Rolando Christian Coelho, 03/11/2021
Indefinição de Bolsonaro prejudica deputados
Presidente Jair Bolsonaro está jogando certo ao não se definir, neste momento, por um determinado partido para se filiar. Quanto mais adiar esta decisão, maior será o grupo que orbitará em sua volta, lhe dando apoio no Congresso Nacional. A partir do momento em que se definir por uma legenda, acabará liberando todas as demais para a possível construção de seus projetos próprios.
O que é bom para Bolsonaro, no entanto, é péssimo para os deputados federais e estaduais que o apoiam, ou que almejam, ainda, surfar numa segunda onda bolsonarista. É que estes deputados precisam criar base partidária para enfrentar as urnas ano que vem, e isto não se dá do dia para a noite.
Sendo assim, quanto mais os deputados se mantêm indefinidos em relação a seu próprio futuro político, pior é o cenário com vistas à 2022. Basicamente, o que os deputados bolsonaristas querem é que o presidente se filie logo a uma legenda, seja ela qual for, para que todos, ou boa parte, possa acompanhá-lo.
Como isto está longe de acontecer, muitos parlamentares, por intuição, estão se aproximando de partidos que provavelmente estarão com o presidente. Problema é que apostar em determinado partido por intuição é algo extremamente arriscado em política. Vai que a legenda tome outro caminho!
TSE não deverá homologar partidos até 2023
Tribunal Superior Eleitoral não deverá homologar nenhum novo partido antes das eleições de outubro do ano que vem. Neste momento, há 82 pedidos de registros de partidos tramitando no TSE. Dentre eles está o Partido Igual, que tem como presidente de sua comissão provisória, em Santa Catarina, João Olívio Cardoso, que é de São João do Sul.
O partido já conta com comissão provisória em vários municípios de nossa região, todas à espera da homologação da legenda em nível nacional, o que provavelmente não deve acontecer antes de 2023. Caso haja algo extraordinário e o partido seja homologado, a sigla deverá lançar uma candidatura a deputado estadual por nossa região.
PP se aproxima de Carlos Moisés, o que pode afastar MDB
Quase que de forma orquestrada, vários prefeitos do Progressistas têm declarado apoio ao projeto de reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (S/P), principalmente no Sul do Estado. A explicação para isto chega a ser simplória: com o deputado estadual José Milton Scheffer (PP) ocupando a liderança do governo na Assembleia Legislativa, as portas do Governo do Estado estão escancaradas para ele, e consequentemente para os prefeitos de seu partido, sempre ávidos por recursos estaduais.
Como em política dinheiro significa apoio, não é muito difícil de deduzir de onde está vindo este amor platônico dos prefeitos progressistas pelo governador Carlos Moisés. Para o governador, no entanto, estas declarações públicas dos prefeitos do partido de Zé Milton podem não ser convenientes. É que isto afasta cada vez mais a base emedebista do governador.
Jorginho Pereira aposta em 2022, mas também em 2024
Pré-candidato a deputado federal pelo Progressistas de Araranguá ano que vem, vereador Jorginho Pereira também está pensando em 2024. É que dependendo do resultado alcançado nas urnas em 2022, Jorginho se credencia automaticamente a ser candidato a prefeito de Araranguá no próximo pleito municipal.
A bem da verdade, faz tempo que o partido está precisando se reoxigenar. Vai eleição, vem eleição, e os holofotes parecem sempre direcionados para o ex-prefeito Mariano Mazzuco Neto. Se isto pode parecer bom para a unificação partidária, é péssimo para a conquista de aliados. Ano passado se buscou certa renovação através da candidatura a prefeito de Daniel Viriato Afonso, mas ela não decolou. Jorginho seria uma alternativa plausível.
Decisão em Criciúma deve prejudicar PSDB de nossa região
Ex-deputado estadual Dóia Guglielmi e o secretário de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande, não chegaram a um acordo quanto a quem será o candidato do PSDB de Criciúma à Assembleia Legislativa. Em princípio, ambos deverão bancar candidaturas próprias ao parlamento estadual.
Isto é ruim para o PSDB aqui do Extremo Sul, que também almeja lançar um candidato a deputado estadual ano que vem. O nome mais cotado para a empreitada é o do ex-vice-prefeito de Meleiro, Rogildo Bordignon.
As candidaturas de Dóia e de Acélio, no entanto, vão transitar francamente em nossa região, cooptando importantes apoios que poderiam se vincular ao projeto de Rogildo. Na prática, Rogildo, ou quem quer que seja o candidato a deputado pelo PSDB aqui no Extremo Sul, terá que trabalhar em dobro para blindar nossa região.
