Estão cada vez mais afinadas as tratativas para que o Progressistas e o Republicanos, partidos do Centrão, embarquem de vez no governo do presidente Lula da Silva (PT), de modo a lhe propiciar a tão almejada estabilidade política no Congresso Nacional. Dos principais Ministérios, em princípio Lula só não estaria disposto a abrir mão da pasta da Saúde. No mais, tudo está na mesa de negociações. Juntos, os dois partidos somam 90 deputados federais e dez senadores, votos suficientes para trazer almejada paz ao Palácio do Planalto.
É claro que o Progressistas, e Republicanos, legenda que é ligada diretamente a Igreja Universal do Reino de Deus, querem entrar no governo, e só ainda não estão lá por conta da pressão das bases dos dois partidos, que continuam respirando os ares da campanha bolsonarista do ano passado. De forma contraditória, e ao mesmo tempo, no entanto, estas mesmas bases querem colher dividendos junto ao Governo Federal, e para isto os partidos precisam estar dentro de Ministérios e Secretarias Nacionais.
Para acomodar as duas legendas dentro do governo, em pastas como a do Ministério do Desenvolvimento Social e o comando da Caixa Econômica Federal, por óbvio que a esquerda terá que ceder espaço, e, neste sentido os partidos que mais perderão são PT, PSB, PDT e PCdoB. Tudo em nome da harmonia legislativa.
No frigir dos ovos o que se vê é que Lula começa a fazer o que o PT sempre fez no poder central: se aproximar da direita para poder governar. A grande verdade é que sem os votos da direita o governo não ainda. Já se passaram seis meses da gestão de Lula e até agora sua equipe não disse a que veio, justamente porque não consegue aprovar nada de seu interesse no Congresso Nacional. A cooptação do Progressistas e do Republicanos é uma tentativa de virada de mesa, como forma também de se preparar um cenário mais positivo para a eleição municipal do ano que vem.
Há de se ressaltar que Progressistas e Republicanos correm um seríssimo risco ao se aproximar da esquerda num momento pré-eleitoral como o de 2024. É provável que o eleitoral bolsonarista marque os dois partidos e que não os perdoe em 2026.
Finais
Vice-prefeito de Balneário Gaivota, Jonatã Coelho, atualmente filiado ao Republicanos, deverá embarcar em breve no PTB. Além do vice gaivotense, a legenda também deverá receber as filiações dos vereadores Anderson dos Santos, o Nando (PSD), e do presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Paulo Roberto da Silva, o Paulinho (PP). O PTB gaivotense comanda a Secretaria de Agricultura e Pesca, e também é o responsável pelo setor de arrecadação, tributos e iluminação pública. No caso de Jonatã, por ser um cargo majoritário, sua filiação deverá acontecer nas próximas semanas. Já no que diz respeito a Nando e Paulinho, que ocupam cargos legislativos, será necessária a abertura de janela de transferência partidária, em março do ano que vem, para que a mudança de partido se dê sem risco de perda de mandato.
Ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep) já tem dito aos mais próximos que não pretende se colocar a disposição para ser candidato a Prefeitura de Tubarão, em eleição indireta, que acontecerá em agosto, na Câmara Municipal de Vereadores, por conta da renúncia do prefeito Joares Ponticelli (PP) e de seu vice, Caio Tokarski (União). Ele foi procurado pelo grupo político do ex-prefeito Ponticelli para discutir o assunto, mas abriu mão de qualquer pretensão, se mostrando mais interessado no processo eleitoral de 2026. Carlos Moisés está apostando em uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Rep) à Presidência da República. Neste caso, o ex-governador faria dobradinha com Tarcísio, disputando novamente o Governo do Estado, compondo como vice, ou postulando uma vaga ao Senado Federal.
