Depois de quase cinco meses de espera, finalmente hoje à tarde, em Araranguá, os prefeitos da Amesc se reunirão com o governador do Estado, Jorginho Mello (PL), para tratar dos convênios pactuados pelo ex-governador Carlos Moisés da Silva (Rep) com os executivos municipais. Ontem o governador teve este mesmo expediente com os prefeitos da região de carbonífera.
Em Criciúma, Jorginho Mello cumpriu o seguinte roteiro: concedeu entrevista à imprensa, falou de forma genérica com o conjunto dos prefeitos, e, por fim, conversou individualmente com cada um deles, ladeado dos deputados estaduais Jessé Lopes (PL), José Milton Scheffer (PP) e Tiago Zilli (MDB). Nesta reunião a portas fechadas, Jorginho analisou cada um dos convênios firmados com as prefeituras, e, de forma bem prática, pontuou o que sua gestão poderia assumir, o que teria que ficar para mais adiante, e o que não poderia assumir. “O resumo dos fatos são estes”, me disse uma fonte que participou dos encontros.
Em linhas gerais, Jorginho Mello não deve anunciar a liberação de recursos para todos os convênios firmados por Carlos Moisés. Ao mesmo tempo, também não deve deixar os prefeitos de mãos vazias. O grande mistério, por ora, é saber o que será liberado e o que não será liberado nesta sexta-feira.
Paralelo a estes fatos, há também bastante descontentamentos por parte de líderes políticos que trabalharam pela candidatura de Jorginho Mello, desde o primeiro turno da eleição estadual de 2022, e que não estariam tendo nenhum tipo de tratamento diferenciado neste momento. Neste mesmo prisma, há prefeitos que dizem não necessitar de intermediários para conversar com o governador, como é o caso de Eder Mattos (PL), de Meleiro. Ele já anunciou que se sua conversa com Jorginho Mello não for a sós, ele não tem interesse no encontro.
O fato é que os aliados de primeira linha de Jorginho Mello estão se sentindo incomodados. É que quem trabalhou pela candidatura do ex-governador Carlos Moisés da Silva ganhou mais convênios, e agora, com a liberação, terá mais recursos. Já quem trabalhou pela candidatura de Jorginho ganhou menos convênios, e agora, terá menos recursos a receber.
Finais
Interessante observar que nem todas as situações que envolvem convênios entre o Governo do Estado e as prefeituras foram totalmente encaminhas ontem, em Criciúma, pelo governador Jorginho Mello. Na região carbonífera, algumas situações ficaram em aberto, com o tema devendo ser tratado diretamente em Florianópolis. Não deverá ser diferente aqui na Amesc, até mesmo pela quantidade de obras que estão paradas desde o ano passado. Neste pacote de temas que deverão ser discutidos mais profundamente, provavelmente constem obras como as pavimentações da Serra do Faxinal, em Praia Grande, da Caminhos do Mar, em Balneário Gaivota, e da SC-108, entre Praia Grande e Jacinto Machado. São obras que em seu conjunto devem ultrapassar os R$ 250 milhões até suas conclusões. O governo sabe que não tem como voltar atrás com estas obras, mas o fato é que também não dispõe de recursos imediatos para as suas conclusões totais.
Hospital Dom Joaquim, de Sombrio, que é administrado pelo Instituto Maria Schmitt, o IMAS, irá receber aporte financeiro de R$ 1,5 milhão para investimentos no custeio de serviços de atendimento ambulatorial e hospitalar. Os recursos são oriundos de emenda impositiva individual, e de bancada, da ex-deputada federal Ângela Amim, e de seu partido, o Progressistas. A solicitação do auxílio ao Dom Joaquim havia sido feita pelo Progressistas de Sombrio no ano passado, conforme ressaltou o líder da bancada do partido na Câmara Municipal, vereador Dion Elias. No sábado passado, Dion e os vereadores Peri Soares, Fernando Pereira e Dizo Colares se reuniram com o presidente do IMAS, Robson Schmidt, para anunciar a conquista. Também participaram da reunião a diretora de projetos e licitação do IMAS, Patrícia Paladini, e a diretora geral do Dom Joaquim, Mariele Dassoler.