Reunido com deputados federais e estaduais do MDB, ontem, em Florianópolis, governador eleito Jorginho Mello (PL) disse que seu partido não irá disputar a presidência da Assembleia Legislativa em 2023. Na ocasião, ele reiterou seu desejo de governar ao lado dos deputados do MDB. Não falou em cargos, mas para qualquer bom entendedor, meio olhar já basta. A fala do futuro governador deixa a entender que PL e MDB estarão unidos na disputa pela presidência do parlamento estadual em fevereiro, o que, de certo modo, frustra a intenção do deputado estadual José Milton Scheffer (PP) de chegar ao comando da Assembleia com o apoio dos liberais.
Por enquanto, Zé Milton estaria contando com os três votos de seu partido, mais cinco votos vindos do Podemos, Republicanos e do Partido Novo, e apostando nos seis votos da esquerda, representada pelo PT, PDT e Psol. O PTB poderia entrar no barco com um voto, o que somaria 15 no total para o sombriense. Para chegar à presidência são necessários 21 votos.
Por sua vez, Jorginho Mello estaria buscando a unidade entre os onze deputados do PL, que aliados aos seis do MDB e aos oito filiados a legendas como o PSD, União Brasil e PSDB somariam 25 votos. O grupo também está de olho no PTB, comandado pelo bolsonarista Kennedy Nunes, o que aumentaria o grupo para 26 parlamentares, e diminuiria o de Zé Milton para 14.
Tudo isto, no entanto, é um mero alinhavo, e quem tem menos a perder é justamente Zé Milton, que tem ciência que sua eleição à presidência da Assembleia Legislativa só será viabilizada se houver um racha no PL de Jorginho Mello. Observe-se que somente PL e MDB têm 17 dos 21 votos necessários para eleger a Mesa Diretora da Assembleia. Com outros três votos do PSD de Júlio Garcia, e mais um voto do PTB de Kennedy Nunes, ou do União Brasil do deputado Jair Miotto, e a fatura está liquidada.
O que Zé Milton precisa, e já está fazendo, é manter sua candidatura viva, na expectativa de que o grupo mais próximo a Jorginho Mello não chegue a um entendimento. Se isto acontecer, ele estaria dentro do jogo.
Zilli participou do encontro com Jorginho Mello
Integrante do grupo que se reuniu com o futuro governador Jorginho Mello (PL), ontem, em Florianópolis, o deputado estadual eleito Tiago Zilli (MDB) disse que o encontro foi bastante proveitoso. Tiago ressaltou que Jorginho fez menção as suas tentativas de ter o MDB junto com ele na campanha deste ano, o que acabou não acontecendo, já que a legenda preferiu apoiar o atual governador Carlos Moisés da Silva (Rep) em seu projeto de reeleição. A fala de Jorginho, no entanto, evidenciou que o futuro governador de fato quer o MDB em sua gestão. Depois do encontro com Jorginho, os deputados do MDB almoçaram com o presidente da Assembleia Legislativa, Moacir Sopelsa (MDB). Ato seguinte, o presidente estadual do MDB, deputado federal Celso Maldaner, fez uma prestação de contas da campanha deste ano e disse que não será mais candidato a nada.
PL quer anular 279 mil urnas, TSE sugere revisão geral
Partido Liberal, que abriga a filiação do presidente Jair Bolsonaro, entrou com representação junto ao Tribunal Superior Eleitoral pleiteando a anulação de todos os votos depositados em 279 mil urnas utilizadas no pleito eleitoral deste ano, responsáveis pela computação de quase 60% dos votos totais dos brasileiros. A representação diz respeito ao segundo turno da eleição presidencial. Estas urnas correspondem aos modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015, todas fabricadas antes de 2020, e que, de acordo com o PL, não apresentaram segurança devida na computação dos votos. A constatação teria se dado depois de uma auditoria realizada pelo partido nestes modelos de equipamentos. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, por sua vez, solicitou ao PL que reformule sua petição, incluindo uma revisão geral, que contemplasse, também, todo o certame eleitoral do primeiro turno. Se o PL fizer isto, estaria jogando contra seu próprio patrimônio, já que no primeiro turno o partido, impulsionado pelo bolsonarismo, foi o grande vitorioso das eleições de 2022. O que não deu certo foi a disputa presidencial no segundo turno.