Rolando Christian Coelho | 25/10/2022 | Mercado responde mal aos tiros de Robertão

Segunda-feira foi tensa para o mercado de capitais, por conta dos desdobramentos que envolveram o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e agentes da Polícia Federal. O dólar, por exemplo, subiu quase 3% em apenas um dia, e a bolsa de valores registrou queda de 3,27%, com ações como as da Petrobrás caindo 10%. No resumo da ópera, isto significa que as grandes corporações passaram a acreditar que as chances de eleição do ex-presidente Lula da Silva (PT) são maiores do que as do presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno da eleição nacional.
O mercado de capitais segue uma lógica desenvolvimentista, baseada em transações de mercado e no crescimento da riqueza de um país a curto e médio prazo. Basicamente, não tem ninguém preocupado com investimentos de longo prazo na educação, por exemplo, o que tornaria o país mais rico daqui a vinte, trinta, quarenta anos. O negócio é saber quanto se poderá ganhar neste ano, ano que vem, e no máximo daqui a dois ou três anos.
As ações da Petrobrás caíram porque os planos de abertura de capital da empresa, e a privatização de alguns setores correlatos a ela, dificilmente farão parte de ações de um eventual governo Lula. Sendo assim, os investidores não têm interesse em comprar ações de uma empresa que não teria perspectivas de um suposto crescimento acelerado. Grosso modo, esta é a lógica do mercado. O interessante é que tudo isto se dá na base da especulação. Em outubro no ano de 2002, na iminência de Lula ganhar a eleição presidencial pela primeira vez, o dólar chegou a R$ 3,85. Um ano depois ele valia R$ 2,85 e em outubro de 2010, quando estava se findando o segundo mandato de Lula, e diante da iminente eleição de Dilma Rousseff (PT), o dólar valia R$ 1,66. Ou seja, o PT já não metia mais medo no mercado de capitais. Como nos últimos dias a sensação de crescimento de Bolsonaro era bastante visível, a economia estava bastante estável. O efeito Roberto Jefferson, no entanto, bagunçou o correto.
É interessante ressaltar que o ex-deputado é o principal cacique do PTB nacional, que neste ano lançou o padre da Igreja Ortodoxa, Kelmon da Silva Souza, como candidato à presidência. Mesmo padre que em um debate realizado pela Rede Globo de Televisão tirou o ex-presidente Lula dos trilhos, fazendo com que o petista desse adeus as chances de vencer a eleição no primeiro turno. Agora, um político do PTB volta a cena, todavia, para ajudar Lula na reta final da campanha. Os tiros de Jefferson saíram pela culatra.

Após derrota de Moisés, prefeitos estão preocupados com recursos

Prefeitos da região estão preocupados com investimentos anunciados pelo governador Carlos Moisés da Silva (Rep) para os municípios, mas que ainda não têm destinação de recursos. Promessa é de que tudo será liberado, conforme prometido, ao longo de novembro e dezembro, depois de findado o segundo turno das eleições. O frio na barriga dos prefeitos, no entanto, é grande, pois o governador nutria, no mínimo, expectativas de chegar no segundo turno. Em linhas gerais, a crença é a de que o governo irá liberar aquilo que já está pactuado, mas deixar nas gavetas aquilo que estava apenas prometido. Prioridade seria fechar as contas, de modo a não deixar rabo prezo com a próxima gestão. A grande pergunta é: alguém faria diferente, no lugar de Carlos Moisés?

Novo deputado vai contratar assessor por processo seletivo

Deputado eleito pelo PSD de Florianópolis, o jornalista Mário Mota anunciou que irá abrir processo seletivo para contratar seus assessores de gabinete. Isto mesmo. Quem quiser trabalhar com o futuro deputado precisará passar por uma avaliação de capacidade para a função que almeja desempenhar. Conforme ele, não haverá limite de inscrições para as vagas. Bem que a moda poderia pegar, o que acabaria em grande parte com os apadrinhamentos políticos á base do dinheiro público. Boa parte dos deputados, mesmo antes de eleitos, já estão com seus gabinetes totalmente comprometidos com empregos para fulanos, beltranos e cicranos. A escolha técnica dos assessores rompe com este ciclo vicioso, e democratiza o serviço público comissionado.

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