Governador eleito Jorginho Mello (PL) ainda não anunciou quem será seu Secretário de Infraestrutura. Em princípio, as especulações convergiram para o deputado estadual reeleito Volnei Weber (MDB), e num segundo momento para o atual deputado estadual Valdir Cobalchini (MDB), que foi eleito para a Câmara Federal neste ano. Tudo, no entanto, apenas em nível de especulação.
Como a anúncio oficial ainda não saiu, e as conversas de bastidores estão focadas no MDB, tudo leva a crer que o novo titular da pasta imanará do partido. A grande dúvida é saber quem será este nome. Durante os últimos dias, o deputado estadual Mauro de Nadal (MDB) passou a ser um dos principais cotados para a Infraestrutura. Por óbvio que estas especulações estão ligadas ao fato de Nadal ter fechado acordo com quatro blocos partidários para ser eleito presidente da Assembleia Legislativa, o que, em princípio, vai contra os interesses de Jorginho Mello. Atualmente, o grupo de Jorginho conta com onze votos do PL e mais três votos do Progressistas para tentar emplacar o presidente do parlamento estadual. Faltam sete votos para garantir os 21 necessários para assegurar o comando da Assembleia.
O MDB de Mauro de Nadal dispõe de apenas seis votos para a eleição de 1º de fevereiro, mas tem como aliado de primeira instância o PSDB, que elegeu outros dois deputados neste ano. Se o bloco composto por MDB e PSDB fechar com PL e Progressistas, estariam assegurados 22 votos, um a mais do que necessário.
Há várias questões envolvidas nesta situação. A primeira é saber se Mauro de Nadal abriria mão de ser presidente da Assembleia Legislativa para se tornar Secretário de Infraestrutura, algo que ele poderia postular em 2025. Outra questão é saber se todos os seis deputados do MDB, e mais os dois do PSDB, votariam em um nome apoiado por Jorginho, que, por ora, é o do deputado José Milton Scheffer (PP).
Há outro fator bastante relevante, que diz respeito a manutenção do bloco entre MDB e PSDB. Os tucanos se irmanaram a um projeto com o MDB objetivando a eleição de Nadal. Se este projeto não for levado adiante, o compromisso pode cessar, o que deixaria o grupo de Jorginho com 20 votos, e a “oposição” com outros 20 votos. Ganharia a disputa pela presidência o candidato mais idoso. Nestas horas, Júlio Garcia (PSD) faz questão de dizer que tem 72 anos, dez a mais que Zé Milton.
Carlos Moisés pode não ir a posse de Jorginho
Pela primeira vez na história recente de Santa Catarina, o atual governador poderá não estar na posse do governador eleito. A entrega simbólica das chaves do governo faz parte da tradição catarinense, o que incluiu o então governador não reeleito Esperidião Amin (PP), entregando o governo, em 2002, ao governador eleito Luiz Henrique da Silveira (MDB), dentro do Palácio Santa Catarina, depois de ambos terem protagonizado uma das maiores batalhas eleitorais de nosso Estado. O governador Carlos Moisés da Silva (Rep) não está dando a entender que terá a mesma diplomacia. No último dia 19, por exemplo, ele não compareceu a diplomação dos eleitos, realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral, na sede do Tribunal de Justiça, bem no centro de Florianópolis. Por sua vez, o futuro governador Jorginho Mello (PL) também não é daqueles que corre atrás.
Prefeitos continuam preocupados com dinheiro dos convênios
Governador eleito Jorginho Mello (PL) tem dito aos prefeitos de todo o Estado que não há com o que se preocupar, quando o assunto é a destinação de recursos, para obras e ações, já pactuados pela atual gestão estadual. A burocracia estatal fez com que milhões de reais ficassem guardados nos cofres do governo, a espera da destinação para as prefeituras. Para isto, no entanto, eram necessárias medições, laudos, papéis e mais papéis, além de assinaturas de tudo quanto é canto, situações estas que acabaram não se concretizando a tempo. De acordo com Jorginho, tudo o que foi licitado e está dentro das conformidades, terá recursos liberados. A grande dúvida fica por conta dos projetos que haviam sido abraçados pelo atual governador Carlos Moisés da Silva (Rep), mas que não foram objetos de processos licitatórios. Nestes casos, é provável que tudo tenha que começar do zero.