Rolando Christian Coelho | 24/10/2022 | Quem ganha? Lula ou Bolsonaro?

Quem ganha? Lula ou Bolsonaro? Esta é a pergunta que mais tenho ouvido dos amigos e amigas que acompanham meu trabalho como colunista político, desde que se confirmou a segunda etapa da eleição nacional. Obviamente que não se trata de uma pergunta fácil de ser respondida, por conta do equilíbrio de forças entre os dois grupos que postulam um novo mandato presidencial. Maior prova disto são as pesquisas eleitorais dos últimos dias, que, pela média, na grande maioria das vezes apontam empate técnico entre os dois candidatos.
Do ponto de vista meramente técnico, o que se pode dizer é que Lula da Silva (PT) tem maiores chances de ganhar, mas Jair Bolsonaro (PL) é aquele que mais tem possibilidades de crescimento para ganhar. Bom, por óbvio a resposta pode parecer conflitante, mas este não é o caso.
Se a eleição fosse hoje, por exemplo, as chances de Lula ganhar seriam bem maiores. Ele saiu em alta da primeira etapa da eleição, com mais de 6 milhões de votos à frente de Bolsonaro. Também recebeu apoio formal de Simone Tebet (MDB), como também do PDT, ainda que Ciro Gomes tenha ficado em cima do muro. O problema de Lula é que a eleição não é hoje, e nem amanhã, e nem depois de amanhã. Ela é apenas no próximo domingo, e até lá muita água pode passar por baixo da ponte. É justamente a quantidade de água que passará por baixo da ponte que definirá se o vencedor será Lula ou Bolsonaro.
O maior patrimônio eleitoral de Lula é o Nordeste do país, onde ele venceu Bolsonaro com uma diferença de 12,9 milhões de votos. No entanto, sua maior vantagem, também sua maior desvantagem. É que esta concentração exagerada de votos em apenas uma região acaba limitando seu potencial de crescimento. Em linhas gerais, no segundo turno, Lula se dará bem novamente no Nordeste, mas Bolsonaro tem maiores chances de se dar bem no Sul, Sudeste, Centro Oeste, e Norte do país, região esta que mostrou o maior equilíbrio de forças entre os dois candidatos.
Em Ciência Política, em uma situação como esta se diz que Bolsonaro tem maior capilaridade eleitoral. Ou seja, ele tem maior possibilidade de crescimento em relação a Lula, pois seu espaço de atuação positiva é maior. Em linhas gerais, desde o último dia 2, Lula cresceu, mas, proporcionalmente aos votos que os dois candidatos obtiveram, Bolsonaro com certeza cresceu mais, pois a sua capilaridade eleitoral é maior, o espaço que ele tem para crescer é maior. O problema de Bolsonaro não é nem crescer, mas crescer o suficiente para ultrapassar Lula. A tendência é que a diferença de 6 milhões de votos do primeiro turno diminua drasticamente. A grande questão é saber se Bolsonaro terá tempo de zerá-la até o próximo domingo, o que depende tanto da aceleração de seu crescimento vegetativo, quanto das variáveis que possam interferir neste crescimento. O caso Roberto Jefferson, por exemplo, é uma variável negativa para estas pretensões.

Sem Moisés, Republicanos declara apoio a Jorginho

Governador Carlos Moisés da Silva (Rep) continua dando aula de como não fazer política. No sábado, o Republicanos, seu partido, se reuniu para declarar apoio oficial a Jorginho Mello (PL), candidato ao Governo do Estado neste segundo turno em Santa Catarina. Todo mundo sabe que as chances de Jorginho vencer Décio Lima (PT) na segunda etapa da eleição estadual são extremamente grandes. Todavia, Carlos Moisés preferiu não fazer parte do grupo que se reuniu com o candidato do PL, e nem mesmo mandou representante. Pelo visto, do mesmo modo meteórico que entrou na política, Carlos Moisés está querendo sair. Se este é o objetivo, com certeza ele será alcançado.

Jorginho já teria três secretários mapeados

Mesmo antes do resultado eleitoral do próximo dia 30, grupo político de Jorginho Mello (PL) já vem mapeando seu primeiro escalão do governo. Um dos nomes tidos como certo na possível futura gestão é o da deputada federal Carmem Zanotto (CD). Caso este alinhamento de astros se confirme, a atual deputada Geovânia de Sá (PSDB), que não foi reeleita, assumiria a Câmara Federal no lugar de Carmem. Outro nome tido como certo em um eventual governo de Jorginho é o do deputado estadual reeleito Maurício Eskudlark (PL), que é cotado para a Secretária de Segurança Pública. O também deputado estadual reeleito Volnei Weber (MDB), por sua vez, é cotado para a Secretaria da Infraestrutura.

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