Rolando Christian Coelho | 20/10/2022 | Os famosos e suas relações com 2022

Toda eleição nacional é eivada de figuras famosas disputando cargos proporcionais e majoritários. Neste ano não foi diferente. Há aquelas figurinhas que já são carimbadas, como o palhaço Tiririca, que emplacou um quarto mandato de deputado federal pelo PL de São Paulo. De 2010 para cá Tiririca já perdeu mais de 90% dos seus 1,3 milhão de votos iniciais, mas mesmo assim ainda estará entre os eleitos para a próxima legislatura federal. O ex-jogador Romário Farias (PL) foi outro que emplacou mais um mandato, só que de senador, pelo Rio de Janeiro. Ao contrário de Tiririca, no entanto, Romário parece vocacionado a arte da política.
Primeiro brasileiro a ir para o espaço, em uma missão da Nasa, o astronauta Marcos Pontes (PL) também foi eleito senador, todavia, pelo Estado de São Paulo. Já o atual vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Rep), que é natural de Porto Alegre, foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul.
Mas também não faltou aqueles que, mesmo desfrutando da fama, não conseguiram se eleger, como o ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Joel Santana, que foi candidato a deputado federal pelo Pros do Rio de Janeiro. A emblemática atriz Lucélia Santos, famosa por interpretar a personagem Escrava Isaura há mais de 40 anos, também não obteve sucesso em sua tentativa de se eleger deputada federal pelo PSB do Rio de Janeiro. Mesmo destino que teve o “cantor” Mário Gomes, que ficou famoso pela “música” Caneta Azul. Ele tentou ser deputado estadual pelo PL do Maranhão, mas o povo preferiu deixa-lo nos palcos da vida.
Interessante observar que o índice de envolvimento em esquema de corrupção, por parte dos famosos eleitos, é bastante baixo, se comparado aos não famosos. Basicamente, quanto mais famoso o candidato for, menor a possibilidade dele se corromper. Por óbvio, tem medo de acabar com sua fama, que é o seu verdadeiro patrimônio.

Esquerda quer Décio em alta para evidenciar Lula

Nos bastidores, algumas lideranças de esquerda com quem tenho conversado admitem que vitória de Jorginho Mello (PL) sobre Décio Lima (PT), no segundo turno, pelo comando do Governo do Estado, é iminente. A admissão pública disto, no entanto, é uma outra história. Mesmo cientes da derrota, os apoiadores de Décio preferem manter o ar de competitividade em alta, pois há muito mais do que a disputa estadual em jogo. Em princípio, o propósito da esquerda seria manter a campanha de Décio com bastante evidência para que ela sirva de alicerce para a campanha de Lula da Silva (PT), na disputa pelo Governo Federal. Não à toa, além de ser fortemente vocacionada a defender Lula, a propaganda eleitoral de Décio, em rádio e TV, não perde a oportunidade de criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL). Diante de uma disputa acirrada em nível federal, fazer um ou dois por cento a mais para Lula em Santa Catarina pode fazer toda diferença o resultado final do pleito nacional.

Fragilizados por 2022, PDT e PSB caminham para fusão

PDT e PSB estão discutindo composição de um bloco partidário entre as duas legendas, com possibilidade da criação de uma federação, ou mesmo fusão entre ambas. Tanto um, quanto o outro, decresceram em representatividade parlamentar, seja no Congresso Nacional, seja nas Assembleias Legislativas, mesmo com a candidatura de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República, e de Geraldo Alckmin (PSB), à vice-Presidência, na chapa de Lula da Silva (PT). Para se ter uma ideia de como os dois partidos amargaram o resultado das urnas neste ano, será preciso que eles estejam unidos a partir do ano que vem para manter a média das mesmas cadeiras que conquistaram de forma individual em 2018. Cerca de 80% dos votos da esquerda neste ano foram depositados em candidatos da federação composta por PT, PCdoB e PV.

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