Rolando Christian Coelho | Esquerda continua sem se entender em SC

Possibilidade de rompimento da Frente Democrática tira chances da esquerda disputar o segundo turno

Rolando Christian Coelho, 06/07/2022

Esquerda continua sem se entender em SC

Partidos da Frente Democrática não estão conseguindo chegar a um consenso quanto a formação de uma chapa majoritária única para disputar a eleição estadual em Santa Catarina. Em um cenário político onde nem a direita está conseguindo se entender, imagine a esquerda, com sua eterna análise conjuntural. Neste momento, Décio Lima (PT) e Dário Berger (PSB) são candidatos ao governo.

Gelson Merísio, do Solidariedade, é pré-candidato a vice de Décio. Jorge Boeira (PDT) se dispõe a ser candidato ao Senado na chapa de Décio, mas sofre restrição do Psol, que quer emplacar Afrânio Boppré na vaga. Ontem, Dário e Boeira se reuniram e prospectaram a possibilidade de uma aliança entre PSB e PDT. Dário concorreria ao governo, Boeira ao Senado e o PDT poderia indicar também o candidato a vice.

Em que pese os sentimentos envolvidos nesta situação, o que a esquerda precisa é racionalizar a respeito dos fatos. A primeira questão está relacionada à união dos oito partidos de esquerda de Santa Catarina em torno de um só projeto estadual.

Se conseguir se manter unida a esquerda de fato tem chances de chegar ao segundo turno, por conta das múltiplas candidaturas robustas que deverão ser lançadas neste ano. Se não se mantiver unida, as chances de chegar a segunda etapa da eleição inexistem.

O segundo ponto que a esquerda precisa analisar é se, de fato, tem a intenção de ganhar o governo, ou se somente quer chegar ao segundo turno para servir, ainda mais, de palanque para a candidatura presidencial de Lula da Silva (PT). Se o objetivo é somente chegar no segundo turno, o melhor candidato é Décio Lima. Se de fato quiser ganhar, o melhor candidato é Dário Berger.

O motivo é bastante simples: Dário tem infinitamente mais chances de costurar alianças na segunda etapa da eleição do que Décio. Quem, dentre Esperidião Amin (PP), Jorginho Mello (PL), Raimundo Colombo (PSD), João Rodrigues (PSD), Jorge Bornhausen (PSD), Antídio Lunelli (MDB), Gean Loureiro (União), e até mesmo Carlos Moisés da Silva (Rep), estaria disposto a se aliar ao PT? Metade destes, no entanto, poderia estar com Dário, se o PT fosse apenas coadjuvante.

O problema de Dário Berger é que ele não tem forças, porque não tem um partido estruturado. Por não tem forças não consegue se impor. Para piorar sua situação, o PSB concorrerá com Geraldo Alckmin como candidato a vice de Lula, o que deixa Dário moralmente amarrado à candidatura petista.

Por conta disto, a sua disposição de concorrer ao governo acaba soando quase que como um chiste, pelo menos aos ouvidos dos petistas. Para azar de Dário, as chances de Lula vencer a disputa pela presidência são bastante reais. Por conta disto, o que não vai faltar é petista querendo ser candidato majoritário, para colher os louros da fama, o que inclui Décio Luma.

PL vive momento delicado em Santa Catarina

PL estadual está passando uma espécie de apagão, inflacionado, principalmente, por conta da passagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) por Santa Catarina, no último dia 25 de junho. O que era para ser o grande momento do PL catarinense, acabou se transformando numa tremenda saia justa para a sigla, já que o presidente Bolsonaro não fez nenhuma questão de colar a sua imagem a imagens dos líderes políticos do partido no Estado.

Isto atingiu principalmente a pré-candidatura do senador Jorginho Mello (PL) ao governo, encorajando o senador Esperidião Amin (PP) a entrar de vez na corrida sucessória como candidato ao governo. Amin torce, agora, para que o PL indique o seu vice, e sonha, ainda, em ter o PTB e o PSDB como seus aliados.

Progressistas, PL, PTB e PSDB têm conversado bastante, mas, exemplo da esquerda catarinense, a grande questão é conseguir achar a ordem dos fatores numa equação que levaria a uma coligação entre eles.

Candidatura de Amin ao governo é considerada irreversível

Bases do Progressistas já consideram irremediável candidatura do partido ao Governo do Estado. O presidente estadual da legenda, Silvio Dreveck, é defensor desta tese, assim como o secretário geral do partido, Aldo Rosa. O senador Esperidião Amin, que é pré-candidato ao governo, por óbvio, também compactua com este pensamento, a exemplo de sua esposa, a deputada federal Ângela Amin.

O deputado estadual João Amin, filho do casal, também é adepto do projeto, a exemplo do deputado estadual Altair Silva. Por sua vez, o deputado estadual José Milton Scheffer, que, num primeiro momento, defende uma aliança com o governador Carlos Moisés da Silva (Rep), já disse que seguirá as determinações que o Progressistas deliberar em convenção estadual. Em nossa região, por exemplo, a maioria dos prefeitos progressistas já disseram que seguirão a determinação de Zé Milton.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.