Rolando Christian Coelho – 21/11/2022 – A questão que envolve o Plano 1000

Prefeitos de todo Estado estão preocupados com a manutenção, ou não, do famoso Plano 1000, lançado pelo governador Carlos Moisés da Silva (Rep). O Ministério Público do Estado recomendou a suspensão do Plano, que prevê a destinação de recursos na ordem de R$ 1.000,00 por habitante para os municípios. A título de exemplificação, um município com 30 mil habitantes ganharia R$ 30 milhões do Governo do Estado, ao longo do próximo mandato, de acordo com projetos apresentados. O MP/SC entende que o Plano é inconstitucional, principalmente por conta de sua impessoalidade.
O futuro governador Jorginho Mello (PL), durante campanha, disse que manteria o programa. Fez este compromisso publicamente, durante a realização de um congresso de prefeitos do Estado. Em nossa região, durante passagem por Araranguá, afirmou textualmente que “não seria irresponsável de suspender um programa que irá beneficiar as prefeituras e que teve a aprovação da Assembleia Legislativa”. Chegou a afirmar que “se a preocupação é esta, ela não tem sentido de existir”.
De fato, no que diz respeito as intenções de Jorginho, o programa poderia ser levado adiante sem qualquer problema, até porque, politicamente, dificilmente ouviremos falar mais de Carlos Moisés da Silva no cenário estadual. Os louros a serem colhidos seriam meramente do futuro governador, que, afinal de contas, seria o responsável pelo aporte dos recursos. O problema é que o fato já não tem mais nada a ver com as intenções de Jorginho, e sim com a incomodação que ele poderá ter ao trazer para sua gestão algo de um governo anterior.
Se o Plano 1000 for levado adiante, será questão de dias para que a recomendação do Ministério Público se transforme em denúncia contra a gestão estadual, tendo Jorginho como denunciado. De acordo com o Secretário da Fazenda do Estado, Paulo Eli, os recursos para o Plano 1000 estão assegurados, desde que seguido o cronograma financeiro do Estado. Sendo assim, o mais recomendável é que ele seja ajustado e relançado, se adequando aquilo que o MP/SC entende ser constitucionalmente correto.
Como o compromisso de Jorginho de fazer parceria com as prefeituras está assegurado, a questão passa a ser meramente a adequação do programa, de modo a permitir com que os prefeitos de todo o Estado possam cumprir com os compromissos assumidos perante seus munícipes. É muito provável que seja isto que acabe acontecendo, o que fatalmente gerará atrasos na destinação dos recursos, mas, melhor isto, do que a suspensão definitiva de valores que são aguardados com muito expectativa.

Jorginho mantém segredo quanto a seu colegiado

Futuro governador Jorginho Mello (PL) vem mantendo segredo absoluto quanto a composição de seu governo. Por enquanto, não foi divulgado nenhum nome, nem do primeiro, nem do segundo escalão da nova gestão estadual. Fontes políticas de nossa região ligadas a Jorginho dizem que ele ainda não prospectou ninguém do Extremo Sul para integrar sua equipe. Isto, no entanto, está se dando em todas as demais regiões do Estado. Por enquanto, de nossa região, única garantia é que o sombriense Natan Marcondes Monteiro Osório integrará a gestão de Jorginho como um de seus principais assessores. Desde 2019 Natan assessorava Jorginho no Senado Federal e na campanha deste ano foi um de seus colaboradores mais diretos.

Beto Martins cada vez mais próximo de ser senador

Por falar em Jorginho Mello, está cada vez mais claro que o ex-prefeito de Imbituba, Beto Martins (PL), deverá ocupar em definitivo seu lugar no Senado Federal, ainda que seja seu segundo suplente. Dona Ivete Appel Silveira (MDB), que é a primeira suplente de Jorginho, tem reiterado aos mais próximos sua falta de disposição para a função. É muito provável que já a partir do dia 1º de janeiro Beto Martins assuma a função, diante da renúncia, ou licença, de Dona Ivete. A boa notícia para o Sul do Estado é que passaremos a contar com um senador da República representando a mesorregião. A última vez que isto aconteceu foi com Geraldo Althoff, entre novembro de 1998 e janeiro de 2003.

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