Grande, com 40,10%. Por sua vez, na disputa pelo Governo do Estado, o maior percentual alcançado por Jorginho Mello (PL) foi em Meleiro, onde o candidato obteve 50,72% dos votos. Já Décio Lima (PT) obteve seu maior percentual de votos em Passo de Torres, onde alcançou 15,15% da votação. Praia Grande foi o município onde Carlos Moisés obteve sua maior votação proporcional em nossa região, alcançando 66,33% dos votos. Isto se explica pelo fato das principais lideranças políticas locais estarem todas trabalhando pelo projeto de reeleição do governador.

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