Pelo andar da carruagem, caso queira ter tranquilidade na relação com a Assembleia Legislativa, futuro governador Jorginho Mello (PL) precisará conversar abertamente com o MDB, buscando aproximação e acerto político. O partido tem seis deputados, e almeja emplacar Mauro de Nadal na presidência da Casa. Tudo se encaminhava para isto, mas o PL de Jorginho começou a apontar uma série de restrições ao nome do deputado, convergindo seus onze votos na Assembleia para o projeto que vem sendo construído por José Milton Scheffer (PP).
Para contrapor esta articulação, Mauro de Nadal e Júlio Garcia (PSD) articularam a criação de três blocos partidários, que, somados, abarcam MDB, PSDB, PSD, União Brasil, PTB, PT, PDT e Psol. Afora estes, já havia um bloco agrupando Republicanos, Novo e Podemos. Em princípio, todos estariam contra o projeto de Zé Milton de chegar à presidência da Assembleia Legislativa.
Nitidamente, tudo passa pelo MDB. O problema é que o partido não se contenta com pouco, o que acaba fazendo com que Jorginho Mello mantenha certa distância dos desdobramentos que estão sendo realizados no parlamento estadual para a escolha da próxima Mesa Diretora. O futuro governador sabe que para ter os votos do MDB, em uma aliança com o PL, precisará negociar secretarias, diretorias e autarquias. Mais que isso, corre o risco de ter que entregar tudo isto e também a presidência do parlamento, visando meramente apoio legislativo.
Jorginho, no entanto, tem experiencia política suficiente para saber que sem os votos do MDB e do PSD ele não terá paz com a Assembleia Legislativa. Por sua vez, a única maneira de ter paz é cedendo espaço no executivo, para, a partir daí, começar a discutir a situação da Mesa Diretora da Assembleia.
O que o futuro governador não pode, neste momento, é cair do canto da sereia, se deslumbrando com os 71% dos votos que recebeu da população catarinense. Vale lembrar que o atual governador Carlos Moisés da Silva (Rep) recebeu o mesmo percentual em 2018, e na eleição deste ano sequer chegou ao segundo turno, em grande parte, juntamente por não ter se acertando politicamente com a Assembleia.
Luciano Pires será próximo presidente da Câmara de Araranguá
Chapa de oposição venceu eleição para presidir a Câmara Municipal de Araranguá pelo próximo biênio. Em princípio, está acordado que o vereador Luciano Pires (Podemos) irá comandar o legislativo araranguaense durante o ano de 2023, renunciando depois de doze meses para que o seu vice eleito, Márcio Tubinho (PP), assuma a presidência da Casa. Além de Luciano e Tubinho, votaram nesta chapa os vereadores Douglas Michels (PP), Jorginho Pereira (PP), Kelvin Diran (PP), Diego Pires (PDT), Nelson Soares (PDT) e Samuel Nunes (PSD). A chapa de situação, que tinha como candidato a presidente o vereador Paulinho de Souza (PSD), recebeu os votos dele, e dos vereadores Neno Fontoura (PSD), Lena Périco (MDB), Tico Gomes Batista(MDB), Luiz da Farmácia (PL), Zico Candido (Avante) e Jair Anastácio (PT), que é o atual presidente. Havia a expectativa de que o vereador Samuel, que é filiado ao PSD do vice-prefeito Tano Costa, votasse na situação, o que acabou não acontecendo.
Hoje tem eleição na Câmara de Gaivota e quinta na de Sombrio
Câmara Municipal de Vereadores de Balneário Gaivota realizará hoje eleição para a composição da nova Mesa Diretora do legislativo. Em princípio, a situação tem garantidos os cinco votos necessários, de um total de nove, para eleger o próximo presidente, que, ao que tudo indica, deverá ser o vereador Paulinho Roberto da Silva. Ainda que ele tenha conquistado em 2020 seu mandato pelo Progressistas, partido que foi oposição ao prefeito eleito Kekinha dos Santos (PSDB), o parlamentar tem feito parte da base de sustentação do governo municipal desde o ano passado. Já em Sombrio, a eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores acontecerá na próxima quinta-feira. Há uma franca negociação para que o vereador Rafael dos Santos, o Rafa Enfermeiro (PL), assuma a presidência do legislativo com os votos da situação. Em se tratando de eleições para a presidência de Câmaras de Vereadores, no entanto, o conselho é que se mantenha sempre um olho no gato e outro no peixe.