Os políticos tradicionais estão assustados com a resposta das urnas nas duas últimas eleições em nível estadual e nacional. Em 2018, boa parte destes ficaram pelo caminho, abraçados às velhas promessas de campanha. Neste ano, dos que sobraram, outra metade também sucumbiu. Os que sobreviveram foram aqueles com sólidas bases eleitorais, alicerçadas em um trabalho quase pessoal feito ao longo de anos e anos de dedicação. Já aqueles mais relapsos, que na base do abano para o povo acreditaram no reconhecimento popular, se estreparam. No lugar de quem tem ficado pelo caminho tem surgido uma nova geração, bastante conservadora, e vocacionada ao debate das questões ideológicas.
A grande pergunta que todos estão fazendo é uma só. Porque a população tem trocado obras e ações por discursos ideológicos? Porque fulano, que trouxe R$ 100 milhões para uma região, fez menos votos que sicrano, que só sabe falar mal de vagabundo? Há várias situações que envolvem este fato, mas as principais estão ligadas ao desgaste natural da própria classe política, por conta do acúmulo de expectativas frustradas do eleitor; como também a saturação do eleitor em relação a uma sociedade desordenada, que põe em risco o bem estar do cidadão comum.
No que diz respeito a frustração do eleitor, ela se dá por conta das repetidas promessas não cumpridas. Neste sentido, o político tradicional acaba sendo visto como um mentiroso, como alguém que promete, mas não cumpre, por mais que ele se esforce para conseguir atender a demanda. No entanto, a demanda é exageradamente grande, e envolve praticamente todos os aspectos da vida do cidadão. A globalização da economia, com a consequente facilitação de acesso aos bens de consumo, incutiu no inconsciente coletivo a falsa expectativa de que o cidadão tem direito a tudo. Sendo assim, quem não conseguir atingir suas expectativas, não serve.
O fato é que há um exagero nestas expectativas, mas isto é irrelevante, pois tal qual uma criança birrenta, boa parte dos eleitores simplesmente querem, seja lá o que for, não interessa como. Como a demanda não é atendida, a melhor maneira de se vingar é votando em quem não promete nada. É aí que entra o político ligado às questões ideológicas.
Cabe lembrar que o político ideológico não é um estabanado, muito pelo contrário. Em grande parte, sua principal causa é a normatização moral da sociedade, o que envolve, por exemplo, o combate ao tráfico de drogas. O cidadão vê neste comprometimento algo tão importante quanto a construção de uma escola, afinal, do que adiante dar educação escolar a um filho, se é para ele cair no mundo das drogas? Em linhas gerais, o desejo do eleitor é o mesmo. Ele quer que suas vontades sejam atendidas. Como o desejo material está cada vez mais difícil de ser concretizado, ele opta pela realização do desejo social.
MDB/SC vai precisar se reciclar totalmente
MDB catarinense vai precisar se reinventar. Partido está terminando 2022 com saldo para lá de negativo. Perdeu um senador, não elegeu ninguém na majoritária estadual e pulverizou um terço de sua bancada na Assembleia Legislativa. Vale lembrar que o MDB só conseguiu assegurara suas três cadeiras na Câmara Federal porque PT e União Brasil esbarraram em clausulas de barreira impostas pela legislação eleitoral. As apostas estão direcionadas para dona Ivete Appel Silveira (MDB), que é a primeira suplente do senador Jorginho Mello (PL). Caso ele vença a disputa pelo governo estadual, ela assumiria sua vaga no Senado. Aos 79 anos, no entanto, ela não pretende fazer isto. Resta saber quem assumirá o MDB estadual. Os que lá estão, entregaram o que aí está.
Jorginho promove encontro regional em Criciúma
Senador Jorginho Mello (PL) promoveu encontro macrorregional ontem, em Criciúma, com a presença de lideranças políticas de diversas legendas. Cerca de 200 pessoas de nossa região foram prestigiar o evento, atendendo convite do coordenador regional do PL, André Fernandes. No Sul do Estado, Jorginho já recebeu declaração de apoio de praticamente todas as principais lideranças municipais e regionais filiadas a legendas como o Progressistas, PSDB, MDB, União Brasil, Republicas PSD, PRTB, e por aí afora. O esforço maior está concentrado na tentativa de colocar os simpatizantes do governador Carlos Moisés da Silva (Rep) em sua campanha. Dentre as estratégias para isto, está o compromisso de manter ativa todas as iniciativas de parceria do atual governo com as prefeituras municipais.