Rolando Christian Coelho, 16/02/2022
Dário e Cobalchini desistem das prévias do MDB
Senador Dário Berger e o deputado estadual Valdir Cobalchini desistiram de participar das prévias do MDB, marcada para o próximo sábado. Dentre os inscritos como pré-candidato ao governo de Santa Catarina, restou apenas o nome do prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli.
Dário e Cobalchini tem ciência que Antídio venceria a convenção, por um motivo bastante simples: ele foi o único que de fato trabalhou para ser o candidato a governador pelo partido. Enquanto Antídio trabalhava internamente, Dário flertava, como ainda flerta, com o PSB. Já Cobalchini se dedicava a levar o MDB para junto do governador Carlos Moisés da Silva, como também nutria esforços para trazer o governador para a legenda.
O objetivo da renúncia das candidaturas, feita de forma orquestrada, é bem claro. As alas do MDB contrárias à candidatura de Antídio ao governo querem deixá-lo isolado, sem o respaldo das prévias. Trata-se de um joguete muito próximo da covardia, que em nada representa o MDB catarinense, partido que sempre esteve na vanguarda dos acontecimentos.
Vale lembrar que as prévias do MDB, marcada para o próximo sábado, está respaldada em inúmeras reuniões da cúpula do partido realizadas ao longo dos últimos meses, como também pelo estatuto da legenda. Não há nenhuma ilegalidade no ato, muito pelo contrário.
O grupo de Cobalchini, todavia, sabe que perderia, e com a derrota também seria sepultada a possibilidade do partido abraçar a candidatura do governador Carlos Moisés da Silva. Já os poucos aliados de Dário Berger sabem que sua derrota traria um desgaste desnecessário, diante do projeto de construção de uma candidatura ao governo via PSB.
Conforme resolução assinada pelo presidente do MDB, Celso Maldaner, caso apenas um nome restasse como inscrito para as prévias, este seria aclamado como candidato ao governo pelo partido.
Por esta determinação, Antídio Lunelli será, então, o candidato do MDB ao Governo do Estado este ano. Por óbvio, as forças contrárias a este fato tentarão derrubar sua candidatura a todo custo, buscando, principalmente, levar o partido para próximo de Carlos Moisés.
MDB está se apequenando diante da eleição deste ano
O que está acontecendo dentro do MDB é uma lástima. A legenda, que tinha tudo para sair fortalecida do pleito eleitoral deste ano, está se apequenando. O único que parece de fato ter um projeto para a sigla é Antídio Lunelli.
Os demais passam a nítida impressão de amadorismo. Quem defende a candidatura de Carlos Moisés pelo partido deveria ter promovido sua filiação já em 2019. Hoje ele seria o nome mais do que natural da legenda para disputar o governo catarinense, deixando Antídio na poeira.
Um partido é uma instituição, base da sustentação do sistema democrático de um país. Nenhum partido pode ser objeto de espasmos ou rompantes, sob pena de enfraquecimento de todo o sistema democrático.
Ideal para Antídio é que prévias sejam realizadas
Ainda que o presidente estadual do MDB, Celso Maldaner, tenha baixado resolução, dando conta que, caso o partido tivesse apenas um pré-candidato ao governo, este seria aclamado como tal, o ideal para os interesses de Antídio Lunelli é que as prévias de sábado seja mantida.
Pelo estatuto do MDB, o que for referendado nas prévias precisa ser meramente homologado em convenção, cujo prazo de realização, de acordo com a legislação eleitoral, vai de 20 de julho a 5 de agosto.
Se não houver prévias, fica a dúvida quanto a obrigação de homologação do nome de Antídio no segundo semestre do ano, o que revigora as forças dos simpatizantes de Carlos Moisés da Silva.
Ala que não quer Antídio Lunelli foi imprudente
A falta de articulação dos deputados estaduais do MDB catarinense pode trazer um prejuízo gigante para o Sul do Estado. Provavelmente Santa Catarina nunca mais terá um governador que tenha investido tanto em nossa mesorregião quanto Carlos Moisés da Silva.
Ainda que o governador tenha dado todos os indicativos de que estava enxugando a máquina pública, para promover investimentos estruturais no Estado, boa parte do MDB estava mais preocupada é em compactuar com estratagemas que levaram a duas CPIs, que quase cassaram seu mandato. Jogaram Carlos Moisés na lama para depois resgatá-lo. O problema é que, sujo de lama, o governador não ficou bem na foto para as bases do MDB.
Racha no MDB deixa Antídio entre a cruz e a espada
Situação que envolve Antídio Lunelli não é das mais confortáveis. Para concorrer ao governo estadual ele precisa renunciar à Prefeitura de Jaraguá do Sul até o final de março. Com parte do MDB boicotando seu projeto, pode ser que ele não consiga levar seu intento pela sigla.
O problema é que Antídio só saberá disto, oficialmente, no final de julho, ou início de agosto, quando acontece a convenção oficial do partido para a homologação de seu candidato ao governo. Uma alternativa seria deixar o MDB e se filiar a outra legenda, mais receptiva.
O problema é que isto também teria que acontecer até o final de março, seis meses antes da eleição, portanto, muito antes da convenção de julho/agosto. É o legítimo: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.