Rolando Christian Coelho, 23/03/2022
É preciso primeiro esperar pelas federações
Neste momento, em nível nacional, vários partidos têm conversado para a formação de federações, que poderiam colocar duas ou mais siglas no mesmo barco, disputando as eleições em nível nacional, e nos Estados, como se fossem uma só. Com este objetivo, há conversações, por exemplo, envolvendo MDB, PSDB e União Brasil.
Não quer dizer que a federação entre estes partidos de fato acabe ocorrendo, mas existem esforços neste sentido. O mesmo tem ocorrido entre PL, PP, PTB e, talvez, Republicanos. Já na seara da esquerda, PT, PV e PCdoB devem tomar este caminho. Esta federação contaria com o PSB, que acabou desistindo do projeto.
É interessante observar que, apesar das federações estarem sendo construídas, com grandes chances de serem concretizadas, vários partidos em Santa Catarina as têm ignorado. Tem partido conversando com todo mundo, e já acertando coligações majoritárias que provavelmente não ocorrerão, pois a legenda deverá estará amarrada a uma outra federação.
O Progressistas, por exemplo, tem namorado com o União Brasil e com o PSD em Santa Catarina. O problema é que se o Progressistas se federar com o PL do presidente Jair Bolsonaro, e se o União de federar com o MDB e o PSDB, o tal namoro não terá sentido.
Não há possibilidade de o Progressistas estar federado ao PL em nível nacional e, em Santa Catarina, se unir a um partido de outra federação.
Na prática, o que se vê é que há muita coligação majoritária sendo montada em nosso Estado, sem que haja uma lógica com o que está sendo tratado em nível nacional. Num português bem claro: estão colocando o carro na frente dos bois.
Federações tem que ser formadas até dia 31 de maio
Vale lembrar que as federações partidárias deverão estar registradas no Tribunal Superior Eleitoral até o dia 31 de maio. Somente depois deste registro é que saberemos quem estará com quem nas eleições deste ano.
Será a partir daí que haverá o ponto de partida para as eleições de 2022. Na prática, então, teremos pelo menos mais dois meses de discussões, levando-se em conta que muitas delas não levarão a lugar algum, justamente porque não se sabe se o partido a de fato poderá estar aliado ao partido b.
Feito o anuncio das federações, aí sim o jogo político em Santa Catarina começará de verdade.
Jorginho Mello tem vivido inferno astral
Senador Jorginho Mello (PL), que é pré-candidato ao Governo do Estado, tem vivido uma espécie de inferno astral nos últimos dias. Empresário Luciano Hang praticamente confirmou sua indisposição de se filiar ao PL.
Luciano acredita que é preciso ampliar o palanque eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Santa Catarina. Por conta disto, aposta que o mais conveniente é se filiar a uma pequena sigla, independente, ou se aliar a um outro grupo político de centro-direita, que faça, até mesmo, oposição a Jorginho. Este grupo seria timonado pela dobradinha PSD/PP.
No embalo das dores de cabeça, o senador está vendo cada vez mais distante a possibilidade do ex-prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo, de permanência no PL. Ele tem estreitando cada vez mais conversas com o União Brasil e com o Republicanos, para disputar a Assembleia Legislativa. Já teria anunciado a saída do PL.
Moreira não irá disputar mais a Assembleia Legislativa
Ex-governador Eduardo Moreira (MDB) anunciou ontem que não será mais candidato a deputado estadual. Desde meados do ano passado ele vinha construindo sua pré-candidatura. Chegou a levar o ex-prefeito de Turvo, Heriberto Schmidt, para trabalhar como seu assessor, em Florianópolis, de modo a facilitar as articulações de seu propósito aqui no Extremo Sul.
Decidiu, no entanto, permanecer frente a uma diretoria no BRDE, cargo para o qual foi indicado pelo governador Carlos Moisés da Silva (Rep). A desistência de Moreira facilita, e muito, o projeto do ex-prefeito de Turvo, Tiago Zilli (MDB), de chegar à Assembleia Legislativa.
Márcio Búrigo pode atrapalhar planos de Ghellere ou Motinha
Uma eventual candidatura do ex-prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo, à Assembleia Legislativa, pelo União Brasil, ou pelo Republicanos, acaba interferindo diretamente nos destinos políticos de nossa região.
É que o União Brasil deverá ter como candidato a deputado estadual, por Araranguá, o advogado Ricardo Ghellere, que disputou a prefeitura da Cidade das Avenidas pelo PRTB em 2020. Já o Republicanos, também de Araranguá, deverá ter como candidato a estadual o ex-vereador Marco Antônio Mota.
Dos dois, o maior prejudicado com uma candidatura de Búrigo, por seu partido, seria Motinha. Convém lembrar que Márcio Búrigo, na condição de ex-prefeito, acaba tendo uma maior sintonia com políticos de nossa região que estão dentro das gestões municipais, com ficha de filiação no Republicanos. Ele fala a língua destes, o que acabaria estreitando laços, em detrimento dos interesses de Motinha.