Deputado estadual sombriense, José Milton Scheffer (PP), confirmou que está articulando para tentar viabilizar seu projeto de chegar ao comando do parlamento estadual. O nome de Zé Milton figurou durante a campanha eleitoral deste ano como franco favorito ao cargo, caso o governador Carlos Moisés da Silva (Rep) fosse reeleito, o que acabou não acontecendo. A ligação umbilical entre Zé Milton e Moisés seria a alavanca para viabilizar o projeto do parlamentar no início do próximo ano.
Com a derrota de Carlos Moisés, em princípio se imaginava que o Zé Milton não levaria sua intenção adiante. Pela lógica, o bloco de deputados que está se irmanando em torno do futuro governador Jorginho Mello (PL) é que teria a primazia de propor um nome para presidir a Assembleia Legislativa. O problema é que este grupo não vem se intendendo, já que deputados eleitos pelo PL, pelo MDB e pelo PSDB almejam conquistar o comando do parlamento estadual. O PL porque elegeu 11 dos 40 deputados. O MDB porque será a maior bancada de apoio a Jorginho, depois do PL. O PSDB por conta de pretensões pessoais do deputado reeleito Marcos Vieira. Em relação especificamente ao PL, a deputada reeleita Ana Campagnolo, e o deputado reeleito Maurício Eskudlark são os nomes mais cotados. Em relação ao MDB, o deputado reeleito Mauro de Nadal é o nome mais cotado. É claro que a lista de pretendentes é bem maior, com alguns se expondo mais, e outros se expondo menos, diante de suas reais pretensões.
Zé Milton já sentiu que o terreno é fértil para propor uma candidata à presidência alternativa, pois prevê que não haverá entendimento entre as maiores bancadas. Neste sentido, ele tenta agrupar descontentes e deputados que serão opositores a Jorginho, além, obviamente, daqueles com quem tem um contato mais próximo.
O que se observa neste momento é que se houver uma grande insistência de Mauro de Nadal, ou de Marcos Vieira para comandar a Assembleia, as chances de Zé Milton aumentam bastante, pois muitos deputados do próprio PL de Jorginho Mello poderiam estar com ele. Como já ressaltou Zé Milton, trata-se de uma maratona, que está recém começando. Até a eleição, que acontecerá apenas no dia 1º de fevereiro, são mais de 70 dias. Até lá, tudo pode acontecer, o que inclui a viabilização de seu projeto.
Bolsonaro da a entender que não passará faixa
Diante dos rumores cada vez maiores dando conta de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não passará a faixa presidencial ao presidente eleito Lula da Silva (PT), o vice-presidente Hamilton Mourão (Rep) já disse ninguém precisa perder tempo o escalando para este compromisso. Eleito senador pelo Rio Grande do Sul, Mourão já disse que este compromisso não é dele, e sugeriu com Bolsonaro o faça, olhando nos olhos de Lula, e o alertando que 2026 o aguarda. Caso nem Bolsonaro, nem Mourão entreguem a faixa a Lula, a tarefa caberá ao presidente da Câmara Federal, deputado Artur Lira (PP). A linha sucessória contempla ainda o presidente do Senado, Arlindo Pacheco (PSD), e por fim a presidente do STF, Rosa Weber. Vale lembrar que a entrega da faixa é um ato meramente simbólico.
Fora do Planalto, Bolsonaro vai se dedicar a 2024 e 2026
Por falar em Bolsonaro, o presidente pretende dedicar os próximos quatro anos de sua vida a percorrer o Brasil, período este dividido em duas etapas. A primeira focada nas eleições municipais de 2024. O objetivo é eleger o maior número possível de prefeitos aliados, justamente para que estes deem suporte ao projeto presidencial de 2026. Passada a eleição de 2024, Bolsonaro pretende se dedicar a sua própria campanha eleitoral, onde provavelmente vá enfrentar novamente Lula da Silva, ou Fernando Haddad (PT), na briga pelo Palácio do Planalto, daqui a quatro anos. Com um patrimônio eleitoral de 58 milhões de votos, Bolsonaro sabe que só precisa manter sua militância organizada e estimulada para enfrentar a próxima eleição presidencial com reais chances de vitória.