Rolando Christian Coelho | Falta de unidade no MDB/SC parece irreversível

Carlos Moisés e Antídio Lunelli disputam apoio do MDB para seus projetos

Rolando Christian Coelho, 10/07/2022

Falta de unidade no MDB/SC parece irreversível

Desentendimento dentro do MDB estadual, com vistas ao pleito eleitoral deste ano, parece irreversível. Na semana passada o pré-candidato do partido ao Governo do Estado, Antídio Lunelli, solicitou intervenção nacional na legenda, em Santa Catarina, de modo a garantir sua homologação sumária como candidato a governador.

Antídio se baseia nas prévias do MDB, deflagradas em fevereiro deste ano, e que acabaram não acontecendo na prática, por falta de adversários. Na ocasião ele foi proclamado como candidato a governador pelo partido nas eleições deste ano.

Depois de quatro meses de tentativas sem sucesso de unir o MDB em seu entorno, Antídio acabou aceitando ser candidato a vice do governador Carlos Moisés da Silva (Rep), mas, em reunião à portas fechadas, não houve acerto entre os dois, e o emedebista retomou seu projeto de disputar o governo.

O problema de Antídio é que a maioria da cúpula do MDB, o que inclui deputados estaduais e prefeitos, quer uma aliança com Carlos Moisés. Sendo assim, ele só tem duas alternativas para emplacar seu nome: através da validação das prévias de fevereiro, o que é previsto no estatuto do partido, ou através do voto das bases do MDB ao seu nome, em convenção a ser realizada no próximo dia 23.

Na convenção, 541 emedebistas poderão votar. Eles são deputados federais e estaduais, membros do diretório estadual do partido, mas, principalmente, delegados ligados aos diretórios municipais do MDB. Dos 541 votantes, 458 são delegados municipais. Antídio sabe que perde entre os deputados, e também deve perder dentro do diretório estadual. A aposta está nos delegados.

No que diz respeito à intervenção, ela não deverá acontecer por um motivo bastante simples: o atual presidente do MDB é o ex-deputado federal Edinho Bez de Oliveira, figura ligadíssima ao presidente nacional do MDB, o deputado federal Baleia Rossi (SP).

Edinho já disse que irá realizar a convenção estadual, o que deixa subentendido que Baleia não se meterá no destino de seu partido em Santa Catarina.
Em princípio, o MDB tem convergido a passos largos em direção a Carlos Moisés, por uma questão para lá de prática.

O governador abriu a torneira de sua gestão para deputados estaduais e prefeitos do partido, despejando milhões em recursos nos mais distintos rincões do Estado para as prefeituras do partido. Também fez isto em relação a outras legendas, mas o MDB levou mais simplesmente por comandar mais prefeituras.

A esperança de Antídio, no entanto, está ligada aos delegados do partido que residem em municípios cujas prefeituras não são comandadas pelo MDB. Nestes municípios, na maioria dos casos, Carlos Moisés tem prejudicado o MDB, na medida em que tem liberado recursos para prefeitos filiados a outros partidos.

Ao liberar recursos para um município cujo prefeito é do Progressistas, por exemplo, o governador prejudica o trabalho local do MDB, que, neste caso, prefere Antídio como governador.

Se Antídio conseguir mobilizar os emedebistas municipais descontentes, ele tem alguma chance de vencer a convenção. Afora isto, derrotar a máquina governamental será uma tarefa quase sobre-humana.

Carlos Moisés vem hoje a Araranguá em encontro de pré-candidatura

Governador Carlos Moisés da Silva (Rep) confirmou que virá hoje, em Araranguá, ao encontro suprapartidário que pretende promover sua pré-candidatura à reeleição.

Notadamente, a divulgação do encontro, que acontece a partir das 19h10 no Caverá Country Park, está sendo feita com bastante entusiasmo por lideranças ligadas ao MDB, e, por óbvio, ao Republicanos, que é o partido do governador. Líderes do Progressistas, que até meados de junho eram ferrenhos defensores de Carlos Moisés, estão com os dois pés no freio.

Já os líderes do PSDB estão bastante divididos em relação ao governador. Onde o partido tem prefeito ou vice, a simpatia por Carlos Moisés é automática. Nos demais casos, a interrogação é grande.

De todo modo, na pior das hipóteses, tudo leva a crer que Carlos Moisés terá a maioria dos líderes políticos de nossa região a seu lado. Esperidião Amin (PP) deverá ter a segunda maior adesão, caso de fato seja candidato ao governo. Dai para baixo, todos os gatos são pardos.

Fritsch vem à região e defende aliança entre Décio e Boeira

Ex-deputado federal José Fritsch (PT) fez incursão por nossa região na sexta-feira, ladeado pelo ex-presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Araranguá, Ozair Banha da Silva (PT). Dentre outros compromissos, eles se reuniram com o pré-candidato do PT a deputado estadual por nossa região, Glauter Soares, de Sombrio.

Fritsch é um dos defensores, dentro do PT, de uma dobradinha entre Décio Lima (PT) e Jorge Boeira (PDT) para disputar, respectivamente, a governadoria e a vice-governadoria do Estado. Neste contexto, ele defende a tese de que Dário Berger (PSB) deva disputar novamente o Senado Federal.

A equação não contempla a pré-candidatura ao Senado de Afrânio Boppré (Psol), que já disse que disputará a Câmara Alta com ou sem o apoio dos demais partidos de esquerda do Estado. A proposta de Fritsch é o que de mais próximo que já para se manter a Frente Democrática relativamente unida.

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